Missão casamento / Vol. 3

Capítulo 21: Missão casamento.

Rebeca se afastou um pouco, parecendo sem reação e sem saber o que dizer. Tentei pensar em algo para dizer, porque não queria receber uma resposta negativa depois de tudo que havia falado, apesar de entender se ela de fato dissesse não.

—Rebeca, olha... —Eu engoli em seco, puxando a mão dela e a segurando, ouvindo ela soltar uma respiração pesada e encarar nossas mãos juntas. —Eu sinto muito. De verdade, eu sinto muito. Eu só quero uma chance, ok? Só uma. Eu prometo que não vou te decepcionar de novo como da primeira vez. Por favor, eu quero muito, muito mesmo tentar de novo com você.

—Eu não sei. —Ela puxou a mão para longe da minha, se levantando e se afastando até os degraus da varanda, abraçando o próprio corpo e olhando noite a fora. —Nos trabalhamos juntos, Vincent. Não quero que tudo isso exploda sobre mim de novo e seja pior que da primeira vez.

—Não vai. Juro pra você que não vai. —Afirmei, ficando de pé e caminhando até parar atrás dela. Sabia que Rebeca sentia minha presença ali, porque seu corpo estremeceu na minha frente. Eu não iria ser covarde de novo. Não dessa vez. —Eu estou aqui, Beca. Eu estou tentando. Me dá uma chance.

—Se eu te der, o que vai acontecer? —Ela se virou pra mim, erguendo o queixo com uma expressão determinada no rosto, me encarando de uma forma desafiadora. —O que vai ser diferente?

—Estou te devendo um encontro, não estou? —Ela entreabriu os lábios, supresa. Aquilo me fez sorrir na mesma hora. —Então primeiro vamos ter um encontro de verdade. Um que deixe claro a você que não estou brincando. Um que seja mil vezes melhor do que o encontro que poderíamos ter tido quatro anos atrás.

—Está me convidando pra um encontro? —Ela ergueu as sobrancelhas em dúvida. —Estamos em uma fazenda, Vincent. Não podemos ir pra cidade cidade ainda.

—Eu sei. Mas eu não disse que iríamos pra cidade. —Falei, vendo ela tombar a cabeça de lado e me olhar confusa. —Você vai aceitar um encontro comigo?

—Um segundo encontro, você quer dizer.

—Prefiro fingir que aquele outro sequer aconteceu. —Retruquei, vendo ela soltar uma risada infeliz. —Você vai esquecer ele também, porque estou prometendo pra você e pra mim mesmo que vamos ter o melhor encontro de todos, aqui nessa fazenda. Vai ser perfeito.

Ela me encarou desconfiada, parecendo lutar entre dizer sim ou não. Abri um sorriso pra ela, erguendo meu óculos com o dedo indicador. Algo se suavizou no rosto de Rebeca e ela por fim suspirou, balançando a cabeça em concordância e eu podia pular em comemoração naquele momento, se ela não estivesse bem na minha frente.

Rebeca passou por mim, seguindo pra dentro da casa. Mas ela se virou e caminhou até parar na minha frente, erguendo a mão e apontando para o meu peito, como se fosse falar algo muito sério. E eu tinha certeza absoluta que era.

—Tudo bem. Um encontro. Mas se você fazer merda de novo, Vincent, esse negócio... —Ela gesticulou com as mãos ao redor. —Essa missão casamento ou o que quer que isso seja, vai virar um enterro de verdade porque eu juro que dessa vez eu mato você. Então é melhor você não brincar comigo de novo, porque eu estou falando sério. Não vai ter outra chance.

—Eu sei. —Falei, vendo ela me olhar com uma expressão carregada e a respiração ofegante. —Obrigado por isso. Eu não vou te decepcionar, limãozinho.

Rebeca me encarou por alguns segundos e então entrou de novo, me deixando sozinho ali com um sorriso enorme no rosto. Aquilo era tudo que eu precisava, porque não iria deixar absolutamente nada estragar isso de novo.

Puxei meu celular, abrindo o grupo que tinha com os rapazes antes de começar a digitar uma mensagem, torcendo pra que eles ainda estivessem acordados naquele horário.

Vincent — Reunião de emergência.

Não demorou pra mensagem ser visualizada pelos três e eles começarem a digitar na mesma hora.

Alfredo — Tu já fez merda, limãozinho?

Ian — Me diz que é coisa boa, não quero notícia ruim depois daquele karaokê.

Pietro — Bem que eu estava estranhando essa calmaria toda.

Vincent — Eu não fiz merda e para de me chamar assim, Alfredo!
A notícia é muito mais do que boa.
Eu consegui um encontro com ela.
Mas vou precisar de ajuda pra isso ser perfeito.

Ian — Isso é sério?
Meu Deus, Vincent, isso é incrível!
Eu preparo o lugar perfeito aqui na fazenda.

Pietro — Eu faço a comida.

Alfredo — Eu dou meu apoio emocional.
L i m ã o z i n h o.

Alfredo enviou um emoji de coração logo em seguida, me fazendo soltar uma risada. Nem conseguia ficar irritado com ele me chamando daquele jeito, porque por mais que ele estivesse me incomodando, eu sabia que ele também estava feliz por eu ter conseguido esse encontro com Rebeca e que ajudaria em tudo que pudesse.

Ian — Vamos preparar tudo isso pra depois do acampamento, então você precisar continuar se dando bem com ela.
Faz o que está fazendo agora, está dando certo.

Pietro — Essas semanas deveriam ser para o casamento e estão sendo usadas para juntar o Vincent e a Rebeca.

Ian — É isso que os amigos fazem.
Quero que todos os meus amigos estejam mais do que felizes no meu casamento e principalmente quando tudo isso terminar.
Quero ir pra minha lua de mel sabendo que vocês vão estar juntos.

Vincent — Obrigado por estarem do meu lado agora.
A ajuda de vocês tá sendo muito importante pra mim.

Alfredo — Que coisa mais fofa.
Tô vomitando arco-íris aqui.
Agora vai lá fazer aquela simpatia.
Eu quero saber se isso vai funcionar mesmo.

Ian — Será que a Rebeca fez o dela?

Sorri ao ler aquilo e corri para o meu quarto, apesar de ter certeza que não precisaria de uma simpatia pra sonhar com Rebeca.

Continua...