Emotional Tightrope

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Son percebia uma certa tensão sobre Kane, conhecia o amigo com a palma de sua mão e sabia quando algo lhe estava incomodando, mas ele resolveu não pressionar, principalmente por estarem na frente de seus amigos e colegas. Então ele levou o dia com risadas e brincadeiras, mas Kane apesar de brincalhão se sentia prestes a inflar e explodir. Quando son sentiu seu braço ser agarrado pelo inglês e arrastado para um lugar longe dos ouvidos atentos de seus companheiros de time, sabia que algo sério estará por vir e sentiu imediatamente o seu coração acelerar. A expressão séria e preocupada no rosto de Kane era inconfundível. Enquanto Kane começava a falar, Son sentiu um nó se formar em seu estômago.

— Son, eu tenho uma coisa pra te falar.

Son franziu a testa, preocupado com a seriedade repentina de Kane.

— O que aconteceu? É sobre a investigadora?

— Não, sobre o Paul. — Kane olhou nos olhos de Son com seriedade, tinha tristeza e mágoa no seu olhar. — Nós o matamos. — Ele murmurou fazendo Son franzir o cenho.

— Do que você tá falando?! — Perguntou igualmente baixo, ainda confuso.

Ele percebia Kane com os olhos marejados e olhar confuso.

— Quando pegamos o notebook, nós o condenamos a morte. — Aquilo tão pouco fazia sentido para Son que negou com a cabeça e os olhos arregalados, então Kane prosseguiu. — Meu pai mandou alguns homens vasculharam o quarto dele atrás do notebook, quando não acharam, decidiram fazer ele falar e...

— Kane, o que você tá falando? O seu pai matou o Paul?! — Ele perguntou sentindo a adrenalina fluir pelo seu sangue, uma intensa agonia em seu peito e um desejo de gritar aquilo.

— Não! Ele não. — O inglês tentou argumentar em favor do pai. — Foram os homens dele que-

— Foi o seu pai! — Son falou de forma afobada, não deixando Kane continuar em defesa ao próprio pai.

O rosto do inglês caiu, seu olhar fixo no chão enquanto um suspiro pesado escapou de seus lábios. Son percebeu que Kane estava à beira de desmoronar em lágrimas, então cuidadosamente o conduziu para debaixo das arquibancadas, onde poderiam continuar a conversa sem serem observados pelos olhares atentos de seus colegas de equipe.

Kane não conseguia mais segurar as lágrimas e, uma vez sob as arquibancadas, ele se deixou levar pela emoção. Son o abraçou fortemente, deixando que o amigo desabafasse. A dor de Kane era palpável, e Son compartilhava do sofrimento, mas não da empatia que Kane sentia pelo pai.

— Eu sinto muito, Kane. — Son murmurou, mantendo o abraço reconfortante. — Meu Deus, isso é tão terrível.

— Sonny, o papai nunca faria isso de propósito. Deve ter sido um erro, um acidente... — Kane murmurou, suas palavras carregadas de carinho e negação em relação ao envolvimento de seu pai em algo cruel. Ele queria proteger a imagem do pai, apesar das evidências que apontavam na direção contrária.

Son suspirou, ainda segurando Kane com firmeza. Ele compreendia o dilema emocional do amigo, pois tinha suas próprias complexidades em sua relação com seu pai.

Eles se separaram um pouco, apenas se encarando com uma compreensão mútua e ver os olhos marejados do Kane refletindo a si mesmo era quase como se olhar num espelho distorcido. Ele não era Harry e o senhor Woong-Jung definitivamente não era o senhor White-Kane, mas ainda assim tinha uma certa semelhança nos dois garotos buscando pela validação de seus respectivos pais a todo custo.

— Kane? — Ele murmurou ainda acariciando o ombro do amigo com um olhar penoso.

— Sim?

— Você precisa contar o que sabe. — Suas palavras eram duras quase como um ultimato e Kane o encarou em choque.

Here Comes The Sun (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora