Capítulo 2 - Troca de olhares

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POV Valentina Albuquerque

Faltava ainda um tempinho para o horário que marquei com a Giovana. Antes de ir até o bar, sentei-me na escada da fonte, localizada no centro da praça, e me juntei aos diversos desconhecidos que estavam ali. Alguns conversavam, outros escutavam música no celular, enquanto outros apenas apreciavam o ambiente. Retirei minha máquina fotográfica da bolsa e comecei a clicar tudo que chamava minha atenção naquele lugar especial. O cair da noite estava lindo: o céu tingido de lilás exibia algumas "pinceladas" de rosa. A luz amarela iluminava algumas das edificações ao redor da praça, compondo um cenário perfeito para uma noite que apenas começava.

Depois de alguns cliques, parei por um instante para revisar as fotos que havia acabado de tirar. Foi quando senti uma mão tocar meu ombro, acompanhada de uma voz que disse:

- Le tue foto sono belle (As suas fotos são bonitas) – Ele se agachou para falar atrás de mim. 

(V) - Grazie, (Obrigada) - Parei o que estava fazendo olhei pra trás e agradeci.

- Sei brasiliana, vero? (Você é brasileira, né?) – O rapaz com sorriso nos lábios me pergunta.

(V) - Si, io sono. (Sim, eu sou). - Aproveito pra praticar meu italiano quase nulo...rs

- L'ho capito dal accento. (Reparei pelo sotaque). Qui ciò che non manca sono posti belli da fotografare. (Aqui o que não falta são lugares lindos para fotografar). 

(V) - È vero. - Sorrio com simpatia.

- Posso sedermi qui con te? (Posso me sentar aqui com você?) -  Ainda agachado ele sorri e parece bem interessado em me conhecer.

(V) - Eu tenho que ir. Tenho uma amiga me esperando - Me levanto e ele também e consigo reparar melhor no seu físico. Ele parece ser mais jovem que eu, bem mais alto (o que não é muito difícil..rs), cabelos curtos e ondulados, olhos azuis bem claros e corpo esguio.

- È giusto. Spero che ti goda bene la nostra bella Italia. (Está certo, espero que aproveite bem nossa bela Itália). Molto piacere, Romeo (Muito prazer! Romeo) - Ele estica o braço para me cumprimentar e beija a minha mão me deixando sem graça.

(V) -  Lindo nome! Ciao Romeo. ( Tchau Romeo). - Coloco a minha câmera na mochila e a ajeito no ombro para sair dali.

- Non mi hai detto il tuo nome. (Você não me falou teu nome).

(V) -  Valentina. - Sorrio.

- Che nome bellissimo, proprio come i tuoi occhi, che sono altrettanto belli. (Que nome belíssimo, assim como os olhos também são lindos.)

(V) - Grazie!  - Sorrio sem jeito com o galanteio dele, acho que sou melhor em flertar com mulheres... - Sorrio internamente.

Desço alguns poucos degraus e saio pensando no que a Giovana já comentou comigo várias vezes sobre os italianos e agora entendo perfeitamente. Ela sempre fala que são muito comunicativos, expressivos e galanteadores. O Romeo estava me paquerando, mas diferente dos brasileiros, ele fez isso de forma respeitosa, sem me fazer sentir objetificada. Pode ser que eu tenha dado sorte, não sei. Mas, provavelmente se eu não tivesse o compromisso com a Giovana, não me importaria de ficar ali conversando mais com ele. E não porque eu tenha me interessado, afinal, eu gosto e só me interesso por mulheres. Mas acho fascinante conhecer pessoas de culturas e lugares diferentes. Essa viagem mal começou e tenho uma intuição que me trará muito coisa boa.

Caminho em direção ao bar onde marquei de encontrar minha grande amiga. Ele fica em uma esquina e tem algumas mesas na calçada, debaixo de ombrelones. Um garçom simpático me atende assim que me aproximo e indica uma mesa livre na área externa, justamente onde eu queria ficar, porque a temperatura está muito agradável. Coloco minha mochila em uma cadeira ao lado, deixando outra livre para a Giovana se sentar. Não vejo a hora de poder abraçá-la.

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora