Rascunho Vinte e Um

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meta de cometarios: 70 🔒
se acaso de madrugada
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n A r R a D o R
𝗯𝗮𝗿𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝘁𝗶𝗷𝘂𝗰𝗮, 𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗷𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼

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Clarissa não sabia exatamente o que sentir, nem o que falar. Ficaram alguns segundos, apenas absorvendo que ela estava certa e que, de alguma forma, ele estava bem ali, parado a sua frente. Sua mente era um belo quadro em branco, por não saber o que estava pensando com clareza. Coçou a garganta, e respirou fundo, olhando ao redor e vendo alguns olhares curiosos.

— Eu estava certa esse tempo todo. — Sussurrou, baixando a cabeça e encarando as mãos embaixo da mesa. Riu sem humor, negando devagar.

— Não sabia se desconfiava de mim, precisei vir te encontrar e tirar as conclusões. — Ele murmurou, deixando o documento sobre a mesa e cruzando os braços. — É um prazer, finalmente te conhecer.

— Você tem alguma psicopatia? — Pergunta, elevando o olhar a ele. — O que você tá fazendo aqui, e porque criou esse maldito fake? — Alterou um pouco a voz, e recebeu alguns olhares curiosos.

— Estou aqui por que você marcou um encontro comigo, e criei por que queria me aproximar de você. — Respondeu com cautela, para que nenhuma palavra fosse tirada de contexto.

Clarissa riu nervosamente, pegou a bolsa e já iria se levantar, quando ele segurou sua mão e a impediu.

— Eu vou embora. — Resmungou.

— Não, ainda não. — Pontuou. Ela se sentiu fraquejando, engoliu em seco e focou nos olhos dele, então sentou-se novamente.

Um turbilhão de pensamentos lhe abateram, quando ela finamente viu a pasta ao lado dele, bebeu um gole da sua água e respirou o mais fundo que conseguiu. Gabriel por sua vez, não estava diferente, só que ele estava conseguindo disfarçar um pouco, mesmo que quisesse abraçar ela e tranquiliza-la.

— Eu trouxe isso. — Sorriu, arrastando o papel até ela e lhe entregando a caneta de sua marca.

— Está me processando? — Pergunta receosa. — Eu juro que paro de escrever, e nunca mais saberá do meu nome.

— Oque? não! — Franziu o cenho. — Não quero que pare de escrever, e muito menos estou processando você, eu seria infantil se fizesse isso.

— Foi infantil quando me enganou e criou um fake. — Retrucou, não baixando a guarda e preparada pra fugir a qualquer segundo.

— Tô ouvindo esse mesmo sermão a dias. — Revirou os olhos. — Você tá parecendo a Thais.

— Que Thaís? Você enganou outras autoras também? — Clarissa perguntou, sentindo as mais suarem e temendo a resposta.

— Thais é a minha melhor amiga, e trabalha pra mim resolvendo as minhas burradas. — Respondeu, dando um risinho baixo. — Relaxa, você é a única que conheci Claris.

A forma que ele disse isso, atingiu em cheio o estômago dela. O que é estranho, já que as palavras atingem os ouvidos, o coração, mas nunca o estômago. Não negaria que se sentiu genuinamente feliz, nem que aquilo abasteceu seu lado clichê de fã e ídolo reunidos em uma cafeteria. Será que a personagem, da fanfic que criou sobre essa situação, riria disso é o menosprezaria; ou ficaria como ela, uma pilha de nervos.

Ela não sabia se perguntava ou não, o que tinha dentro daquela pasta, não sabia se corria e fugia, ou se permanecia ali. Parte sua, queria um autógrafo é uma selfie, outra parte queria xingar.

𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥 𝐅𝐚𝐤𝐞  ━━ GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora