2° temporada (05)

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A calmaria fez meu coração se acalmar quando voltei novamente para meu canto de conforto, que de confortável não havia nada.
Deixando-me sozinha no local, escutei a porta sendo trancada logo depois que adentrei. Respirei fundo e caminhei até a janela. Meus olhos perceberam que já estava á noite, e que minha vontade de deitar na cama já havia sumido. O motivo de ter uma identidade completamente forjada e diferente da minha, não parecia ser tão ruim como minha mente fazia eu acreditar que era.
As sirenes foram desligadas, deixando o corredor na calmaria por completo depois da confusão de verônica, que agora estaria também trancada em seu quarto, usando provavelmente sua camisa de força.
Por um breve segundo, olhei pela janela e avistei o reflexo de Stu Macher, oque me fez tomar um susto. Eu ainda não tinha entendido a história de que eu era filha de um assassino, mas tinha um olhar totalmente inocente, conviscada como alguém que não tem coragem de matar, que não gosta de matar.

Que não havia "coragem" entre muitas aspas, pois em qualquer oportunidade de ódio eu estaria completamente virada do avesso e partiria uma faca para cima de Verônica.

Encarei o reflexo até que sumisse, então quando finalmente sumiu por completo, senti uma mão encostar nas minhas costas, oque me deu um susto arrepiante.
Virei-me para trás, preparada para acertar um soco em quem quer que estivesse por trás, mas abaixei meus punhos para baixo e os abri logo que vi a expressão de Verônica com um sorriso malicioso nos lábios, pronta para me engolir viva.

— Sonhando acordada, Zaly? — ela me rodeou até as minhas costas, oque fez-me virar também, penetrando o olhar em seus olhos escuros.

— Sabe, você é bem esperta — cruzei os braços sorrindo ao contrário quando vi ela rindo como uma confirmativa. — Mas se fosse realmente prestativa em alguma coisa, não teria sido segunda opção, certo?

— Bill me escolheu primeiro pois sabia que eu era boa o suficiente. — a morena respondeu com a mesma cara fechada, como sempre.

— Ah, Verônica 

Após a frase, dei uma risada sarcástica e encostei as mãos no joelho, tentando ficar calma depois do que ela havia me dito.

— Você acha mesmo que é importante pra alguma coisa?

Encolhi os ombros e cerrei os olhos, com as mãos no bolso e pele fria pelo vento gelado que entrava do outro lado da venezia aberta.

— Olha, Zaly — ela se aproximou vagamente, encostando sua mão no meu ombro. — Se você se tem convencida sobre que Bill sente algo por você, reduza suas expectativas para zero.

— Eu tenho elas lá em cima, pois sei que ele não seria capaz de amar uma mulher do seu nível.

— Vai me dizer que ele gosta de você, então?

— Talvez essa seja a sua resposta predileta

Tirei sua mão do meu ombro e a empurrei para a parede. Fazendo que se encostasse as costas na parede gelada que havia ao lado da minha cama. A garota tentou se mexer, caminhando novamente para a minha direção, porém a interrompi a empurrando com o dedo indicador até a parede novamente.

— Eu não disse que você podia desencostar.

A encarei de cima a baixo e tirei meu dedo do meio da sua garganta, lentamente me aproximei de seu pescoço, deixando minha respiração quente corroer pelo seu corpo, e sussurrei rápido.

— Acho que vamos ter muitos problemas, garota — minha mão subiu para o seu pescoço, o apertando forte enquanto meus pés se cruzavam entre as pernas da menina, não a deixando sair. — E eu te garanto, que se você encostar um dedo no Bill, se considere morta.

ғᴀʟʟᴇɴ ᴀɴɢᴇʟ  | ʙɪʟʟ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora