Sentada novamente em uma cama qualquer, Victoria me olhava confusa e sem entender oque tinha acontecido. Em um momento de choque, achei que ela fazia parte de algo, achei que os garotos haviam arrumado uma substituta.
Percebi que minhas mãos e pernas estavam amarradas contra uma cadeira, e minha barriga ardia constantemente, mesmo que já tenha parado de sangrar. Eu estava fraca e frágil, não havia mais saída, eu estava morrendo aos poucos.Observei Victoria ir embora com uma expressão confusa depois que Tom cochichou algo em seu ouvido. Fiquei olhando para mim, com uma mecha de meu cabelo loiro em frente aos meus olhos, então chacoalhei minha cabeça para que pudesse enxergar bem.
Depois que Victoria saiu para fora do quarto, Tom foi logo atrás e eu pude escutar o barulho de um tiro sendo disparado. Fechei meus olhos com força quando escutei o barulho disparar em meus ouvidos e levantei a cabeça assustada, perguntando loucamente.
— O quê fizeram com ela? — eu perguntava loucamente, tentando me soltar das cordas, que já estavam machucando meus pulsos. — O quê fizeram?!
Observei Tom entrar no quarto novamente, com Victoria em seus braços, jorrando sangue pelo chão. Vi-o jogar a garota em cima da cama, e eu rapidamente engoli seco, vendo que o tiro havia sido disparado em sua nuca, e Tom levou sua mão até seu rosto, limpando uma gota de sangue que tinha em sua boca.
Olhei para o chão, não planejando olhar para o rosto de Victoria. Tom rapidamente saiu de perto da cama, pegando uma cadeira e colocando ela em minha frente, colocando a cadeira de costas para mim e se sentou, apoiando seus braços em cima dela. Ele me olhava com a cabeça alada, e levou sua mão até meu rosto, tirando a mecha que atrapalhava minha visão para o rosto do menino.— Eu realmente não queria que as coisas começassem assim. — ele falou sorrindo leve.
— Porque a mataram? — cuspi as palavras.
— Viu coisas demais — ele se ajeitou na cadeira. — Mas não se preocupe. Ela ainda está viva, ainda está comigo.. bem aqui. — ele disse, apontando o dedo para a sua cabeça.
— Você é completamente louco. Porque me querem tanto? Verônica já não foi o suficiente?
— Se você quer saber, eu te contarei — ele se levantou, caminhando até a mim e se ajoelhando, levantando minha cabeça com o dedo indicador, onde pude o encarar nos olhos. — Na vida temos que nascer, comer, reproduzir, e morrer. Isso é uma coisa idiota porque nosso destino sempre vai ser a morte, e todos nós estamos apenas esperando, esperando para morrer. — Tom disse em um tom rígido, me pondo medo. — Sei como é ruim você não se encaixar, e não querer se encaixar em um padrão exato de quem inventou oque é o certo e oque é errado. Na minha vida, eu faço as minhas regras, eu defino oque é errado e oque é certo. — ele gritou.
— Tom, pare. — Bill disse encostando a mão no ombro do irmão, mas o mesmo o ignorou.
— Todas as pessoas que fizeram bullying comigo mereceriam ser mortas — Tom continuou. — por um momento, eles sentiram oque eu senti. A vingança é necessária, Zaly.
— Tom, já está bom, ela já entendeu! Pare! — Bill tapeou o ombro do irmão.
— Eu só não te matarei por que somos parecidos, sabemos que essa sede, esse desejo de matar permanece em nossas almas, e eu só vou descansar quando minha vingança já estiver concluída.
— Eu não sou nada como você. — disse Zaly, com os olhos marejados.
— O quê? — ele se aproximou, envolvendo sua mão grossa em meu rosto, apertando meu maxilar.
— Eu nunca precisei drogar meu próprio irmão para que ele conseguisse matar a pessoa que ele ama. — eu disse com lágrimas nos olhos, olhando para Bill que estava com a pupila dilatada pelo uso de drogas.
— Então vamos lá, chore garota. — Tom disse apertando-me mais forte, fazendo que eu desabasse.
Em um momento de silêncio, escutei a porta dos fundos sofrer a tentativa de arrombamento, oque tirou a atenção do Kaulitz mais velho, e então o mesmo caminhou até uma das portas, e voltando correndo para dentro do quarto.
— Nos encontraram. — Tom falou em um tom calmo, oque fez Bill se levantar rápido. Ele ainda estava meio chapado, mas conseguiu entender.
A correria começou a acontecer, Tom pegou suas coisas necessárias e as colocou dentro de uma mochila, enquanto Bill corria em minha direção, tentando desamarrar as cordas que estavam me mantendo presa na cadeira, mas o mesmo começou a lacrimejar quando percebeu que não conseguiria.
— Desculpa.. — ele falou entre lágrimas, enquanto tentava desamarrar á todo custo.
— O quê está fazendo, Bill? — Tom falou colocando a mochila nas costas e pulando a janela. — Corra! Deixe-a!
Escutamos o barulho de tiros circulando a casa, e então Bill correu para dentro de um armário que havia perto da porta, e Tom no mesmo segundo pulou da janela, conseguindo entrar dentro de seu carro e se esconder lá mesmo. A porta do quarto foi arrombada, e entraram cerca de três policiais, observando tudo em volta, mas logo que me viram, correram até a mim, me desamarrando e me prendendo agora com algemas. Eu me debatia entre os dois policiais, tentando fazer com que eles me soltassem, até que a ideia me veio em mente.
Em prática, bati com a parte de trás do meu pé na parte íntima do policial que estava á direita, o fazendo gemer e afrouxar sua mão que estava segurando meu braço. O armário foi aberto e Bill saiu silenciosamente, pegando um vaso de vidro e acertando-o na cabeça do homem que estava em minha esquerda.
A porta do quarto foi aberta, e enquanto eu estava sendo jogada no chão pelo próprio corpo por conta do cansaço, Tom disparou sua arma para um dos policiais, deixando então um morto, o outro desmaiado e o último vivo, que tentava se defender.— Quer brincar de polícia e ladrão, querido? — Tom se aproximou do homem.
O policial apontou a arma para a minha cabeça e Bill teve sua paciência acabada, tomando a arma da mão de seu irmão e apontando para a garganta do homem.
— Se você atirar nela, eu mato você. — o Kaulitz mais novo disse com ódio nos olhos disposto a puxar o gatilho.
O homem trajado da polícia atirou no chão, e Bill nervoso como estava, atirou no homem apenas pelo susto, e então correu até a garota que estava encantada no chão.
— Você está bem? — ele perguntou para mim, enquanto me segurava nos braços.
— Estou bem, eu estou bem.
Me aconcheguei em seus braços por alguns segundos, até que Tom começou a dizer para corrermos, então fui levantada e descemos as escadas com a velocidade mais rápida que pudemos, desviando de qualquer coisa que estava em minha frente.
Fui jogada para o banco do passageiro dentro do carro de Bill e pude descansar enquanto o gêmeo acelerava e seu irmão também com seu carro logo ao lado. Em meio carros da polícia, tentávamos não perder o controle enquanto nos separávamos, e foi aí que tudo começou a dar errado.
Seguimos por outra estrada, mas apenas o nosso carro estava sendo perseguido, e Tom estava entrando em uma estrada completamente desconhecida em alta velocidade, atropelando algumas placas de construção que tinham no meio da estrada. Em uma distração de movimento, chegamos á um trevo, onde vinha estrada de todos os lados, mas nosso erro foi continuar andando reto.
Em um momento de confusão, Tom acelerou o carro para mais longe que conseguia, e Bill seguia no mesmo tempo, fazendo que Tom viesse á nossa lateral, batendo seu carro na lateral do nosso, oque fez o carro ser empurrado para o lado e eu acabar batendo a cabeça no vidro, oque me fez desmaiar.O acidente estava feito, e agora estava apenas nós, parados no meio da estrada enquanto éramos perseguidos por outros carros de polícia que chegavam em volta, minha última visão foi de Tom com sangue em sua boca, sorrindo para Bill. Os irmãos acenaram com a cabeça, e senti uma mão forte rodear a minha, quando percebi que Bill estava fazendo suas últimas cáricias nela antes que perdesse a sua vida.
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ғᴀʟʟᴇɴ ᴀɴɢᴇʟ | ʙɪʟʟ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ
FanfictionApós anos depois da morte do último ghostface, Bill Kaulitz, um garoto alemão de dezessete anos, resolve se vingar de seus inimigos que o fizeram bullying na infância, voltando com o terror da Alemanha, buscando justiça pelas suas lágrimas derramada...