Pity Look

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Acordar cedo ainda era uma tarefa terrível para o brasileiro, mas sentir-se envolvido no abraço reconfortante de Son logo pela manhã era uma sensação indescritível.

O coreano mantinha os seus corpos colados numa espécie de conchinha, mantendo o brasileiro próximo a ele, o abraçando pela cintura. O calor dos corpos se mesclava, criando uma atmosfera de intimidade e afeto, e cada batida do coração de Son transmitia uma serenidade que acalmava Richarlison.

O quarto estava iluminado pelos primeiros raios de sol da manhã, criando um cenário suave e acolhedor. Richarlison despertou lentamente, sentindo a paz do abraço de Son e o aroma suave de sua pele. Ele se permitiu ficar mais um instante envolvido naquela sensação reconfortante, como se quisesse congelar aquele momento no tempo, mas sabia que precisava se levantar.

Com cuidado para não perturbar o sono do coreano, o brasileiro se desvencilhou do abraço e se afastou com suavidade. Ele se posicionou de forma que pudesse admirar o rosto angelical de Son dormindo. Os traços suaves e tranquilos do coreano pareciam ainda mais serenos à luz do amanhecer, e Richarlison não pôde deixar de sorrir com a imagem.

Seu rosto angelical, ainda imerso nos sonhos, não entregava os momentos de intimidade compartilhados na noite passada; ao contrário, exalava tranquilidade e inocência. Mas Richarlison sabia, como ninguém, a verdadeira essência de Son.

Com cuidado e amor, ele depositou um beijo na testa de Son, provocando um despertar suave que revelava o seu sono leve.

— Desculpa, Sonny. Te acordei? — Sua voz estava repleta de carinho e preocupação.

— Que horas são? — Ignorando a sua pergunta, o coreano disse com a voz ainda rouca.

Naquele dia em específico, o brasileiro tinha combinado e tomar café da manhã com clair e exclarecer de uma vez por todas as sua dúvidas e declarar um término para o breve relacionamento que tiveram.

— Tá muito cedo, pode dormir um pouco mais. — Disse o brasileiro com ternura, depositando um beijo suave na testa de Son antes de se afastar da cama.

O coração de Son se apertou quando viu Richarlison se preparar para sair, queria um pouco mais de carícia e passar o manhã inteira sentindo o seu aconchego. Ele se sentou na cama, coçando os olhos sonolentos enquanto observava o brasileiro se vestir.

— Aonde você vai? — A voz do coreano soou suave, ainda embalada pelo sono, mas com um toque de inquietação evidente. Seu olhar buscava entender a situação, e a preocupação se tornava visível em seus traços.

Richarlison sentiu o ímpeto de mentir sobre o encontro, ou talvez apenas omitir a pessoa com quem iria se encontrar. Não queria trazer fantasmas do passado para o relacionamento deles ainda tão frágil, que se reconstruia a passos lentos.

Mas decidiu dar um basta naquela rede de mentiras dentro do relacionamento com Son. Ele queria pôr tudo às vistas, mostrar a Son que não tinha o porquê mentir e que, acima de tudo, ele merecia a verdade.

— Eu tenho um encontro, Sonny. — Respondeu, enfrentando o olhar do coreano com sinceridade. — Vou me encontrar com a Clair para esclarecer algumas dúvidas e encerrar de vez o que tivemos.

Son franziu o cenho, sentindo o nó em sua garganta se apertar. A verdade era que, apesar de se mostrar confiante sobre o relacionamento deles, ele também sabia de suas próprias falhas e erros. A insegurança o corroía, e ele ainda temia que aquilo pudesse abalar o que tinham construído com tanto esforço juntos. Tinha medo de que Richarlison pudesse se afastar, que não estivesse tão envolvido quanto ele, ou pior, que o brasileiro se deixasse levar pelas palavras diferida por Forster e quisesse de alguma forma lhe ferir também.

Here Comes The Sun (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora