Leandro narrando:
Olhando para o relógio na parede da sala, imaginei que naquele momento, minha pequena estaria recebendo a surpresa que preparei para ela. Confesso que não foi fácil convencer o casal de idosos a mentir para Isabella. Mais ainda o senhor Osvaldo, que despejou um caminhão de xingamentos e ameaças em cima de mim antes mesmo que eu falasse o porquê de estar ligando, mas graças aos céus consegui convencê-los. Tenho que assumir que o velhinho é cabeça dura, mas me agrada muito ver o quanto minha pequena é amada e querida por todos que a cercam.
A casa se encontrava uma bagunça nesse momento, o que já era de se esperar de seis homens e meio reunidos. Claro que eu sempre tive uma certa mania de organização, algo que minha pequena fazia questão de alfinetar, contudo me deixei levar pelas brincadeiras de Guilherme, o que nos resultou na casa completamente ensopada após uma brincadeira de guerra de água.
Tudo começou após Guilherme encontrar algumas arminhas de brinquedo de Nicolas, e usá-las contra Bernardo. Meu sogro que não leva desaforo para casa, revidou e se aproveitou para atirar em mim "acidentalmente", até tentei ignorar e continuar fazendo comida para almoçarmos, mas outro jato certeiro de água gelada nas minhas costas, me incentivou a jogar um copo de água em Guilherme que ria como uma hiena com Bernardo. Meu irmão revidou, e a bagunça piorou quando Alex apareceu na cozinha, seguido do meu pai que estava colocando Nicolas para dormir.
Nesse momento o almoço nem importava mais, voltamos a ser meninos e nos dividimos em equipes, transformando a casa em um verdadeiro campo de guerra. Eu e meu pai, contra Guilherme, Alex e Bernardo. Passamos algumas horas nessa brincadeira, parando apenas quando Nicolas acordou exigindo ser alimentado. Agora a casa se transformara em uma grande bagunça, que eu com certeza obrigaria Guilherme a limpar. Contudo isso não me preocupava tanto, já que a segunda surpresa que preparei para minha noiva, será levá-la para a nossa nova casa após o casamento.
Não foi nada fácil esconder de Isabella, que o projeto da casa que construímos juntos, era nada mais nada mesmo que o da nossa própria casa. Principalmente porque a ideia surgiu logo após eu ter vendido meu apartamento na capital e decidir me mudar de vez para o interior a quase dois anos atrás. Apesar de naquela época ainda não haver certeza de como ficaria o nosso relacionamento, eu sabia que seria incapaz de estar em qualquer outro lugar que fosse longe do meu filho e de minha pequena. Então usei o dinheiro do apartamento para comprar um terreno, e comecei construir pouco a pouco uma residência espaçosa onde poderíamos criar nossos filhos e viver confortavelmente aqui neste lugar.
Apresentei a ela o projeto ainda no início dizendo que nosso cliente morava em outro estado, e planejava se mudar para cá apenas quando estivesse tudo pronto. Falei também que ele havia colocado em nossas mãos a responsabilidade de construir uma casa para sua família, conforme achássemos melhor. Até mesmo Bernardo me ajudou quando ela ficou indecisa sobre alguns aspectos, querendo entrar em contato com o tal cliente para que ele desse sua opinião sobre o projeto, meu sogro a assegurou que o conhecia a longo tempo, e que os mesmos conversavam esporadicamente, e que ele estava satisfeito em como a casa estava ficando. Nas últimas semanas Isabella estava tão atarefada com o casamento, que graças aos céus não descobriu que a casa havia ficado pronta, facilitando assim a minha surpresa.
Voltando ao momento atual, eu me encontrava indo para o quarto principal para começar a me arrumar para a cerimônia. Havia acabado de dar banho no Nicolas, e o deixar aos cuidados do meu pai, já que com Guilherme o mesmo certamente se sujaria antes mesmo de sairmos de casa.
Após o banho, comecei a vestir o conjunto de terno, colete e calça azul escuro feito sob medida, especialmente para esse momento. Por baixo coloquei uma camisa branca, um lenço branco no bolso e um pequeno ramo de flores da mesma cor na gola do terno. Por último e não menos importante, uma gravata borboleta também azul que por algum motivo não parecia se aprumar a roupa.
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Lições de amor
RomanceE se, você estivesse no seu último ano da faculdade, e chegasse um novo professor para te dar aulas? E se, por um acaso ele fosse alto, lindo, dono de um sorriso arrebatador, e um olhar intenso, e arrancasse suspiros por onde passasse? E se, você n...