Capítulo 94 - Revelação

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POV Luiza Campos

Abro meus olhos e vejo o rosto angelical da Valentina em um sono profundo. Fico suspirando apaixonada e controlando a vontade de beijá-la. Ela tem uma carinha tão linda, tão perfeita. Ainda bem que insistiu para que eu dormisse aqui, pois seria um desperdício não vivenciar um momento tão prazeroso como esse. Tudo com ela, por mais simples que seja, é sempre incrível. A companhia dela me revigora, me traz felicidade, segurança e uma sensação de completude que nunca senti na vida.

Viro-me com o maior cuidado para não a acordar, tentando me aproximar da borda da cama. Pego o celular na minha mochila para ver as horas, já que a sensação é de que dormi bastante. Mas pode ser que essa sensação venha da massagem deliciosa que ela me fez antes de dormir, que relaxou meu corpo tanto que em poucos minutos caí em um sono profundo.

Vou ao banheiro para fazer minha higiene, lavo o rosto, escovo os dentes e sorrio para o espelho ao lembrar da carinha dela cheia de desejo no banheiro lá embaixo. Perdemos a cabeça mais uma vez, pois o risco dos pais dela terem escutado algo foi bem maior do que aqui no quarto, que fica no fundo da casa e a uma distância considerável. Mas a nossa troca de mensagens picantes e a forma como ela me recebeu foi avassaladora. Nunca nenhuma mulher me fez perder tanto a insensatez como a Valentina me faz. As vezes ou quase sempre, agindo como uma Luiza que eu estou descobrindo ser com ela. Solta, liberta e sem pudores quando o assunto é dar e receber prazer com ela, só com ela.

Saio do banheiro como se estivesse pisando em ovos, pego um short, um sutiã e uma camiseta. Não quero correr o risco de encontrar os pais dela vestida de forma inadequada, parecendo desrespeitosa ou folgada. No bolso da mochila, eu pego o meu celular e vejo que ainda é cedo: 6h. Ontem antes de dormir ela me disse que gostaria de tomar café com os pais dela. Perguntou se eu me importava em acordarmos cedo e é claro que eu disse que seria um prazer fazer isso porque eles sempre foram muito carinhosos e respeitosos comigo e eu preciso enfrentar as travas que ainda possam existir. Ela disse que eles costumam descer entre sete e sete e meia, e como tenho certeza de que não conseguirei dormir mais, para não a acordar com meu barulho, resolvo descer. O dia está lindo e perfeito para aproveitar essa brisa da manhã na área da piscina e, quem sabe, eu consiga meditar um pouco também porque o ambiente não poderia ser mais perfeito. Pego minha garrafinha de água e desço descalça com o menor barulho possível para não chamar a atenção de ninguém. E assim que coloco o pé no último degrau, vejo a Maria arrumando a mesa do café da manhã e vou cumprimentá-la.

(L) – Bom dia!

(Ma) – Bom dia, minha filha! Como vai?

(L) – Estou bem, obrigada! Acho que acordei cedo demais hoje. - Penso se devo ou não perguntar sobre a Valéria, porque não quero chateá-la, mas é claro que desejo que a Valéria fique bem logo. – Sua filha está bem?

(Ma) – Está daquele jeito, né? Com o rosto machucado e ainda parece que não se deu conta do que aconteceu com ela. Está em negação, e pior filha... é que parece que o pesadelo está se repetindo porque o pai das minhas meninas vivia fazendo isso comigo. Eu sofri muito quando elas eram ainda bem pequenas. Isso me dói!

(L) – Poxa Maria, ela ainda é muito nov... – Ela me interrompe.

(Ma) - Essa menina sempre me deu trabalho, desde pequena. A gente se sacrifica pelos filhos, e dói ver que, quando crescem, não conseguem ter o básico, que é amor-próprio. Não foi por falta de cuidado e nem de aviso...porque eu não escondi delas o que aconteceu comigo, tanto que as criei sozinha, minha filha! -
Ela desabafa, e eu não a interrompo, porque posso imaginar a dor de mãe que ela deve estar sentindo.

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora