Capítulo 86 - Vacilona

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POV Valentina Albuquerque

Chego próxima a cadeira que a Giovana pediu para poder me sentar quando percebo que a Luiza ainda está de pé e olho para ela sem entender. Quando a vejo falando que está indo embora sinto uma sensação ruim na boca do estômago. Olho bem em sua direção como se pedisse para que ela não fizesse isso, mas sem emitir uma única palavra. A Giovana me olha de lado e balança a cabeça em afirmação, afinal ela me avisou que a Luiza não ficaria para a última garrafa de vinho.

(V) – Por que ela está fazendo isso? Achei que ela fosse ficar mais um pouco. – Falo de canto bem baixinho só para a Giovana me ouvir.

(Gio) – Não sei, amiga. Vai ver ela está cansada. – A Giovana tenta ponderar, mas sem sucesso.

A Luiza faz um tchau geral pra todos, e pra mim, ela olha de um jeito que eu não consigo decifrar. Depois saem, a Giovana comenta que ela estava preocupada comigo mais cedo e ficou realmente sem entender a atitude dela ir embora. Assim que ouço a Giovana falando de cansaço penso em segundos na semana que tive até agora. E aposto que ela não está mais cansada que eu e só posso chegar à conclusão de que ela não fazia questão nenhuma de me ver ou saber sobre o que aconteceu na China. São mais de três meses que não nos vemos pessoalmente. E engraçado que quando nos abraçamos a impressão que tive na hora, foi completamente outra. Foi mágico quando bati o olho no seu colo e vi que ela estava usando o colar que dei de presente... eu fiquei tão feliz e ela percebeu, tenho certeza. Naquele momento ela parecia até que era aquela mesma Luiza por quem eu me apaixonei e não aquela da ligação do dia em que quase discutimos, quer dizer, discutimos sim um pouco, mas eu tenho verdadeiro pavor disso e resolvi que o melhor era desligar antes que a gente se desrespeitasse. Naquele dia, ela me disse que jamais me magoaria propositadamente, chego à conclusão que foi da boca para fora. Foi doído vê-la ignorar o fato de que fazia meses que a gente não se via e que havia acabado de chegar exclusivamente por causa dela. Será que ela não percebeu? Não é possível.

Até as amigas dela, Duda, Amanda e Bia, ficaram para mais uma garrafa de vinho e, atentas a todos os detalhes, escutaram enquanto eu contava o que aconteceu com a gente na China. Os meninos, apesar de terem chegado bem antes de mim, pouco falaram sobre isso. Talvez porque estivessem com pessoas das quais eles mal conheciam.

(D) – Cara, minha total admiração por você, Joile! – A Duda corrige – Quer dizer, por vocês! Rs – Os italianos sorriem pra ela.

(V) – Eu não ia deixar barato e ficar calada diante do absurdo que eles estavam fazendo com a gente. Enfrentei mesmo! – Franzo a testa e bato no peito com orgulho.

(Gio) – A Valentina sempre foi assim.

(V) – Assim como? – Olho curiosa para minha amiga.

(Gio) – Valentinhaaaaa...rsrs.

(V) – Giovana, não dá ouro pro bandido – Olho em direção a Duda.

(D) – Amei! Mas acho que está mais pra folgadinha... rs

(Gio) – Também! Hahaha – Nós meninas rimos, mas acho que dessa vez os meninos perderam a piada e estou com preguiça de explicar e os deixo no vácuo.

(Tit) – Não sei se isso foi bom, a gente acabou ficando lá dias. – Ele fala e gesticula com as mãos.

(Luc) – Mama mia...eles iam deixar a gente lá o quanto eles quisessem, mas graças a Deus fomos salvos. – Ele complementa.

A Amanda me encheu de perguntas e com calma, tentei tirar todas as suas dúvidas sobre o ocorrido.

(Am) – Além de linda, você é insuportavelmente corajosa, Valen. Sério! – Eu sorrio pra ela e pisco em agradecimento.

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora