Corri um pouco para chegar à tempo e graças a Deus apenas me atrasei alguns minutos e quando bati na porta, mas professora de Geografia me deixou entrar.
Na sala de aulas, eu me deparei com o olhar de vários dos meus colegas, mas um em específico me fez franzir o cenho.
Tyler me encarava e eu não consegui entender ao certo o que seu olhar transmitia, mas com certeza não era algo bom.
Mas tentei ignorar e andei até minha carteira, logo me sentando.
...
Mordi meu lábio nervosa por ter que mentir para o Tyler. Eu odiava mentiras, mas eu não podia contar que estava indo conhecer a casa do meu pai, ele nunca deixaria e minha mãe, muito menos.
Então, para o Tyler eu estaria com minha mãe e para minha mãe, eu estaria com o Tyler e pronto, problema resolvido.
Sorri, depois de caminhar até ao fim do estacionamento do Deauville e avistei o homem alto, de pé, perto de sua moto MV Agusta F3 800 AMG prateada. Só porque meu pai também era fascinado pela Mercedes-Benz.
Assi nn que notou minha presença, passou a mão nos cabelos e sorriu, seu sorriso era lindo e eu nunca me cansaria de vê-lo. Seus braços foram erguidos e eu quase chorei ao receber seu abraço. Não era mais a primeira vez, mas toda vez, seria sempre como se fosse a primeira.
-Pronta? Baixinha!- beijou meu rosto e eu não consegui conter minha alegria.
-Sim!- respondi contente ao receber o capacete que ele me entregou.
Com ajuda do meu pai, eu subi na moto e ele subiu logo em seguida.
Passei minhas mãos por debaixo de seus ombros e me agarrei a seu corpo, como nunca antes tinha feito.
Seu cheiro não tinha mudado e eu fazia de tudo para que não desse gatilho, assim como sua voz e tudo o resto nele.
Malcom não tinha mudado, mas estava claramente diferente e me apaixonava mais por ele toda vez que o via, ele era finalmente o pai que eu sempre quis que ele fosse e nada mais importava além disso.
Ri, sentido o vento bater contra meu rosto e meu pai riu também, mas eu não sabia porquê ele ria.
Andar de moto era incrível. Naquele momento eu entendi porquê ele gostava tanto. A liberdade do vento acariciando sua pele, a adrenalina das curvas, das ultrapassagens. Era incrível. Meu pai era incrível.
Não levou muito tempo para que a moto parasse e meu pai, junto comigo, descesse.
-Bem vinda, minha fada a humilde residência do seu progenitor!- Malcom sorriu, parado em frente a uma mansão cinzenta.
-Humilde?- franzi meu cenho.- Essa casa é sua mesmo Malcom?- o olhei desconfiada e vi o lindo lindo rir um pouco.
-É sim meu amor, levou só quase cinco anos, mas eu consegui, finalmente posso te dar a vida que sempre mereceu princesa linda do papai!- disse alegre e do nada me pegou do chão, me levando em seus braços, para dentro da casa.
Ri alto, por motivo nenhum e quando estávamos na sala de estar enorme, Malcom me colocou no chão.
-Esse lugar está muito mais iluminado com você aqui, vida!- ele me conquistava com suas palavras bonitas, assim como um dia tinha conquistado minha mãe e assim como ela na altura, eu também gostava. Gostava muito e o abraçava sempre que podia.- Vamos assistir um filme e comer pipoca?
-Sim!- concordei alegre.- Que filme?
-Barbie?- propôs e eu ri, contendo um suspiro em meu peito.
Quando eu tinha nove anos, pedi para ele colocar Barbie na tv para mim. Malcom nunca me deixava ver TV, mas naquele dia, mesmo sabendo que ele se recusaria, eu ganhei coragem para pedir e em resposta, o homem zangado que ele era, quebrou a tela plana.
Não vi necessidade daquilo. Ele me assustou, ele me assustava, seu rosto bravo, as veias nas mãos, o mar furioso. eu não sabia porque razão ele me odiava tanto.
-Melissy!- meu pai disse meu nome vindo em minha direção e eu neguei com a cabeça, dando três passos atrás. Sua voz era um gatilho.
Eu não podia só assistir um filme como uma pessoa normal?! Sem precisar derramar lágrimas antes.
-Porquê me odeia Malcom, eu não fiz nada!- chorei, tirando de minha garganta a pergunta que queria ter feito há anos.
-Eu não te odeio meu mundo, nunca odiei, eu odeio a mim mesmo, eu me odeio muito e sempre me odiei por não conseguir ser o pai maravilhoso que você merecia e merece meu anjo, nunca mais diga que eu te odeio!- segurou minha cabeça contra seu peito e eu o abracei, chorando lá.
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My fault
Teen FictionNão estava tudo bem. Eu tinha 17 anos, não deveria ter que me afastar dos garotos só porque minha mãe tinha feito escolhas ruins. Não deveria sentir medo de me relacionar com eles, ser amiga deles, só porque meu pai era um homem ruim. Mas eu sentia...