𝗎𝗆.

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MESSAGES, Mason Thames.

- Então já está tudo resolvido? - A mulher perguntou, entregando o papel recém assinado para a mais velha sentada do outro lado da mesa.

- Sim. - Confirmou a ruiva, que deveria ter uns quarenta e poucos anos. - Ela começará nesta segunda-feira. Antes da aula começar, passe aqui na diretoria para pegar seus materiais didáticos, querida. - Deu um sorriso acolhedor.

- Certo. Muito obrigada. - Ambas as Monteiro sorriram. As duas tão parecidas uma com a outra, que qualquer um que chegasse ali naquele momento presumiria que eram mãe e filha.

Martha e Sofia se retiraram da diretoria de Juleston e se dirigiram até a saída do grande colégio, que parecia ainda maior agora que estava vazio. Sofia não pôde deixar de ficar admirada com o lugar, olhando atentamente ao seu redor, tentando gravar o máximo possível de informações sobre o local para assim, não ficar tão perdida em seu primeiro dia de aula.

Mudar de colégio no meio do ano letivo era algo que definitivamente não estava nos planos de nenhuma das duas, porém era impossível não fazê-lo quando se tinha um professor de matemática assediando alunas tão descaradamente e uma diretora indiferente, mesmo com as provas debaixo de seu nariz.

Sofia nunca chegou a ser vítima daquele sujeito e agradecia a Deus por isso. Mas eram tantas as provas e as testemunhas, que não só Martha como várias outras mães, em forma de manifestação, pediram a transferência de seus filhos para outros colégios.

Claro, não era fácil encontrar vagas em outras escolas na metade do ano letivo. Porém, Isla, mãe de Heloísa - melhor amiga e vizinha de Sofia desde pequenas - era amiga de longa data de Michelle Silver, diretora de Juleston, um dos maiores colégios da cidade. Ao tomar conhecimento da situação, a ruiva abriu uma exceção para as amigas.

Já no carro, Sofia e Martha cantavam algumas músicas antigas, costume das mesmas desde que a mais nova era apenas uma criancinha, ainda no Brasil. Sofia sentia uma nostalgia enorme ao escutar aquelas músicas. Lembrava das festas em família, da feijoada que sua avó fazia, de pegar no sono mesmo com a música alta ecoando no ambiente. E como ela sentia falta disso...

As duas eram naturalmente brasileiras, mas se mudaram para San Diego, na Califórnia, quando a garota tinha apenas sete anos de idade. O pai de Sofia, Eduardo, era estadunidense, mas por ter pais brasileiros, viveu boa parte de sua vida no país latino-americano.

Sofia se lembrava perfeitamente de como foi difícil para ela, com apenas sete anos, receber aquela notícia, de que iria se mudar e deixar tudo para trás: sua casa, seus amigos, parentes...

- Essa eu sei de cor! - Ela sorriu quando viu que "Decida" começou a tocar no carro. Se lembrava da avó quando escutava essa. E então, cantarolou, logo sendo acompanhada pela mãe: - Sente aqui comigo no sofá...

A casa das duas não ficava tão longe do colégio de carro, então não demorou para que chegassem. Ao entrar em casa, Sofia soltou um suspiro aliviado.

- Pronto, filha. Você está livre daquele inferno. - Martha disse, falhando miseravelmente ao tentar imitar a voz da filha quando disse a palavra "inferno", arrancando uma risada da outra.

Palavras essas que eram proferidas com frequência pela mais nova. Ela odiava o antigo colégio. Com todas as suas forças. E nem tentava disfarçar.

Bullying, assédio, ventiladores terrivelmente sujos - o que fazia com que a rinite da garota vivesse atacada.
Toda essa confusão envolvendo o professor foi apenas o estopim para que ela largasse de vez aquele lugar.

MESSAGES | Mason ThamesOnde histórias criam vida. Descubra agora