𝖽𝖾𝗓𝖾𝗌𝗌𝖾𝗍𝖾.

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MESSAGES, Mason Thames.

- Professor, posso ir ao banheiro? - Sofia perguntou ao professor de espanhol. Ele concordou, pedindo que a mesma fosse rápida.

Sofia então se levantou, saiu da sala de aula e foi até o banheiro mais próximo.

Entrou em uma das cabines e fez suas necessidades. Porém, um barulho que parecia ser de choro se fez presente no ambiente. Sofia abriu a cabine lentamente e se deparou com a vista de Blair Smith chorando, bem ali em sua frente. Seus olhos estavam vermelhos e seu rímel borrado.

Sofia e Blair não haviam se visto desde o último dia de aula antes das férias de inverno, quando a loira a humilhou e manchou uma de suas blusas favoritas, e quando Sofia finalmente a vê, ela está nesse estado.

"O que será que aconteceu durante as últimas semanas?" Sofia se perguntou, franzindo o cenho.

Ela poderia apenas ignorar e ir para a sala, mas sua mania de ajudar todo mundo falava mais alto. E assim ela fez.

- Blair? Você 'tá bem? - perguntou calmamente, sentindo um leve medo de sua resposta. A loira nunca foi muito amigável com Sofia, então era de se esperar que ela desse uma patada.

- Sofia? - Blair se virou e a olhou, assustada. Secou com as próprias mãos suas lágrimas que insistiam em cair de seus olhos claros.

- Você está bem? - A morena repetiu a pergunta.

- Não é da sua conta. Você nem se importa.

- Olha, Blair, por mais que você tenha sido uma idiota comigo, eu me importo sim, e eu quero te ajudar se você deixar.

Ela abaixou a cabeça.

- Desabafar é bom. É como tirar um peso das próprias. - Sofia fez um leve carinho no ombro da loira. - Enfim, eu não vou te obrigar a me contar nada, mas espero de verdade que você fique bem. - Sorriu sem mostrar os dentes.

Quando Sofia se virou para sair, ela sentiu uma mão agarrar meu braço.

- Meus pais vão se divorciar. - Admitiu ainda de cabeça baixa.

- Sério? Por quê? - Perguntou.

E então, as duas estavam sentadas no chão do banheiro, em um cantinho onde ninguém poderia vê-las.

- Meu pai traiu a minha mãe e eles vão se divorciar - Fungou. - Por um lado é bom, porque eu vou parar de ouvir as brigas deles.

Sofia assentiu com a cabeça.

- Só que eles estão brigando na justiça pela minha guarda, e o meu pai está em vantagem porque ele tem um bom emprego e ganha muito dinheiro. E é exatamente isso que me preocupa, Sofia.

- Por que isso te preocupa? - Perguntou.

- Ele me bate. Me bate quando eu tiro notas ruins, quando eu chego tarde em casa, quando a gente discute, quando eu quebro algo... ou simplesmente quando ele está bravo e só quer descontar em algo. - Suspirou, passando a mão nas bochechas para enxugá-las e continuando. - A minha mãe já 'tava querendo se divorciar a um bom tempo, essa traição foi só o estopim. Eu não quero ter que ficar com ele, Sofia.

Sofia não disse nada. Apenas ficou em silêncio, deixando-a falar.

- Mas em compensação, a minha mãe é muito boa comigo. Ela fica ocupada no trabalho o dia inteiro, e quando chega, está morta de cansada. Eu quase não falo muito com ela, mas ela é uma boa mãe. Sempre tenta me entender. - Sorriu fraco.

Então, ela olhou para Sofia pela primeira vez desde que começou a desabafar.

- Quando você brigou comigo naquele dia, sobre eu não ter a atenção dos meus pais e querer receber isso na escola, eu fiquei mal 'pra caralho. Fiquei mal porque sabia que era verdade. E eu passei as férias de inverno inteiras com isso na minha mente. - Confessou.

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