33. Quer água?

18 3 0
                                    

Tentei não rir muito alto do meme que meu pai mandou, mas foi impossível.

Senti o olhar de Tyler em mim, mas ignorei.

Eu estava fazendo de novo, mas não era proposital, era consciente mas não proposital.

-Quer água?- perguntei para o loiro que mexia algumas panelas.

-Pode ser!- disse simplesmente e eu me levantei do banco alto da ilha para servir dois copos.

-Eu também quero!- Taylor apareceu na cozinha e eu sorri para a garotinha que tinha o rosto maquilhado.

-Tá linda bonequinha!- a peguei em meu colo e a loirinha fez uma pose, me arrancando uma risada.

-Vem!- pulou para o chão e segurou minha mão.- Vou te mostrar como se faz!- ela me puxou para fora da cozinha e juntas corremos até seu quarto.

...

Assim que cheguei à casa, franzi meu cenho para a presença de um certo loiro em minha sala de estar.

Senti vontade de xinga-lo em dez línguas diferentes, mas ao invés disso, apenas andei até ele, sem saber o que dizer.

Minha mãe estava sentada no outro sofá, com uma garrafa de vinho na mão.

Me fudi. Me fudi gostoso. Senti minhas mãos tremerem quando os dois olharam para mim.

-Onde esteve?- minha mãe foi a primeira a se pronunciar.

Para o Tyler eu estava com ela e para ela estava com o Tyler, mas na verdade eu esta meu pai, mas não tinha chance de eu dizer isso a eles.

-Acha mesmo que ele mudou Melissy?!- a pergunta dela me pegou total e completamente desprevenida.

-O quê? Quem?- me fiz de sonsa, mas era óbvio que ela já sabia.

-Eu vi as mensagens no seu celular!- Tyler se levantou e eu arregalei meus olhos em sua direção.

-Mexeu no meu celular?- perguntei incredula e vi o loiro baixar sua cabeça.

-Achei que estivesse me traindo Melissy!

-Acha que isso é desculpa? Eu dei minha virgindade de bandeja para você, não foi prova de amor suficiente Conan?! Qual é o seu problema? Mexeu meu celular e o quê?! E correu para vir contar para sua dona o que tinha descoberto né cachorrinho!- disparei as palavras, tomada pela raiva.

-Não fala assim com ele!- Minha mãe o defendeu e eu gargalhei alto, com humor nenhum.

-Claro né sua heroína vai te defender, seu covarde, quer mesmo saber?! Eu te traí sim, prontos, e mais, essa porra de namoro acabou aqui! E aí? Gilia, conseguiu o que queria, agora já pode fuder com ele é óbvio que está sedenta!

Assim que terminei minha frase, a palma de sua mão colidiu com minha face e eu arregalei meus olhos, sentindo vontade de revidar, mas não ia descer ao nível dela.

-Queria ter te abortado quando tive chance!

Suas palavras caíram sobre mim como avalanche, as lágrimas não demoraram a molhar meu rosto, tanto quanto eu não demorei a limpa-las.

Corri escada acima e peguei a jaqueta do meu pai, descendo logo a seguir.

Passei por eles na sala e vi minha mãe com a cabeça no peito daquele que já foi meu namorado.

Franzi meu cenho para eles, sentindo náuseas e saí de casa, entrando em meu carro.

...

Estacionei na porta da casa do meu pai e desci, tocando na campainha sem hesitar e não levou muito tempo para que meu pai abrisse a porta.

Nada falei, só me joguei em seus braços e o abracei forte.

-Eu posso morar com você?- pedi para seu peito e o homem se afastou um pouco para me olhar.

-O que houve vida?!- perguntou e só então me permeti chorar.

-Eu a odeio!- falei com raiva.

-Quem você odeia minha pequena, o que houve? Quem bateu em você?- questionou depois de ver a marca da mão da Gilia impressa em minha bochecha.

-A Gilia, ela me bateu, eu a odeio, não quero mais morar com ela!

-Do que está falando? O que aconteceu entre vocês, sua mãe nunca te bateria!

-Mas ela bateu! Por favor me deixa morar aqui!- supliquei, olhando em seus olhos azuis e meu pai suspirou.

-Tudo bem minha pequena, pode ficar aqui, mas terá que seguir minhas regras okay?

-Okay!- concordei.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora