26. Qual foi a parte que não percebeu?

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-Pode ficar com ela se quiser!- Malcom disse quando eu me preparei para tirar a jaqueta jeans que ele me tinha emprestado.

-Obrigada Malcom, obrigada pelo dia de hoje!- o abracei e o homem sorriu.

-Obrigado eu por me permitir ser melhor minha princesa, espero que se repita! Eu te amo!- beijou minha testa e eu respirei fundo.

Era seu amor transferido em um selinho demorado, aquele gesto tão singelo, era tudo para mim.

O abracei uma última vez naquela noite, lhe fazendo sentir aquilo que eu ainda não era capaz de dizer em palavras e andei até minha casa, enquanto o homem sentado em sua moto esperava para me ver entrar.

Parada na porta eu sorri e acenei para ele, que sorriu e acenou de volta.

...

-Está traindo o Tyler?- a pergunta da minha mãe me pegou completamente de surpresa e eu franzi meu cenho, depois de o engasgo passou.

-O quê? Que conversa é essa mãe?- perguntei realmente confusa.

-Ele acha que o está traindo!- disse seria e eu franzi meu cenho.

Eu andava meio alheia a ele, isso não podia negar, mas trai-lo? Eu nunca teria coragem. O Tyler duvidava disso? Ele duvidava de mim? Ou só estava frustrado por eu não ter mais uma dependência emocional nele.

-Tem conversado com ele pelas minhas costas?- semi-serei os olhos na direção da minher que em resposta franziu seu cenho.

-O quê?- inquiriu.

-Qual foi a parte que não percebeu? É isso que vocês dois fazem quando não estou por perto, se juntar, para falar mal de mim?

-Missy me res...

-Até perdi a fome e fala para meu suposto namorado que não conseguiu a resposta, ele terá que se fazer homem e vir perguntar pessoalmente!

Me levantei da mesa e sem sequer ponderar sobre o assunto, peguei nas chaves do Mercedes-Benz e saí de casa, dirigindo até a casa do meu pai.

Eu precisava do seu abraço, precisava ouvi-lo dizer que me amava, estava com saudades do seu cheiro.

Então estacionei em frente de seu jardim bonito e me preparei para descer, mas franzi meu cenho quando um homem que não era ele, saiu de dentro da casa e subiu em uma moto vermelha.

Fiz pouco caso e me apressei a ir tocar a campainha, antes que meu pai se afastasse muito da porta e ele abriu quase que no mesmo srgundo.

-Esquec...

Foi impossível não arregalar meus olhos diante do homem descamisado, que segurava uma ceringa e tinha um cinto amarrado no braço.

-Princesa o que f...

Não esperei que ele terminasse sua pergunta, apenas corri, de volta para meu carro e dei partida, mesmo que minha visão estivesse completamente turva.

Eu o odiava, odiava minha mãe, o Tyler, todos. Estava cansada deles, cansada de mim, de estar sozinha, de me sentir sozinha.

Eu não os odiava, eu me odiava.

Ele mentiu para mim. Me senti estúpida por acreditar que ele estava mesmo sóbrio, que ele tinha mudado.

Eu não sabia para onde ir, então passei horas e horas, apenas gastando combustível e me crucificando por fazer mal ao ambiente mas eu precisava daquilo.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora