My fault

5. Não pergunta

Meu cenho tremeu e eu pisquei algumas vezes antes de me dar por vencida. Eu realmente precisava daquele abraço.

Entrelacei minhas mãos em seu pescoço, precisando ficar na ponta dos pés e o apertei mais forte do que ele me apertava.

A água invadiu seus fios de ouro e eu chorei, na curvatura do seu pescoço, enquanto ele enlaçava minha cintura.

-Tá tudo bem!- disse baixo em meu ouvido e senti sua mão em minhas costas.

-Tá tudo bem!- repeti sua frase, em meio ao choro.

Mas não estava tudo bem. Eu tinha 17 anos, não deveria ter que me afastar dos garotos só porque minha mãe tinha feito escolhas ruins.

Não deveria sentir medo de me relacionar com eles, ser amiga deles, só porque meu pai era um homem ruim.

Mas eu sentia. Eu sentia medo de me apaixonar, como minha mãe se apaixonou e sofrer o que minha mãe sofreu.

Ela era forte. Eu no lugar dela, não suportaria.

-Melissy!- meu nome saiu baixo de sua boca e eu respirei fundo, ao sentir seus dedos em minha cicatriz.

Meu corpo todo arrepiou e eu engoli seco, o apertando mais um pouco.

-Por favor não pergunta!- pedi baixo e senti seu corpo se remexer um pouco.

-Tudo bem!