A semana passou rapidamente, quase não a vivi direito e quando tento repassar tudo em minha mente, alguns detalhes me escapam, mas só os que o Tyler não fez parte, só os momentos que passei sem ele é que não ficaram retidos em minha memória.
Eu ainda sentia medo, o tempo todo, mas ele fazia de tudo para que eu não tivesse crises, mesmo não sabendo o real motivo de meu coração bater assustado toda vez que ele aparecia.
Ele prometeu que me ensinaria a jogar LaCrosse e combinamos de nos encontrar em algum final de semana.
As pessoas do Deauville não se cansavam de fofocar sobre nossa aproximação repentina e como, segundo eles, eu e Tyler transamos nos balneários na segunda-feira.
-Vem logo Missy!- minha mãe gritou animada igual uma criança e eu senti vontade de enfiar minha cabeça em um buraco qualquer quando as pessoas que estavam perto, voltaram suas atenções para mim.
-Missy?- como sempre, Tyler brotou do quinto dos infernos e me assustou.
-Vai a merda, eu te mato se me chamar assim de novo!- o apontei, envergonhada e o garoto riu.
-Não sabia que tinha uma irmã!- olhou além de mim e meu peito apertou quando vi minha mãe perto de nós, encarando Conan com os olhos cheios de lágrimas.- Ela tá bem?
-E...Ela é minha mãe!- gaguejei um pouco e me afastei sem me despedir daquele que, como era habitual, vestia roupas pretas e estava lindo.- Vem mãe!- a puxei e não olhei para trás.
-Quem é aquele garoto Melissy?!- passou as mãos no rosto, ela tremia.
-O nome dele é Tyler mãe, está tudo bem, somos só amigos e ele é legal!- falei baixo, mas minha voz ecoou pelo corredor do banheiro.
-Missy!- ela suspirou e limpou as lágrimas.- Meu amor, seu pai também era legal!- sua voz estava embargada.
-Mãe o Tyler não é como o papai!- garanti e a mulher riu de forma alta e seca.
-Como pode ter certeza, Melissy, não seja burra, não seja como eu filha, não faça isso consigo mesma!
-Não foi culpa sua mãe!- a abracei, sentindo minhas lágrimas cairem e nós duas choramos uma no ombro da outra.
-Por favor se afasta dele!- pediu e engoli seco sentindo meu peito apertar muito mais.
-Eu vou!- chorei, eu não queria, Tyler me fazia bem.
-Certo!- ela respirou fundo e limpou o rosto.- Fora energias negativas! Hoje o dia é nosso, não vamos estragar!- ela sorriu mais eu tentei sorrir de volta, mas era difícil.
-Tudo bem!- respirei fundo e segurei a mão que ela me estendeu.
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My fault
Teen FictionNão estava tudo bem. Eu tinha 17 anos, não deveria ter que me afastar dos garotos só porque minha mãe tinha feito escolhas ruins. Não deveria sentir medo de me relacionar com eles, ser amiga deles, só porque meu pai era um homem ruim. Mas eu sentia...