Here Comes The Sun (2son)

Rebellion Act

Son saiu do banho, sentindo o frescor da água em sua pele e um alívio momentâneo da exaustão que o havia dominado durante o treino. Ele se vestiu com roupas limpas, permitindo-se um breve instante de normalidade em meio ao turbilhão emocional que enfrentava.

Ao sair do banheiro, seus ouvidos captaram as palavras em coreano vindas da conversa de seu pai ao telefone. Ouvindo as palavras em coreano vindas da conversa de seu pai ao telefone, Son percebeu que não era nada de importante, apenas uma conversa casual com um amigo. Ele suspirou, sentindo a tensão em seus ombros se dissipar um pouco. Mesmo que não fosse uma conversa direcionada a ele, a presença do pai ainda exercia uma influência constante em sua vida.

Ele escolheu se tornar um ouvinte passivo, permitindo que as palavras fluíssem enquanto ele se sentava em um banco próximo. A espera pelo fim da ligação era uma espécie de pausa, um intervalo momentâneo de paz em meio ao turbilhão de emoções que havia experimentado. Son tinha em mente sua promessa de encontrar Richarlison após o treino, uma perspectiva que lhe trazia conforto em meio às incertezas que o cercavam.

Quando a conversa no celular finalmente chegou ao fim, o pai lhe chamou atenção com um estalo de língua, enquanto se preparava para fechar o local.

- O que está pensando em comer no jantar? - O pai dele lhe perguntou, deixando claro que tinha intenção de passar a noite no apartamento do coreano.

Mesmo que o senhor Woong-Jung tivesse assegurado para seu filho que a sua estadia se limitaria a uma noite, o coreano não pôde evitar sentir desconforto ao pensar em seu pai em hotéis baratos. Por isso, ele decidiu tê-lo como colega de quarto até que seu pai pudesse encontrar um lugar mais adequado para ficar. Era uma demonstração do cuidado e do desejo de manter o conforto de seu pai, mesmo que isso significasse um pouco de inconveniência para ele mesmo.

- Não vou jantar em casa hoje. Vou sair com alguns amigos.

- Quais amigos? - Perguntou o pai de Son, olhando-o com um misto de curiosidade e desconfiança. Ele estava acostumado a manter um controle rigoroso sobre a vida do filho e não era do tipo que gostava de surpresas ou atividades sociais que não estivessem relacionadas ao futebol ou aos estudos.

- Alguns colegas de time... Maddison, Mickey, Romero, Dier... Richie. - O último nome ele falou um pouco mais baixo.

O pai de Son recebeu a listagem de nomes com um olhar de reprovação, as sobrancelhas franzidas indicando que ele não estava satisfeito com a companhia que seu filho escolhera. A desconfiança estava presente em seus olhos enquanto avaliava a resposta do coreano.

- Mickey? Cuidado. - Ele disse num tom suave e desconfiado, fazendo Son ficar confuso.

- Como assim?

- É que eu ouvir dizer que ele é meio... Alegre. - Ele soltou um riso sarcástico enquanto Son sentiu um frio percorrer todo o seu corpo quando percebeu do que se tratava.

- Eu também sou alegre. - Ele murmurou baixo soltando um suspiro.

O pai se virou abruptamente, lançando um olhar de cima a baixo em Son, sua expressão fechada e confusa.

- Não é não. Eu vi ele andando abraçado com um rapazinho antes do treino. E sabe, não como amigos. Ele é alegre de um jeito diferente.

O coração de Son acelerou enquanto tentava processar as palavras do pai. Ele sentiu uma onda de desconforto e ansiedade, preocupando-se com o que seu pai poderia estar insinuando. O silêncio pairou entre os dois por um momento, antes que seu pai continuasse com um olhar avaliativo.

- Espero que você saiba escolher suas amizades com sabedoria, Heung-min. A reputação é importante, e você é um exemplo para os outros jogadores.

Son se sentia pequeno, como se estivesse prestes a desabar. Embora o criticismo de seu pai não fosse diretamente relacionado à sua própria sexualidade, ele se sentiu extremamente constrangido. As palavras de seu pai pareciam formar um véu de julgamento e expectativas ao seu redor, e ele imaginava como reagiria se soubesse que, na verdade, estava indo encontrar o namorado.