3. Meus pêsames!

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-McKenzie!- escutei alguém chamar meu sobrenome, parado perto de mim e franzi meu cenho antes erguer meu olhar e passar a encarar o rapaz loiro que vestia o equipamento do time.

Tyler Conan não sabia, mas eu retia um odio profundo por sua pessoa, na verdade por todos os capitães de todos os esportes, mas ele?! Olhar para sua cara me dava vontade de espancá-lo, por motivo nenhum.

O garoto era loiro, tinha olhos azuis e um sorriso pra lá de encantador, ele era lindo, então eu evitava olhar diretamente para seu rosto.

-Conan!- falei transparecendo meu total desinteresse pelo que quer que fosse que o garoto tivesse a dizer para mim.

-Meus pêsames!- disse de repente e eu franzi meu cenho, olhando em seus olhos que me faziam lembrar do mar.- Pelo seu padrasto!- ele foi o único de toda aquela escola.- Deve ser difícil! Eu queria ter ido ao funeral mas meus pais viajaram e a babysitter da minha irmã faltou!

-T...Tudo bem!- gaguejei um pouco. Não esperava aquilo dele.- Não precisava ir mesmo!

-Como não Melissy?!- ele se sentou do meu lado e eu me afastei imediatamente, seu perfume leve, era muito bom.- Acabou de fugir de mim?- foi sua vez de franzir o cenho olhando em meus olhos.

-Deve ter sido impressão sua, só afastei para que se sentasse direito!- menti e o loiro assentiu, mesmo claramente desconfiado.

-Okay, mas como eu dizia, nos conhecemos desde o ensino fundamental!- era verdade.- Eu deveria sim, ter ido, me desculpa de verdade!- ele era sincero e isso me assustava.

A forma como meu coração estava disparado me assustava, eu queira odiá-lo mas tudo nele dificultava.

-Tyler, não precisava, mas obrigada pela intenção!

-Acho que é a primeira vez na vida que fala meu nome McKenzie!- seu sorriso branco quase me cegou.

-Pode muito bem ser a última já que nunca mais nos dirigiremos a palavra a não ser, é claro, que mais alguém morra!- tentei falar aquilo seriamente, mas saiu em tom de brincadeira e o loiro riu.

-Bem que eu sempre quis virar um serial killer!- sorriu e eu franzi meu cenho sem entender a contextualização de sua frase.- Preciso ir! Tchau McKenzie!- se despediu como se não estudassemos na mesma sala e eu o segui com o olhar.

Até de costas aquele loiro era extremamente lindo, sua altura e porte permitiriam que ele se encaixasse em qualquer tipo de desporto.

Ele mataria para que nos dirigissemos a palavra! Minha mente finalmente processou sua frase e eu me odiei quando um sorriso quebrou todas as barreiras que tentei colocar e surgiu em meus lábios.

Senti um frio na boca do estômago e engoli seco. Com certeza minha mãe tinha sentido aquilo com meu pai, então neguei com a cabeça e voltei a atenção para meu livro. Não podia repetir a história. Não queria.
Não ia.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora