27. Um tur.

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Assim como precisava do copo de vodka que alguém me ofereceu assim que me infiltrei em uma mansão, lotada de adolescentes, festejando por algum motivo que eu desconhecia, mas não me preocupei com isso. Eu só queria me sentir normal.

Me senti bem ali.

O ar estava enebriado, havia fumaça por todo lado e quanto mais eu dançava mais toda me sentia, mas isso era bom. Era uma tontura boa.

Quando o copo estava vazio, um garoto se aproximou de mim, com uma garrafa nas mãos e eu podia jurar que o conhecia, mas minha vista estava embaçada e minha cabeça tonta.

-Sua bebida acabou!- Ele praticamente gritou, para que eu conseguisse escuta-lo e eu assenti, ainda dançando.

Eu não queria parar de dançar.

-Eu te conheço de algum lugar?- perguntou no mesmo tom de antes, e eu recebi a garrafa de vodka que ele me entregou.

-Acho que não!- respondi tão alto quanto ele.

-O que faz na minha casa, então?- perguntou divertido e por nenhum motivo eu sorri.

-Essa casa é sua?

-Eh! Quer fazer um tur?- sorri com os dentes brancos e eu assenti, dando mais um gole de sua garrafa.

O garoto de cabelos pretos segurou minha mão, e me guiou escada acima.

Eu não fazia ideia de onde estava e nem de quem ele era, mas aquilo poderia ser exatamente o que eu precisava por um momento.

Esquecer o mundo, meu mundo, respirar um pouco.

-Essa é minha parte favorita da casa!- disse depois que estávamos dentro de um quarto.

Com a luz do lugar grande, eu consegui ver seu rosto direito. Eu já o tinha visto antes, mas não fazia nem ideia de onde.

Seus cabelos eras pretos e ondulados, seus olhos escuros e sua pele clara.

-Sério que eu não te conheço?- perguntou, perto de mim.

Talvez estivessemos a ter a mesma impressão um sobre o outro. Mas fiz pouco caso disso e por impulso, segurei seus moletom, o que deu a entender a ele que eu queria que o mesmo chegasse mais perto.

Eu nem sabia seu nome. Nem queria saber, minha futura traição já tinha rosto, não queria que também tivesse um nome.

Quando nossos corpos já não podiam estar fisicamente mais conectados, o moreno meteu sua mão a meu pescoço e baixou seu rosto, para me olhar.

Seu corpo grande me impedia de ver a luz além dele e fechar os olhos, com certeza não ajudou muito.

Seus lábios tocaram os meus e eu engoli seco. Talvez, ele também não quisesse que eu tivesse um nome.

-Sou o Ryan!- eu estava enganada. Eu sempre me enganava sobre as pessoas, mas estava tudo bem, desde que nada daquilo saísse daquele quarto com cheiro de lavanda.

-Melissy!- falei simplesmente e eu podia jurar que dentre a escuridão de seu olhar e do quarto, eu vi suas pupilas dilatarem.

Então o moreno voltou a tocar meus lábios com seus, mas dessa vez, o contacto foi breve, já que nós dois movimentamos nossos lábios, em total sincronia, eu não devia estar fazendo aquilo, mas Tyler já desconfiava de mim, não tinha nada que eu pudesse fazer além de dá-lo motivos para tal.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora