Rascunho Trinta e Oito

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meta de cometarios: 60 🔒
lingerie da cor do fim de tarde, quem te ensinou o caminho até mim?
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c L a R i S s A
𝗯𝗮𝗻𝗴𝘂, 𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗷𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼

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Acho que troquei de roupa umas dez vezes, pra poder chegar a conclusão de que nada que eu vestisse, seria genuinamente aceitável para se visitar a casa dele. Desde que cheguei do trabalho, estou parada em frente ao espelho, indecisa demais pra escolher.

— Tá, eu não vou mais! — Cruzo os braços, sentando na cama irritada.

— Que não vai mais, o que. — Fagundes revira os olhos. — Veste a calça alfaiataria que eu trouxe, e aquela blusinha de alças preta. — Disse, apontando para as peças em cima da minha cama.

Quando Gabriel desligou a ligação, meio que fiquei quinze segundos travar, percebendo que tinha aceitado ir pra casa dele, e ficar sozinha com ele. Na casa dele. Tipo, quem aceitaria isso — eu, com certeza eu. Visto a roupa que ela diz, e até que eu gostei, não ficou tão feio e nem tão elegante.

— Põe essa camisa do seu pai, pra dar uma cor. — Beatriz diz, levantando e pegando a blusa que papai me deu.

Me deu certo arrepio quando vesti a blusa, lembro que achei ela muito linda e meu pai nunca usou, então pedi pra mim. Também nunca tive coragem de usar, ela é duas vezes o meu tamanho, mas acho que vai bem no visual. Visto ela, e coloco para dentro da calça, deixando desabotoada, mostrando a blusa de baixo. Não achei ruim quando vi no espelho, na verdade ficou despojado e bonito. Adicionei um sinto preto, com uma fivela dourada pra dar um tchan.

— Você deveria fazer faculdade de moda. — Murmuro, dando uma voltinha, e verificando se a roupa não ficou transparente atrás. Até minha lingerie, Beatriz escolheu.

— Ta um gata. — Sorriu ela me encarando através do espelho. — Espero que o senhor Liruzinho tire essa roupinha, viu?! — Me olhou com malícia e minhas bochechas coraram.

— Para, ele não me chamou pra lá por isso. — Dou de ombros, mas confesso que é isso que sinto, tanto que estou nervosa.

— Ah tá, porque ele super chamou mais pessoas para essa "social". — Fez aspas com os dedos e em seguida cruzou os braços.

— Mas ele ia chamar, eu quem recusou. — Respondo, colocando os brincos e então indo pegar o sapato.

Eu nunquinha que iria com outra opção a não ser meu allstar branco, se bem que o preto cairia bem, porém decidi brincar com essa mistura de cores. Se a Lele Burnier pode, eu também posso.

— Se for dormir fora de casa, me avisa, que aí você tem um álibi pra usar com a sua mãe. — Beatriz me dá uma piscadela, pegando sua bolsa. — Tenho que ir agora, meus pais querem jantar comigo, sei lá, uma coisa assim. — Faz careta e dá de ombros.

— Brigada por me ajudar. — A puxo para um abraço, mesmo que ela deteste toque físico. — E eu não vou dormir com ele, vou vir pra casa.

— Aham, quer enganar quem? — Debocha e reviro os olhos. Fagundes dá um tapinha na minha bunda e se afasta. — Vai tirar essas teias de aranha, viu?!

Não respondo, a puxando para fora do meu quarto. Levo ela até a porta e me despeço com mais um abraço, vendo ela sumir do meu campo de visão logo em seguida. Suspiro fundo, e tiro a toalha do cabelo ao fechar a porta, preciso dar um jeito nele antes do jogador chegar. Caraca, o Gabigol daqui alguns minutos vem me buscar, pra ir na casa dele. Se isso for um sonho Deus, me deixa sonhar mais umas horinhas.

𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥 𝐅𝐚𝐤𝐞  ━━ GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora