24. Você me odeia?

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Neguei com a cabeça e indo contra todos meus instintos, eu o abracei.

Eu nunca tinha abraçado meu pai antes. Seu corpo era grande e quente, seus braços envolveram minha cintura e ele me tirou do chão, me apertando contra seu peito musculado.

Eu tinha esperado dezassete anos por aquele momento, para sentir seu corpo, saber como era seu abraço. E com certeza era bem mais do que eu tinha imaginado e naquele momento, tudo resto pareceu não fazer sentido sem ele é tudo que tinha acontecido não tinha mais importância, ainda doía e ia continuar doendo em alguns dias, mas não tinha importância.

Eu senti seu amor naquele abraço. Todo amor que me foi negado, em dezassete anos, eu senti naquele único abraço.

-Senti tanta saudade minha pequena!- ele me colocou no chão, mas não o soltei. Não queria ter que soltá-lo nunca.

Eu sentia falta dele, desde que me lembro por gente. Não sentia saudade do Malcom, mas sim do meu pai, um homem que eu nunca tinha conhecido.

-A Gilia não pode saber que está por aqui, se não ela vai querer fugir de novo!

-Eu sei, por isso te procurei sozinha! Ela deve me odiar!- passou a mão em seus fios dourados e eu sorri para seu tic.

-Sim, ela odeia!- fui sincera, ainda sem soltar seu corpo.

-Você me odeia também?

Sua pergunta me fez suspirar. Não respondi, apenas fechei meus olhos e me perdi em seu cheiro que era realmente muito bom.

...

-Desculpa por sábado, meus pais decidiram fazer uma viagem de família e não deu tempo de te avisar antes!- escutei a voz do Tyler e por momentos me perguntei quando ele tinha se sentado ao meu lado, mas a mensagem nova no chat do meu pai me distraiu e eu ri baixo da foto de visualização única que ele mandou fazendo carreta.

Meu pai era muito lindo.

-Melissy!- o loiro me chamou, mas por mais que eu quisesse olhá-lo, a vontade de terminar de escrever uma mensagem sobre um assusnto totalmente aleatório, para meu pai foi mais forte e eu nem sequer o respondi.

Depois de mandar a mensagem, travei a tela do meu celular e finalmente olhei para o loiro.

Seu cenho estava franzido e sua cara fechada, seus olhos azuis um pouco escurecidos.

-O que foi?- perguntei, sem entender e o loiro arqueou suas sobrancelhas castanhas.

-Nada!- negou com a cabeça e voltou sua atenção para o caderno a sua frente.

Franzi meu cenho por instantes, mas logo dei de ombros e me levantei quando meu celular tocou, era meu pai.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora