Será amor? (VALU)

Capítulo 50 - Mar

POV Luiza Campos

Tudo que a Valentina comprou pra mim ficou perfeito, pelo visto ela conhece mais de mim do que imaginei, tem bom gosto e soube como valorizar meus pontos fortes com essas simples peças de roupa. Isso só reforça mais o quanto o olhar dela é diferenciada e ficou apurado depois de trabalhar anos com moda e fotografar mulheres lindas, mais um ponto pra fotógrafa mais gata que eu conheço. Achei que a gente fosse embora agora pela manhã, claro que já estava sofrendo só de pensar isso. Mas, ela não dá ponto sem nó. Não faria qualquer sentido ela me trazer nesse lugar se não fosse já com a intenção de passar a noite e o dia comigo. E escolheu praia, que é o lugar que mais amo estar depois do palco. Saio do banheiro pronta para pegar praia com a mulher que me fez suspirar a noite inteira de prazer e felicidade. Ela me faz sentir a mulher mais linda e gostosa do mundo na cama e a nossas trocas, desde ontem quando nos reencontramos, têm sido perfeitas.

Preciso botar o pé nem que seja um pouquinho na realidade e pego meu celular para avisar a minha família que estou bem e que ficarei com a Valentina hoje o dia todo. Ainda não falamos sobre os planos de até que horas ficaremos, mas conhecendo o pouquinho que conheço ela nem deve ter pensado nisso direito, está apenas seguindo as suas vontades e fazendo de tudo para me agradar e matar essa saudade que está longe de ser resolvida com uma única noite. Assim que aperto para abrir a tela, vejo duas ligações perdidas da Mari. Me sinto um pouco estranha em relação a isso, apesar de não ter rolado nada além de um selinho entre a gente. Era com ela que ia sair ontem, e se não fosse o tal acidente que lotou o hospital de feridos e a deixou indisponível, eu não estaria aqui com a Valentina. A Mari é uma mulher incrível, extremamente educada, gentil e a minha dívida com ela será eterna. Pode parecer bobagem, mas com um simples puxão ela impediu que acontecesse algo que poderia ser grave comigo. Claro que não estava saindo com ela só por conta de gratidão, ela fez por merecer a minha companhia, pois todas as vezes que estivemos juntas ela me fez bem. Talvez, se eu não estivesse completamente apaixonada pela Valentina, eu teria sim ficado com ela. Mais velha, madura, ciente do que quer da vida, são muitas as suas qualidades...isso é inegável. Mas a volta da Valentina me tirou literalmente o chão, me deixou desnorteada e fora de órbita. Sinto, assim como lá na Itália, que a nossa conexão tem algo de especial e diferente. E realmente não tem como negar que essa conjunção de fatores me leva crer, que esse encontro entre mim e a Valentina, pode ser algo de fato já escrito. Ou não, eu posso estar cega de paixão e foi só mais uma coincidência que me fez estar bem na hora que a Valentina chegou destruidora de corações em cima daquela moto com esse macacão vermelho maravilhoso, que fiz questão que ela tirasse pra mim duas vezes nessa madrugada. Não tenho como fugir de me encontrar com a Mari antes de eu viajar, acho que ela merece essa consideração, então mando uma mensagem prometendo que assim que possível, vou ligar pra ela para combinarmos de nos vermos amanhã se ela puder, claro. Na hora que estou enviando a mensagem a Valentina entra e me olha como se já soubesse com que eu estava falando. Nossos olhares se cruzam, mas dessa vez não consegui desvendar o que tinha de intenção por trás daqueles lindos olhos verdes. Dou enviar na mensagem e fico com ele na mão enquanto nos olhamos.

(L) – Oi linda! Deu certo? Conseguiu garantir nosso café da manhã? – Pergunto e solto um sorriso.

(V) – Consegui sim. Vamos? – Ela não sorri de volta dessa vez e sinto que tem alguma coisa a incomodando, porém não pergunto.

(L) – Eu preciso só mandar mensagem para os meus pais avisando que estou com você e passarei o dia fora.

(V) – Ahhh achei que você estivesse fazendo isso agora quando eu entrei. – Ela me fala e seu olhar é ainda indecifrável pra mim.