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assistindo a série, fiquei com fome e então desci para a cozinha, cortando alguns morangos para colocar na minha salada de frutas. A noite estava calma e fria, meu pai estava na casa da minha madrasta, e isso era óbvio.
Meu irmão tinha ficado em casa, então tive que cuidar do pequeno. Eu não sabia oque meu pai tinha na cabeça pra deixar essa criança sozinha.

Mandei uma mensagem para minha mãe, contando como estavam indo as aulas e coisas do tipo aqui na Alemanha.
Encostei meu celular no ombro, segurando ele com a cabeça enquanto andava pela casa procurando pelo leite condensado.
Coloquei dentro do pote, dando a primeira colherada na salada.

— tchau mãe! A gente se fala depois. — encerrei a chamada, comendo o resto que tinha sobrado. Levando até a pia, quando escutei o telefone tocar, acabei tomando um susto, mas logo atendi a ligação.

— alô? — coloquei o telefone na orelha.

— olá!

A voz era baixa, profunda e rouca. Eu posso ouvir terror a sua voz. Ele era confiante, é um caçador e eu sou a nova presa. Ela estava alterada, eu sabia quem era.

— você foi bastante corajosa, respondendo a uma ligação tarde da noite. — ele dizia deixando a voz cada vez mais baixa.

— é mesmo é? — perguntei deixando o pote da salada de frutas em cima da pia.

— seu lanche estava bom? Hm.. eu consigo sentir o cheiro daqui, Zaly. — ele disse e eu dei uma risada meio forçada.

— você pode me ver? — perguntei olhando ao meu redor pela casa com o telefone na orelha.

— claro que posso, boneca. Azul realmente fica bem com você. — O tom orgulhoso dele me fez resmungar enquanto olhava para o pijama azul bebê, que grudavam vagamente no meu corpo.

— obrigada, ghostface. — eu disse calma. Eu sabia como funcionava aquele jogo, eu não iria demonstrar medo. — mas e aí, oque você quer? Perguntar meu filme favorito e depois me matar?

— não, não. Tenha paciência. — ele suspirou do outro lado da ligação. — você tem um irmão, Zaly?

— sim, uma criança de seis anos.

— certo.. e ele está no quarto? — ele perguntou e eu fiquei em silêncio por um tempo.

— sim, ele está dormindo.. — falei caminhando pela casa, indo até a beira das escadas.

— e só mais uma pergunta, ele está usando um pijama de homem-aranha?

— porque tantas perguntas, ghost?

— por que eu quero saber se estou mirando no alvo certo. — ele disse e eu estralei meus olhos, encerrei a ligação, deixando o telefone cair no chão e subo correndo pelas escadas, abrindo a porta do pequeno, vendo que ele estava dormindo.
Tranquei todas as janelas possíveis e desci para a cozinha outra vez.

Peguei o telefone que tinha caído no chão e coloquei sobre a mesa, trancando a porta da sala e colocando cadeados nas janelas.

Escutei o telefone tocar outra vez, então desliguei. Ele começou a ligar denovo e eu encerrei a chamada novamente, quando peguei meu celular, vendo uma mensagem no contato da Luna.

— atenda o telefone, Zaly. Ou eu vou te mostrar quem eu sou da pior maneira possível.

desliguei o celular, atendendo o telefone que vibrava em cima da mesa.

— ahm, por que desligou? A conversa estava tão boa.. — ele falou com uma voz calma, mas que era arrepiante.

— eu quero que você me deixe em paz!

— não antes de fazer algumas perguntas. Você gosta de jogos, querida? — a voz perguntou, e eu me encostei na mesa.

— quer acabar com isso logo? Meu filme favorito é..

— sexta-feira treze. — ele respondeu por cima. — eu sei, Zaly. — fiquei em silêncio, indo até a pia, abrindo uma gaveta, pegando uma faca e deixando em cima da mesa.

— Consegue ver isso? — deslizei os dedos pela faca.

— Se está pensando em me matar, fique sabendo que uma facada não é o suficiente.

— Quem é você por trás da máscara, ghost? — perguntei caminhando para a sala e sentando no sofá, com o telefone na orelha.

— Se lembra quando você trancou as portas e janelas? Você não me deixou pra fora, querida.

— Ah sim, está dizendo que você está aqui dentro, então? — levantei minha cabeça, olhando para o painel da tv que tinha um espelho do lado, enxergando o mesmo parado atrás do sofá.

— Não faça barulho, fique quietinha. — escutei a voz do menino, mas não vinha do telefone, e sim de trás de mim. — qualquer movimento, essa faca atravessará sua nuca. — fiquei em silêncio, olhando pra baixo, sentindo a respiração do mais velho se aproximar do meu ouvido, oque fez meu coração acelerar por conta do desespero.

ғᴀʟʟᴇɴ ᴀɴɢᴇʟ  | ʙɪʟʟ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora