CAPÍTULO 22 - O noivado | Parte 2

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Alberto coloca a mão no bolso e retira uma pequena caixa com duas alianças. Ele estende a mão a Cecília, ela corresponde, entregando a ele sua mão direita.

- Cecília, eu sei que você me achou um doido, um maluco por ter te proposto um relacionamento na primeira vez que te vi. E eu não estou mentindo, estou?

- Não... Não está... E sim, eu te achei um doido... Pensei... Vim aqui resolver um problema e arranjei outro... Esse maluco me dizendo essas coisas...

Alberto ri. E também os convidados.

- Ela me chamou mesmo de louco... De um jeito educado, é claro... Disse que eu estava fora de mim... - diz Alberto.

- Sim, eu disse... - ela confirma, sorrindo.

Os convidados riem.

- Não sei dizer porque. Só sabia que era você - continua Alberto. - E mesmo com tão pouco tempo em que estamos juntos, você me fez ver o mundo com outros olhos... olhos de serenidade. É como aquela música do Vinícius de Moraes... "Pela luz dos olhos teus, eu acho, meu amor, que só se pode achar que a luz dos olhos meus precisa se casar". Cecília Petri, quer casar comigo?

- Sim, Alberto Callegari, eu quero me casar com você! - responde ela, ao som dos aplausos de todos.

Eles trocam as alianças. Alberto beija a aliança da noiva e ela faz o mesmo gesto. Alberto puxa Cecília para perto de si, segurando a cintura da noiva com firmeza. Eles se olham nos olhos um do outro. Ele acaricia o rosto de Cecília em busca de mais um beijo. Ela então une seus lábios aos dele. Ela sente a respiração de Alberto um pouco ofegante. Ele então para de beijá-la. Apenas une sua testa à dela. Ela percebe que ele tenta domar a si, acalmando sua própria respiração. Afasta-se dela então. Ela não sabe dizer se queria que ele se afastasse. Talvez não.

Os convidados se aproximam do casal para cumprimentá-los pelo noivado. Eles se separam um do outro para atenderem aos cumprimentos.

Depois que as pessoas se dispersam, Elisa, que estava assistindo a tudo em silêncio, sem se manifestar, aproxima-se de Cecília.

- É, minha amiga... Enfim noiva... - diz Elisa.

- Enfim noiva... - diz Cecília.

- Como você está se sentindo?

- Não sei dizer... Acho que a ficha ainda não caiu...

- Posso ser sincera com você? - pergunta Elisa.

- Por favor... - responde Cecília.

- Eu estive assistindo a tudo dali do meu canto e estava pensando... Se eu não soubesse que esse é um casamento de fachada, eu diria que as palavras de Alberto foram autênticas e verdadeiras... Se eu não soubesse de tudo, eu diria que esse homem está realmente apaixonado por você.

- Ai, Elisa, do que você está falando...

- Ou ele é um excelente ator, ou ele realmente tem sentimentos por você, amiga.

- Ou é um excelente advogado... - retruca Elisa.

- Não sei se advogados têm esse tipo de talento... - diz Elisa. - Eu não estaria te dizendo tudo isso se eu realmente não tivesse tido essa impressão. Achei por bem comentar com você.

- Você está tentando me dizer que Alberto tem sentimentos por mim? É isso? - questiona Cecília.

- Não sei dizer... Só estou dizendo que fiquei cismada... E precisava te falar... Amiga, você está sentindo alguma coisa por ele? Me fala...

- Por que você está perguntando, Elisa?

- Sei lá, Cecília... Você sempre fez questão de se manter bem longe dos outros homens, por dizer que não confiava em nenhum deles... Fez questão de dispensar a todos que te cortejaram, um por um. E, de repente, do nada, aceita casar-se com um completo estranho, mesmo que de fachada... E mais, ele te toca, te puxa para perto do corpo dele, te beija e parece que está tudo bem...

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