Capítulo 57 - O amor, suas cores e formas

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POV Luiza Campos

Eu e o Diego chegamos no horário exato que a diretora do espetáculo pediu, mas vejo que nem todos estão aqui. Acho que o nervosismo começou a tomar conta de mim novamente, porque fiquei mais irritada do que deveria, afinal eu consegui chegar no horário certo. Vou para o camarim e antes de começar faço meu exercício de respiração, aprendi essa técnica tem um tempo atrás com a minha psicóloga. Essa ansiedade é perfeitamente normal para nós que trabalhamos com arte e exercemos nosso ofício em cima de um palco para uma plateia, e no caso de hoje muitas pessoas. Então, apenas deixo que aos poucos a minha respiração se normalize para iniciar todo o processo de maquiagem, cabelo e por fim o figurino. Antes de desligar meu celular, troco mensagens com a minha família que graças a Deus já chegou em São Paulo e agora é focar cem por cento em dar o melhor de mim e aproveitar cada minutinho desse sonho que estou prestes a realizar essa noite.

Aquele tumulto pré-apresentação começa a se formar porque somos em dez mulheres, ainda bem que fui uma das primeiras a chegar então já estou posicionada na cadeira para receber ajuda com a maquiagem. O bom de uma produção como essa é que temos um staff grande que nos ajuda com todos esses bastidores, coisa que em espetáculos menores, não é possível por falta de verba. Enquanto estou me maquiando repasso todo o meu dia desde e a hora que acordei até esse minuto e não poderia estar mais agradecida. Parte da minha felicidade, ou grande parte dela, se deve a presença da Valentina que mais uma vez me surpreendeu. Hoje faz uma semana que ela voltou pro Brasil e estamos cada vez mais conectadas e apaixonadas. Tivemos uma conversa franca hoje a tarde que apesar de trazer um assunto bastante chato à tona, ainda assim, achei que ela foi transparente e sincera comigo. Assim, como eu seria com ela se fosse ao contrário. Mal tive tempo de parar mesmo pra pensar sobre tudo que ela falou porque a minha energia e meu foco está em entregar o melhor que eu puder ser em cima do palco hoje. Mas ainda faltam pouco mais de uma hora para o espetáculo começar e enquanto me arrumo repasso a nossa conversa. Fui franca ao dizer que não poderia cobrar nada dela, uma vez que eu também foquei em mim e na realização dos meus sonhos. Acho que pensar em compromisso, ficou ainda mais fora de cogitação, pelo menos pra mim nesse momento. Se tudo correr bem serão dois meses em São Paulo, uma temporada no RJ e ainda esse ano pode ser que viajemos para outros estados e pode ser que ela fique um tempo fora do Brasil ou talvez até queira morar fora. Por conta disso, não há espaço para pensar em compromisso. Está bom assim do jeito que está, até que ambas tenhamos mesmo uma certeza de que toda essa paixão que estamos sentindo uma pela outra, nos faça querer algo maior. E mesmo que sejamos só "ficantes", isso não quer dizer que eu não a esteja levando a sério, pelo contrário. A prova foi eu ter dado o meu convite vip para ela vir. Acho que é a primeira vez que me apaixono, sem que a minha vida vire de cabeça pra baixo, focando somente na outra pessoa. Diferente do que aconteceu nos dias e meses que se sucederam depois que eu voltei pro Brasil, mesmo à distância nós nos mantivemos conectadas. E estou lindando bem e com naturalidade esse processo de nos conhecer verdadeiramente. Talvez seja essa Luiza madura que hoje habita em mim e que se coloca e se ama em primeiro lugar e não quero abrir mão dessa independência emocional que conquistei a duras penas depois de alguns fracassos amorosos.

Trinta minutos antes do espetáculo começar, no camarim...

(Di) – E aí miga, tudo certo? Você tá linda!

(L) – Você também está um arraso. Tá tudo bem sim, agora é só respirarmos fundo que vai dar tudo certo. Seu boy taí, né? Ele te mandou mensagem?

(Di) – Sim, mandou. Ai dele se não tivesse vindo. Pra mim já era!

(L) – Nossa tô super curiosa para saber o que a Valentina vai achar do espetáculo. Não só porque estou apaixonada por ela, mas porque ela já viu outras apresentações, inclusive fora do Brasil, então tem um repertório, sabe?

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora