Other Side

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Son, com o coração partido, observou Richarlison sair do apartamento. As lágrimas continuavam a escorrer por seu rosto, criando um rastro salgado em suas bochechas enquanto ele lutava para controlar suas emoções. A sensação de vazio e solidão parecia sufocá-lo, apertando seu peito com força, como se fosse impossível respirar.

Era quase como Richarlison tivesse o levado aos céus com seus beijos e palavras doces, lhe mostrado todas as estrelas de lá com seus toques e carícias somente para lhe derrubar depois como punição.

Cada lembrança dolorosa vinha à tona, como uma faca perfurando seu coração. O perfume de Richarlison ainda impregnado no ar era uma cruel lembrança do que havia sido perdido, uma doce memória que agora se tornava amarga.

Son fechou os olhos com força, tentando reprimir as lembranças dolorosas que ainda atormentavam sua mente. A saudade de cada momento feliz que compartilharam era como um punhal em seu peito, lembrando-o de tudo o que havia perdido.

Ele se permitiu chorar, deixando as lágrimas caírem livremente, liberando a angústia e o remorso que pesavam em sua alma. Son sabia que tinha que enfrentar as consequências de suas ações, mas também desejava encontrar algum tipo de redenção, algum caminho para reconstruir o que foi quebrado.

O perfume de Richarlison impregnado no seu próprio corpo era uma cruel lembrança do que havia sido perdido. Ele se deitou na cama, desejando desesperadamente que aquele momento nos braços de seu amado durasse para sempre, antes de ser cruelmente arrancado pelas acusações que o dilaceraram.

No entanto, seus devaneios foram interrompidos por uma batida na porta, que o arrancou de seu transe. Son abriu os olhos e um vislumbre de esperança surgiu em seu coração. Aquele som inesperado o tirou de seu transe doloroso, fazendo-o despertar para o momento presente.

Son se levantou apressadamente da cama, sentindo um raio de esperança percorrer suas veias. No entanto, ao dar o primeiro passo em direção à porta, seus pés descalços pisaram nos cacos afiados do vaso de flor-de-maio quebrado, provocando uma dor aguda que ecoou em seu corpo.

Com pressa e ignorando a dor aguda em seu pé ao pisar nos cacos do vaso quebrado, ele chegou à porta e a abriu apressadamente, seu coração acelerado e a dor em seu pé momentaneamente esquecida. Ao deparar-se com Alisson, seu outro brasileiro, foi notável a sua decepção, mas o outro mantinha uma expressão de preocupação estampada em seu rosto.

— Você tá bem? — Perguntou Alisson, seu tom carregado de apreensão. Son assentiu com a cabeça, oferecendo espaço para Alisson entrar. — Meu Deus! O que aconteceu com o seu pé? — Alisson exclamou, chocado com a visão do sangue respingando no chão. Son respondeu com um estalo de língua, sentando-se na borda do sofá e elevando o pé machucado para que pudesse avaliar os danos. — Foi o Richarlison? Ele fez isso com você? Ele te machucou?

Son olhou para Alisson, a confusão pairando em seus olhos enquanto processava a pergunta repentina.

— O que? Não!

Alisson olhou para Son com um misto de preocupação e desconfiança, como se achasse que havia mais do que o coreano estava disposto a revelar. No entanto, ele decidiu respeitar a resposta de Son por enquanto, sabendo que o amigo compartilharia sua verdade quando estivesse pronto.

— Romero me disse que vocês brigaram feio, que ele estava agressivo e neurótico... Fiquei preocupado com você.

— Não, realmente, está tudo bem. — Son respondeu, sua voz vacilante ao tentar transmitir segurança, enquanto a tristeza se refletia em seu olhar. — É só que...

Antes que pudesse concluir sua frase, as lágrimas começaram a fluir, incapazes de serem contidas por mais tempo. Son se permitiu chorar, deixando que toda a dor e vulnerabilidade emergissem. Foi nesse momento que Alisson se aproximou dele, envolvendo-o em um abraço carinhoso.

Here Comes The Sun (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora