Capítulo 15: Limãozinho.

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Eu desviei os olhos para o meu colo, sentindo o calor se espalhando do meu rosto pelo meu corpo, enquanto meu coração estava prestes a explodir. Percebi que havia perdido a capacidade de falar também, porque nada saia da minha boca, por mais que eu quisesse.

—Sabe, isso realmente combina com você. —Vincent falou, me fazendo erguer os olhos até ele. —Você é tão doce como um limão.

—Você anda muito piadista esses últimos dias, não é? —Sibilei, sentindo vontade de bater nele quando o mesmo soltou uma risada. Vincent parecia ter entrado em uma missão de me provocar.

—Sim, definitivamente combina. —Ele deu de ombros de forma inocente. —Eu deveria chama-la de limãozinho.

—Não ouse. —Praticamente grunhi as palavras pra ele.

—Você pode me chamar de babaca sem coração, mas eu não posso dar um apelido a você? —Ele ergueu as sobrancelhas. —Doce como um limãozinho.

—O próximo "limãozinho" que sair da sua boca, irei cavar uma cova muito funda no pior lugar dessa fazenda pra esconder o seu corpo. —Afirmei, observando ele morder o lábio para não rir. —Porque eu vou te matar.

—E estragar todo casamento do seu melhor amigo com um assassinato?

—Ian iria me perdoar. —Dei de ombros, abrindo um sorrisinho pra ele. —E eu ficaria livre de você pra sempre.

—Você nunca vai se livrar de mim. —Vincent falou com tanta confiança que eu o olhei com uma expressão surpresa. —Você querendo ou não, temos o mesmo grupo de amigos, trabalhamos no mesmo lugar e somos os padrinhos do casamento. Então, não, você nunca vai se livrar de mim, limãozinho.

—Argh! —Eu soltei, começando a separar aquelas fotos na força do ódio. —Babaca... Babaca sem coração e incompetente. —Vincent riu e se inclinou para roubar uma das minhas tortinhas, mas dei um tapa de leve na mão dele. —E não roube minha comida. Você não gosta disso.

—Passei a gostar. —Afirmou, antes de roubar uma mais rápido do que eu pude esperar, porque quando olhei ele já estava mordendo a torta com uma expressão de falso prazer. Bufei em frustração, escutando ele ainda rir quando me ocupei em voltar a separar as fotos.

Vincent

—Então? —Pietro gesticulou com as mãos para que eu falasse, enquanto Alfredo e Ian se sentavam um de cada lado dele no sofá. Era tarde e os outros já haviam ido se deitar, enquanto os três me carregaram para a sala para uma "reunião de emergência" como Alfredo mesmo disse.

—Eu acho que fui bem. —Dei de ombros, observando os três exibiram caretas.

—Você acha? —Ian balançou a cabeça como se eu tivesse algum problema. —Nos fizemos o nosso melhor para deixar vocês dois sozinhos, Vincent, você só tinha que ser gentil e fofo com ela.

—Eu sempre sou gentil. —Rebati, olhando pra eles com uma expressão frustrada.

—Você deu o apelido fofo a ela? —Pietro indagou, e eu abri um sorriso na mesma hora.

—Sim. Eu chamei ela de limãozinho. —Falei, vendo os três me encararem sem sequer piscar, antes de trocarem olhares. —O que foi? É um apelido fofo.

—Limãozinho? —Alfredo caiu na risada, se inclinando para trás enquanto Pietro esfregava a testa e Ian negava com a cabeça. —Isso é tão brega.

—Você chama a Grace de cupcake! —Eu fechei a cara, vendo ele ainda rir.

—Cupcake não é brega, é fofo. —Alfredo ergueu a mão como se fosse falar algo muito importante. —Moranguinho é fofo, limãozinho é... inexplicável.

—Pelo menos ela gostou do apelido? —Pietro se meteu, parecendo querer rir do irmão.

—Ah... —Eu ri, erguendo meu óculos com o dedo indicador. —Ela ficou brava. Mas ela está sempre brava, então.

—Jesus, me ajuda! —Ian afundou o rosto entre as mãos, enquanto Alfredo voltava a rir. —Você não está se ajudando, criatura.

—Vocês me falaram para dar um apelido fofo, eu dei e estão reclamando. —Resmunguei, cruzando meus braços, já frustrado com tudo aquilo.

—Tudo bem, limãozinho. Apenas fique calmo. —Ian afirmou, me fazendo olha-lo de cara feia. —Você está indo bem. Rebeca não é uma pessoa fácil e você facilitou o trabalho dela em não gostar de você.

—O que eu tenho que fazer agora então?

—Comece a se abrir com ela. —Pietro cruzou os braços. —Deixe que ela conheça quem você é de verdade, Vincent. Rebeca tem uma visão ruim de você, então você precisa deixar que ela conheça seus medos, seus sonhos, seu pior e seu melhor lado. Ela precisa sentir que pode confiar em você de novo.

—Exatamente isso. —Ian concordou, enquanto eu assentia com a cabeça e pensava no que ele havia dito. —Dá próxima vez converse com ela sobre você. Seja sincero e pelo amor de Deus, não a irrite.

—Tudo bem, eu vou tentar. —Engoli em seco, sentindo meu coração bater acelerado pelo meu nervosismo. —O que faremos amanhã?

—Piquenique no lago. Vamos tentar deixa-los sozinhos de novo. —Alfredo sorriu e tombou a cabeça de lado. —O que não vai ser difícil já que estamos de casais aqui.

—Olha, não é difícil. Ela se interessou por você uma vez, não foi? Você só precisa fazer o mesmo que antes e se mostrar arrependido do que disse a ela. —Ian afirmou, me fazendo engolir muito lentamente e balançar a cabeça que sim. —Vamos nos preparar para o acampamento também. Vou conversar com Abby para saber onde podemos acampar aqui na fazenda. Isso vai dar a vocês mais momentos sozinhos.

—Você não pode me colocar em uma mesma barraca que ela e pensar que ela não vá ficar furiosa com isso. —Falei, porque por mais que a bandeira branca estivesse erguida, isso não significava que Rebeca fosse aceitar qualquer coisa.

—Ela não vai achar ruim, porque até lá vocês dois já vão estar se dando bem. —Ian estalou a língua. —Presta atenção, Vincent. Se você conseguir se aproximar dela até o acampamento, Rebeca não achará ruim dividir uma barraca com você. Só precisa se abrir com ela como estamos falando para fazer.

—Tudo bem, tudo bem. —Ergui as mãos em rendição. —Me abrir e me mostrar arrependido.

—Isso, limãozinho. Agora você está entendendo. —Alfredo zombou, fazendo Pietro e Ian rirem, enquanto eu soltava um barulho descontente com a boca.



Continua...

Missão casamento / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora