6. Missy?!

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A semana passou rapidamente, quase não a vivi direito e quando tento repassar tudo em minha mente, alguns detalhes me escapam, mas só os que o Tyler não fez parte, só os momentos que passei sem ele é que não ficaram retidos em minha memória.

Eu ainda sentia medo, o tempo todo, mas ele fazia de tudo para que eu não tivesse crises, mesmo não sabendo o real motivo de meu coração bater assustado toda vez que ele aparecia.

Ele prometeu que me ensinaria a jogar LaCrosse e combinamos de nos encontrar em algum final de semana.

As pessoas do Deauville não se cansavam de fofocar sobre nossa aproximação repentina e como, segundo eles, eu e Tyler transamos nos balneários na segunda-feira.

-Vem logo Missy!- minha mãe gritou animada igual uma criança e eu senti vontade de enfiar minha cabeça em um buraco qualquer quando as pessoas que estavam perto, voltaram suas atenções para mim.

-Missy?- como sempre, Tyler brotou do quinto dos infernos e me assustou.

-Vai a merda, eu te mato se me chamar assim de novo!- o apontei, envergonhada e o garoto riu.

-Não sabia que tinha uma irmã!- olhou além de mim e meu peito apertou quando vi minha mãe perto de nós, encarando Conan com os olhos cheios de lágrimas.- Ela tá bem?

-E...Ela é minha mãe!- gaguejei um pouco e me afastei sem me despedir daquele que, como era habitual, vestia roupas pretas e estava lindo.- Vem mãe!- a puxei e não olhei para trás.

-Quem é aquele garoto Melissy?!- passou as mãos no rosto, ela tremia.

-O nome dele é Tyler mãe, está tudo bem, somos só amigos e ele é legal!- falei baixo, mas minha voz ecoou pelo corredor do banheiro.

-Missy!- ela suspirou e limpou as lágrimas.- Meu amor, seu pai também era legal!- sua voz estava embargada.

-Mãe o Tyler não é como o papai!- garanti e a mulher riu de forma alta e seca.

-Como pode ter certeza, Melissy, não seja burra, não seja como eu filha, não faça isso consigo mesma!

-Não foi culpa sua mãe!- a abracei, sentindo minhas lágrimas cairem e nós duas choramos uma no ombro da outra.

-Por favor se afasta dele!- pediu e engoli seco sentindo meu peito apertar muito mais.

-Eu vou!- chorei, eu não queria, Tyler me fazia bem.

-Certo!- ela respirou fundo e limpou o rosto.- Fora energias negativas! Hoje o dia é nosso, não vamos estragar!- ela sorriu mais eu tentei sorrir de volta, mas era difícil.

-Tudo bem!- respirei fundo e segurei a mão que ela me estendeu.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora