—Eu não faço a menor ideia do que você está falando. —Falei, abrindo um sorrisinho para Vincent, vendo ele cerrar os olhos em pura desconfiança. —Então você anda sonhando comigo, sr. Hale?
Ele sorriu, com as bochecha se pintando de vermelho quando levou a xícara até os lábios e bebeu um pouco do chocolate quente. Meu coração acelerou com a espera da resposta dele. Sabia que aquilo estava se tornando um jogo entre nós e tinha certeza que iria acabar perdendo.
—As vezes sim. Mas naquela noite foi especial, não é? Quer dizer, deve significar alguma coisa. —Falou, me observando com os olhos iluminados, mas ainda podia notar que ele estava um pouco hesitante, como se não soubesse o que esperar de mim.
—Significa que você está ficando doído. —Afirmei, arrancando uma risada de Vincent. —Mas é bom saber do seu amor secreto por mim.
—Nunca foi secreto, você só não me deixava demostrar isso. —Ele deu de ombros, enquanto meu coração chegava a boca com aquela afirmação. Eu estava tentando soar brincalhona, mas não havia nenhum pingo de brincadeira no que Vincent estava dizendo e aquilo estava me deixando sem fôlego.
—O que está havendo com você? —Sussurrei, sentindo aquelas malditas borboletas tomando conta do meu estômago sem meu consentimento. Eu não queria estar sentindo aquele frio na barriga por Vincent. Por ouvi-lo dizer aquelas coisas pra mim.
—Lembra do que eu disse sobre olhar para as estrelas? —Ele tombou a cabeça de lado, erguendo o óculos com o dedo indicador. —Eu estou apenas olhando pra elas e tentando agarrar aquilo que eu sempre quis e esteve na minha frente esse tempo todo. —Ele sorriu pra mim, um sorriso envergonhado e preguiçoso. —Mas só porque eu pareço ousado, não significa que eu não esteja morrendo de nervosismo e vergonha por dentro.
Soltei uma respiração pesada, agradecendo minha pele negra por não revelar o quão quente meu rosto estava naquele momento.
—Não sei se gosto desse Vincent ousado e sincero. —Falei, umedecendo os lábios com a língua, enquanto Vincent nem piscava ao me encarar.
—Eu só não quero que você se arrependa, Beca.
—Me arrependa do que? —Eu soltei uma risada nervosa, bebendo meu chocolate quente enquanto tentava raciocinar direito sobre aquilo, já que meu coração estava ficando louco no meu peito e isso não ajudava em nada.
—De me dar uma segunda chance. De aceitar outro encontro comigo. —Vincent engoliu lentamente, finalmente se afastando de mim e permitindo que eu respirasse. —Não vou te decepcionar de novo.
—Bom saber. —Falei, mesmo que não estivesse tão confiante com isso. Mas se eu quebrasse a cara, mataria Vincent e depois mataria Ian por ter me metido nisso, porque eu tinha certeza que tinha dedo dele em toda essa história de segunda chance.
—Eu não fiz nada de errado por enquanto, né? —Ele me lançou um olhar carregado, me fazendo rir.
—Só me deu um apelido estranhamente esquisito e fofo ao mesmo tempo. —Eu soltei um suspiro derrotado. —Mas você está indo bem por enquanto.
Vincent abriu um sorriso enorme como se não pudesse se conter, fazendo meu interior vibrar. Mas ao mesmo tempo eu estava com medo e isso não era nada bom.
Hermione e Pietro foram os primeiros a entrarem nas suas barracas, depois de todos nós termos nos entupido de marshmallow e chocolate quente. Gavin e Ian foram logo depois, não deixando outra alternativa para o restante de nós a não ser irmos dormir também.
Deixei Vincent entrar na barraca primeiro, enquanto via Alfredo me lançar um sorriso provocador antes de sumir na barraca junto com Grace. Eu provavelmente teria xingado ele se não estivesse tão ansiosa e nervosa naquele momento.
—De que lado você quer dormir? —Vincent indagou assim que entrei na barraca, descendo o zíper para que não tivéssemos nenhuma supresa durante a noite. Tipo uma aranha entrar ali e me morder, o que seria o fim do mundo literalmente.
—Tanto faz. —Falei, puxando meu travesseiro para um canto, vendo Vincent soltar uma risada baixa e ocupar o outro lado, provavelmente sentindo o quão nervosa eu estava.
Me enfiei embaixo das cobertas, ficando de costas para Vincent, porque não tinha certeza que ia conseguir não surtar se tivesse que ir dormir olhando pra ele. Ele se mexeu por algum tempo, antes de finalmente se ajeitar para dormir. Sabia que ele havia se deitado virado pra mim, porque podia sentir seus olhos me observando, o que fez meu coração praticamente parar de bater.
—Quer saber com o que eu sonhei? —Questionou baixinho, fazendo aquelas borboletas se espalharem por todo meu corpo. —Que eu havia aparecido naquele encontro e tínhamos passado o restante da noite juntos.
—Os sonhos costumam ser bem melhores que a realidade mesmo. —Falei, com meu peito se apertando por alguns segundos com aquela lembrança.
—Rebeca...
—Boa noite, Vincent. —Falei, ajeitando a cabeça no travesseiro para dormir, não querendo voltar aquele dia. Vincent soltou uma respiração pesada, parecendo decepcionado. Mas senti quando ele se virou de costas pra mim também, pronto para dormir.
—Boa noite, limãozinho.
[...]
O universo certamente me odiava, porque havia esfriado durante a noite e em algum momento enquanto dormir eu fui para perto de Vincent. Parecia que havia um imã entre nós dois, porque eu despertei com meu corpo enroscado no dele. Não era tão ruim, porque eu estava com frio, mas era péssimo porque meu coração disparou quando senti o perfume dele, sua respiração na minha bochecha e seu braço ao redor da minha cintura.
Abri os olhos, encontrando meu rosto escondido na curva do pescoço de Vincent. Soltei uma respiração pesada, com meu corpo inteiro reagindo aquela aproximação. Tentei sair de cima dele, puxando minha perna e meu corpo para trás. Vincent resmungou algo, apertando o braço ao redor da minha cintura e me puxando para ainda mais perto deles.
—Vincent! —Soltei baixinho, com minha respiração de acelerando quando ergui a cabeça e vi ele abrir os olhos, com as bochechas ficando coradas quando percebeu como estávamos. —Desculpe. Eu não... eu não queria vir pra cima de você. Está frio e eu...
—Não me importo de ficar assim. —Ele sussurrou, com a mão deslizando pela linha da minha coluna e me causando um calafrio. —Estou com frio também.
Minha boca ficou seca quando Vincent me ajeitou contra o corpo dele. De uma forma que seu rosto ficou praticamente colado no meus. Meu coração explodiu quando ele se aproximou lentamente, deixando a testa colada na minha e nossos narizes de roçando.
—Viu? É bom assim. —Ele soltou um suspiro lento. —Posso esquentar você a noite. Posso fazer o que você quiser e precisar.
Não consegui dizer nada, porque estava submersa demais em todas as sensações de estar abraçada com ele, com seus lábios tão próximos do meu e ouvindo ele dizer aquelas coisas. E tudo ficou pior ainda quando Vincent observou cada detalhe do meu rosto até encarar meus lábios, como se estivesse desesperado para me beijar.
Continua...
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Missão casamento / Vol. 3
RomanceRebeca Duarte está mais do que feliz com sua carreira de jornalista, mesmo que tenha que lidar com Vincent Hale, seu parceiro e filho do seu chefe, com quem ela troca farpas diariamente. Além disso, ela está certa que não existe nada além de trabalh...