Capítulo 30 - Quebra de convivência

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POV Luiza Campos

Tive um domingo perfeito ao lado da minha família e consegui falar com a Valentina e graças Deus ela está bem. Aproveito que a Carol não vai dormir aqui para dar uma geral aqui no quarto. Ela já estava com uma rotina super ausente aqui de casa por conta do relacionamento dela com o Roger. Aliás, dei uma olhada no material que ela me mostrou do condomínio onde eles compraram apartamento e estou muito feliz com essa conquista dos dois. Não é tão longe daqui e é do jeitinho que a minha irmã sempre sonhou. Vai ser difícil lidar com a ausência dela nessa casa porque ela ajuda a botar ordem com o jeitão organizado e durão dela. Fora que ela é a irmã mais velha, ela me traz segurança e sempre me auxilia a ver a vida deu um jeito mais prático. Eu, apesar de ser uma pessoa que gosta de planejar tudo, de só me jogar dentro de ambientes e contextos seguros, por vezes me deixo levar pela emoção e fantasiar realidades paralelas. Esse lado já se aflorou algumas vezes, principalmente nas minhas relações amorosas, mas vinha mantendo-o quietinho até que apareceu a Valentina para dar uma bagunçada na ordem que eu havia colocado na minha vida. Conversar com ela hoje por vídeo fez meu coração ficar em paz em vê-la bem, mas a verdade é que minha rotina vai ficar desesperadora daqui uma semana com o início dos meus ensaios e o plano é me jogar de corpo e alma nisso agora. Dou uma olhada na minha agenda onde já havia marcado todos os meus compromissos e amanhã é dia de médico e agendamento da minha rotina de exercícios. Volto pra sala depois de dar uma geral no quarto e me despeço dos meus pais que estão assistindo ao Fantástico. Passo no quarto da Sarinha que está jogando vídeo game, acredite se quiser, ela ama fazer isso desde criança e não conseguiu se desvencilhar desse hobby...eu odeio! Mesmo que o fuso ainda esteja interferindo muito no meu relógio biológico, me sinto cansada e espero que seja suficiente para dormir bem.

POV Valentina Albuquerque

Acordo bem melhor que ontem. Não senti mais aquele peso no corpo e os calafrios. Minha temperatura se manteve estável e agora é só tomar a medicação regularmente para que fique cem por cento logo. A Giovana deixou um bilhete avisando que comprou algumas coisas para o meu café da manhã e deixou a mesa posta. Ela precisou sair para resolver alguma coisa. Faço a minha higiene, ainda sinto ardência ao fazer xixi, mas sei que aos poucos isso vai passar com o efeito do remédio. Me troco e enquanto tomo café, deixo meu computador ligado para descarregar todas as fotos do meu cartão de memória. Quero sair para fotografar por aí, sem destino certo. Pego meu celular para ligar para meus pais, mas me lembro que é madrugada ainda no Brasil, então mando uma mensagem no grupo pedindo que eles me liguem porque estou com saudades. Não conto sobre a infecção porque quero fazer isso por vídeo.

O bairro da Giovana é muito encantador. Foi tudo muito corrido que ainda não consegui caminhar por aqui com calma para conhecer. Roma, é incrível porque onde você passa tem história, tem um prédio, um monumento, uma praça, uma escultura, uma fonte, então qualquer que seja o lugar, sempre haverá coisas interessantes para apreciar. Saio a pé e focarei minhas fotos em captar a essência das pessoas. Quero fazer algo próximo a fotografia documental, retratar comportamentos, costumes, jeitos, a forma que as pessoas que aqui estão têm de interagir com o lugar e entre elas. Já estava fazendo isso quando cheguei, mas os dias que estive com a Luiza, meu foco ficou inteiramente nela e nos lugares, paisagens e pontos turísticos. Quero trazer outro olhar e forma de fotografar agora. O entorno do bairro está cercado por alguns dos principais pontos turísticos como o Coliseu, por exemplo. Mas hoje não quero fazer visitas guiadas e nem fazer nada condicionado. Passeio entre as ladeiras pitorescas, prédios cobertos de caramanchões, becos e suas ruelas charmosas. Por onde a gente passa, vemos inúmeras portas e janelas decoradas por vasinhos de planta e flores, o que deixa tudo ainda mais interessante. Passo em frente a um lugar que parece ser uma sala de cinema. Entro e me deparo com pessoas conversando falantes e tomando café, peço autorização para fotografar algumas, apenas com gestos e nenhum se opõe. Tiro informação com uma funcionária do lugar que me deixa entrar para ver a sala. E é bem pequena, mas achei incrível ainda terem lugares assim onde se consomem a sétima arte de forma tão original. Sinto meu celular vibrar. Abro e vejo que é uma mensagem dos meus pais. Aqui já está na hora do almoço e eles devem ter acordado e visto minha mensagem pedindo que me ligassem. Saio do Cineclub Detour e me direciono até uma cafeteria que tem mesinhas na rua. Assim que me sento o celular toca, atendo e vejo meu pai na tela do celular...

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora