I Don't Want To Talk About It

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Com um suspiro pesado, Son repousou a cabeça no ombro reconfortante de Richarlison. Sentir a presença do brasileiro ali, acolhendo-o em silêncio, trouxe uma sensação de alívio e segurança. Richarlison, com toda a delicadeza, entrelaçou suas mãos nas de Son, oferecendo-lhe um toque suave e acolhedor.

Nenhum deles precisava falar naquele momento. As palavras seriam desnecessárias e talvez até insuficientes para expressar todo o apoio, cuidado e compreensão que estavam ali sendo transmitidos através daquele gesto singelo. As mãos entrelaçadas falavam por si, contando a história de amor entre eles.

— Vamos? — Son tirou a cabeça de seu ombro lhe dando um sorriso tristonho.

Mesmo não se sentindo completamente bem, ele estava determinado a manter a compostura e seguir em frente. As palavras de Kane ecoavam em sua mente, incentivando-os a não deixar que Forster arruinasse a noite deles.

Richarlison assentiu com um olhar solidário, compreendendo a vontade de Son de seguir em frente apesar do episódio desagradável.

Com determinação, Son e Richarlison voltaram para a mesa, enfrentando as expressões preocupadas dos colegas que ainda estavam lá. Kane os recebeu com um largo sorriso, demonstrando seu apoio incondicional, e os outros também se mostraram solidários com a situação.

— Está tudo bem, Sonny? — Perguntou Kane, enquanto estendia a mão para apoiá-lo.

— Sim, estou melhor agora. — Respondeu Son com sinceridade, apertando a mão de Kane com gratidão.

Richarlison também sentiu o calor da recepção calorosa dos amigos e sorriu, mesmo que ainda houvesse um resquício de tristeza em seu coração. Aos poucos, aquela nuvem negra deixada por Forster ia se dissipando, dando lugar à alegria e à comemoração novamente. Son mantinha-se ocupado com as bebidas, e Richarlison também bebia, mas de forma mais moderada.

O brasileiro não se preocupava com a quantidade de álcool que Son estava ingerindo, pois o coreano não aparentava sinais fortes de embriaguez. Pelo contrário, ele se mostrava animado, conversando e sendo excepcionalmente carinhoso com Richarlison. Por vezes, o coreano o pegava olhando para si com um sorriso no rosto, e outras vezes o surpreendia com beijos e mordiscadas no pescoço.

Richarlison não era exatamente a pessoa mais demonstrativa em público, mas ele recebia bem as demonstrações de carinho de seu namorado. Naquela noite, com o apoio dos amigos e a conexão especial que compartilhavam, ele se sentia seguro para deixar suas defesas um pouco de lado e aproveitar o momento.

O clima descontraído do grupo foi momentaneamente interrompido quando Romero trouxe à tona novamente o assunto da punição de Richarlison, com certa indignação por ele não ter cumprido sua parte.

— Se fosse eu, com certeza vocês tinham inventado uma punição absurda! — Ele falava alto em tom cômico, provocando risos entre os colegas. — Vocês estão muito frouxos! Olha o que vocês fizeram com o Cho.

O coreano sorria levemente, mas o comentário de Romero trouxe à tona memórias da sua própria iniciação, e o sorriso de Son desvaneceu um pouco.

— Vocês rasparam a cabeça dele e tudo mais! Cadê a ameaça de morte? A xenofobia? — Romero continuou, sua voz carregada de brincadeira, mas havia um leve tom de desafio.

Richarlison olhou para Son com uma expressão preocupada, lembrando-se de quando ele contou sobre sua iniciação e como isso quase o fez desistir da bolsa de estudos. Ele não queria que o namorado fosse lembrado daquilo de forma tão brusca.

No entanto, antes que a situação pudesse ficar mais tensa, Son deu um sorriso e respondeu com leveza.

— Acho que eles estão mais conscientes sobre essas coisas agora. — Ele brincou, tentando dissipar qualquer mal-estar no ar.

Here Comes The Sun (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora