Capítulo 52 - Jantar perfeito

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POV Luiza Campos

Esse restaurante que eu e a Valentina estamos é perfeito, uma música deliciosa e a comida dos deuses. Seguimos conversando sem parar um minuto sequer porque o volume de assuntos, principalmente por parte dela é gigantesco. Estamos falando um pouco mais sobre as impressões dela sobre a Alemanha. Acho que de todos que ela foi, seria o último que eu pensaria em ir e acho que tenho um preconceito enraizado nessa minha percepção por conta da história desse país, mas com tudo que ela conta e ainda mais sobre os espetáculos de dança e a quantidade de lugares em que se praticam e se apresentam dança lá é muito maior que aqui no Brasil. O respeito, a preservação, o cultivo a cultura na Europa são proporcionalmente inversos ao que acontece aqui infelizmente. Ela me conta sobre o estilo fotográfico que ela vem imprimindo nas suas fotografias, trazendo um tom documental e explorando os aspectos sociais individuais de cada lugar para diferenciar as suas amostras e tornar o conteúdo mais rico. Ela me conta que conheceu um diretor editorial de um jornal na Itália que deu dicas preciosas e ela vem subindo conteúdos num portal da Vogue que abre oportunidade para fotógrafos do mundo inteiro expor suas fotos.

(L) – Nossa Valen, que incrível essa iniciativa deles né?

(V) – Muito Lu. Porque se uma foto minha cair no gosto das pessoas que fazem a curadoria do projeto, a minha foto ganha automaticamente uma oportunidade de exposição no mundo inteiro. É como um tiro de canhão, sabe?

(L) – Entendi. E você vem subindo conteúdo toda semana?

(V) – Sim, desde que recebi a dica desse diretor fodão que eu conheci lá na Ilha de Capri.

(L) – Xiiii melhor a gente pular de destino! Esse aí só me trouxe desgosto. – Dou um sorriso amarelo pra ela.

(V) – Lu, aproveitando que gente está aqui juntinhas permitindo se conhecer e viver o nosso sentimento uma pela outra, quero muito, muito mesmo, que você me perdoe pelo que aconteceu lá. Eu fui muito idiota, sério! Eu confiei naquela pirralha folgada. Ela te desrespeitou na minha frente e fiquei ali tão incrédula, que não fiz nada.

(L) – Ahammmm... foi péssima a sua não atitude naquela hora. Porque tanto eu quanto você sabíamos que ela já tinha dado em cima de você na minha frente na casa dos pais dela. Eu não falei com todas as letras nada, porque estávamos num ambiente desconhecido com pessoas desconhecidas, e pior, os donos da casa são os pais dela. E porque você não é minha propriedade e nem tínhamos um compromisso, apesar de que lá, naquele momento, você era a minha parceira e eu a sua. As pessoas que estavam lá não sabiam do nosso nível de intimidade e nem nada sobre a nossa história. A postura da Gabriella foi inconveniente demais. E na ligação ela seguiu fazendo a mesma coisa, porque viu que você foi permissiva naquela ocasião e porque ela é bem cara de pau mesmo. E eu não me vi no direito de te cobrar, mas mencionei sobre o incômodo que senti na hora. Se coloca no meu lugar, naquela ligação eu não tinha nem ideia de onde, com quem e o que você estava fazendo num ofurô na Ilha de Capri com aquela menina do seu lado. Tentei não transparecer nada e ser educada, mas a minha vontade era de mandá-la a merda e desligar o telefone na sua cara, mas era o celular do seu pai do outro lado da linha, então me segurei. E posso te falar, naquele dia que eu te liguei do samba e estava um tanto alcoolizada, eu vi que era ela e agora não tenho dúvidas de que ela foi interromper você de propósito. Ela quis atrapalhar ou se fazer presente de alguma forma. De repente, a Giulia contou pra ela que eu havia voltado pro Brasil... sei lá!

(V) – É se recapitularmos nos mínimos detalhes desde que a conhecemos e a postura dela, você tem razão. Pode ser que ela tenha me interrompido de propósito mesmo. Mas para mim esse tipo de postura é tão surreal, que acabei relevando porque ela me pediu desculpas e eu fiquei muito chateada de você não me atender de volta e acabei desencanando de focar na atitude ela. Só que aquela atitude no ofurô deixou tudo mais que claro pra mim, sobre as más intenções e depois eu dei uma chamada nela. Mas com você tão longe de mim, eu não consegui fazer nada sobre você além de mandar mensagem. Me desculpa, tá?

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora