Rascunho Nove

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meta de cometarios: 55 🔒
vai faz a fila e vem uma de cada vez
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c L a R i S s A
𝗯𝗮𝗻𝗴𝘂, 𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗷𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼

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Gael adorava os dias de jogo do Flamengo, mas adorava ainda mais quando os jogos acabavam, e a gente ficava jogado na sala, como estamos agora. Meu irmão deitou a cabeça no meu braço, e pegou no sono antes mesmo de eu retirá-lo de cima de mim, agora estava mega dormente, mas juro que vale tanto a pena. Ele toma fortes remédios pra dormir toda noite, mas ainda cochila a tarde.

Ele amava os domingos, eram seus dias favoritíssimo da semana. Como Gael seguia uma rotina, os domingos era o único dia que ele ditava o que queria fazer, não o que seu cérebro acostumado com o padrão de acontecimentos. Sempre íamos a um parquinho, ou a uma sorveteria. Nunca a lugares com muita gente, ele tem agonia de barulhos. Não a praia, odeia areia. Não a nenhum outro lugar muito longe. Apesar de não ser rotina, acaba sendo monótono.

Não se engane, eu amo tudo que se diz respeito a ele, prefiro mil vezes ter minha vida que gira em torno dele, do que de qualquer outra coisa. Mas, o fato do Gael ter dormido, me fez pensar e pensar e pensar. Pensar até demais, nesse maldito fake que me impede de me mover nos meus rascunhos.

Porque Clarissa? Hora, não é óbvio? Eu tenho caramiolas na minha cabeça, não bate muito bem as vezes, e meus plots são exóticos é diferente dos da maioria — é bom as vezes. Porém, já escrevi que o João Gomes era assaltado e se apaixonava pela assaltante. As chances, são quase zero de isso acontecer. Só na minha cabeça mesmo, na verdade, só no mundo fictício.

Se eu tivesse a habilidade de pensar do Gael, talvez — só talvez —, eu já teria achado esse fake é metido um esculacho. Só que não né, quem eu estou tentando enganar, se eu achasse o fake do Gabigol, eu bloquearia civilizadamente e seguiria minha vida tão plenamente calma naquela plataforma. Ela é tóxica? Na maioria das vezes, mas foi minha terapia por tanto tempo. E ainda é.

— Se eu fosse um fake, como eu me disfarçaria, hein Gael? — Sussurro ao meu irmão, que só se remexeu e me apertou mais no seu abraço. Meu coração derreteu.

Peguei meu celular, com bastante dificuldade graças ao reizinho sobre meu corpo, e abri na lista que eu tinha feito. Apaguei todas as opções, e reescrevi:

"• Ele seria óbvio, usaria o nome ou uma abreviação;
• Ele falaria que mora no RJ;
• Ele não teria paciência de ser um fã clube;
• Ele só teria ideias de fanfic com ele mesmo, já que o ego é enorme;
• Se ele tiver um perfil de autora, seria para ler fanfics somente com ele"

Agora, só preciso filtra tudo isso e ir direto ao ponto. Jogar um verde, e colher maduro. Gabriel, acho que você subestimou alguns dos meus instintos ou neurônios.

— Masculinidade frágil, ou ele elogiaria outros homens... — Me interrompo, assim que uma euforia me consumiu. — "Ele falaria que gosta de mulher". — Anoto, e levanto devagar do sofá, deixando Gael, deitadinho.

Praticamente corri até meu quarto, e liguei meu notebook, alguém tinha me dito que gostava de mulheres ao invés de homens, porra eu só não lembrava quem. Pensa Clarissa, só uma vez na vida pensa, com bastante clareza e lembra quem foi. Merda, porque o TDAH é tão predominante na minha vida?

𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥 𝐅𝐚𝐤𝐞  ━━ GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora