2° temporada (11)

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Acordar em um hospital na Califórnia não deve ser algo confortante para quem está esfaqueado. Senti um enorme desejo de tocar em minha barriga, mas fui impedida por uma série de tubos e canos pendurados. Respirei fundo, tentando manter a respiração controlada, por mais que sentisse tanta dor no meu corpo eu tentava ficar consciente.

Virando-me para o lado, vi Bill Kaulitz deitado em uma pequena cadeira que serve para visitas do lado da cama. E eu o encarava, sem parar.
Seus lábios se mexiam, querendo formar um sorriso de canto, acanhado com alguma coisa em seu sonho, eu o observava se virar para o lado e eu olhei agora para a esquerda, onde Tom também estava sentado, mas estava acordado.

— Idiotas, vocês são dois idiotas. — ele disse baixo, com um olhar decepcionado no rosto.

— Não começa, Tom.

Tom se levantou, caminhando até a cadeira onde Bill estava deitado e bateu no peito de seu irmão, fazendo o mesmo acordar rápido. Ele abriu os olhos soando meio confuso, e quando viu-me acordada, correu para um abraço.

E confesso, eu não estava esperando por aquilo.

— Que bom que você está bem, fiquei a noite toda acordado esperando que você abrisse os olhos. — ele me abraçou com força, até que eu gemi baixinho por ele ter apertado o ferimento.

Tom caminhava pela sala, com fúria no rosto, até que chegou até Bill e o puxou pela jaqueta, fazendo que olhasse diretamente em seus olhos.

— A primeira regra, porra! — gritou Tom enquanto o irmão o olhava assustado. — você lembra qual é a porra da primeira regra?

— Não se apaixonar pelo parceiro de equipe. — Bill tentava falar, mas podia perceber que sua voz estava falhando constantemente.

— Porra, você está ferrado comigo. — insistiu o mais velho.

— Já me ferrei quando aceitei a ser um maluco psicótico com você! — o gêmeo gritou, e quando finalizou a frase, Tom o soltou e o empurrou para trás, oque fez o garoto bater a cabeça na parede e soltar um grito alto pela dor, e em seguida foi golpeado no rosto por um soco.

— Parem — eu gritei para os dois. —, que merda é essa, vocês são irmãos!

Eles continuaram com a confusão, como se eu não estivesse ali, como se minhas palavras não importassem para nenhum dos dois.
Eu escutava o barulho dos socos, e também enxergava o rosto de Bill violentado, com roxos em volta de seus olhos castanhos. Não pude fazer nada, a não ser começar a chorar e  tampar os olhos para não ver oque estava acontecendo em minha frente.
Aquilo me lembrava rigorosamente da minha infância, onde minha mãe sofria violência dentro de casa pelo meu pai e eu ficava em um canto da sala, encolhida, com os olhos tampados e chorando.
A briga foi interrompida por médicos que entraram na sala e puxaram os dois para fora, e assim me deixando sozinha, aonde uma médica se sentou ao meu lado para me acalmar. Peguei um comprimido que tinha em sua mão, apostei que era calmante.
A confiança foi para baixo devolta, me deixando confusa em cada momento da minha vida, e eu não tinha como escapar. Se eu saísse, Bill e Tom seriam presos, e eu também.

Depois de alguns minutos tentando dormir, acabei caindo no sono.

[...]

Estávamos sentados, eu e Bill, em um banco fora do hospital

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Estávamos sentados, eu e Bill, em um banco fora do hospital.
Entre meus dedos eu carregava um pequeno cigarro sabor menta, soprando a fumaça para fora da minha boca enquanto Bill tentava olhar para qualquer lugar, menos para meu rosto.
Minhas pernas tremiam contra o chão, e ninguém aparecia para dar notícias de Zaly.
Se apaixonar por alguém da equipe não era o plano inicial, até porque, se algum dos três morrerem como ghostface, o apaixonado iria sofrer constantemente e ferir sua saúde mental.
Eu não queria que Bill sofresse com Zaly, por isso eu ficava tão nervoso e bravo quando via os dois juntos, eu preferia eles saindo no soco do que dando beijos pelo hotel.

— E aí — falei com Bill, mas o garoto não deu a mínima atenção. — vai ficar com essa cara de emburrado pro resto do dia?

— A garota está literalmente morrendo naquele hospital, e você parece não dar a mínima!

— Ah, Bill.. — joguei o cigarro no chão e terminei a frase. — não seja tão ingênuo.

— Eu fiquei preocupado porque de um jeito ou de outro ela faz parte da nossa equipe e eu tenho respeito pela minha parceira.

— Sabe como que funciona o pensamento de uma mulher, Bill? — falei e o menino revirou os olhos em conjunto de cruzamento dos braços.

— Zaly não é assim. — o mais novo insistiu em defendê-la.

— Sim, claro — algumas risadas preencheram o silêncio. — Por que ela quase me colocou na cadeia, imagina oque essa garota pode fazer com você!

— Foda-se! Já estamos na merda, Tom — ele gritou. — Eu não ligo se ela vai me jogar no lixo depois, eu continuo me importando!

— Tão inocente..

— Nossa parceira de equipe está em um hospital, e você nem liga, né? Porque se ela morrer, estamos fodidos. Ela é a chave. Se descobrirem que ela é Zaly Hoffmann, fodeu pra nós dois! — ele continuou. — Já devem ter percebido que você e ela sumiram, e se ela morrer com esse negócio de ghostface, já era! Porque vão notar que está envolvido nisso.

— Você matou o ghostface no elevador, Bill. Não vão levantar suspeitas de nós.

— Estás enganado. — cruzou-se os braços. — sabe oque acontece quando a polícia descobre que você forjou a sua morte? Pena! Que ultrapassa vinte anos. Se descobrirem que eu estou vivo, e que você me ajudou a forjar, já era! Nós dois atrás das grades. E eu te pergunto, você realmente não liga se a Zaly morrer?

— Caralho, você é doente.

— Não fui eu que comecei isso tudo, então que se dane! — Bill se levantou da cadeira. — de um jeito ou de outro eu vou acabar em uma cela. E se você não se cuidar, vai me fazer companhia na prisão.

ғᴀʟʟᴇɴ ᴀɴɢᴇʟ  | ʙɪʟʟ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora