Na manhã seguinte, dispertei com o barulho alto de batidas na porta.
Franzi meu cenho e olhei Tyler que ainda dormia, feito pedra.
-Ty!- chamei por ele, balançando seu corpo, enquanto minha mãe, claramente embriagada, ameaçava derrubar a porta.
Revirei meus olhos. Ela era tão pequena quanto eu e nem se nos juntassemos teriamos forças para derrubar uma porta daquelas.
-Amor!- beijei seus lábios e o loiro finalmente abriu os olhos.
-É sua mãe?- franziu o cenho ao olhar para a porta e eu assenti.
-Precisa ir, nos vemos no colégio!- me levantei da cama, mas o estrondo que a porta fez quando embateu no chão me fez pular de volta.
-Merda!- fechei meus olhos, antes de me virar para a mulher parada no batente daquilo que já tinha sido minha porta.
-Você, de novo!- Minha mãe apontou a chave de fenda para o loiro que a olhava sem esboçar expressão alguma.
-Mãe abaixa isso!- pedi ao olhar para ela que não estava completamente bêbada como eu pensei, mas não estava totalmente sobria.
-Que porra faz no quarto da minha filha?! Na cama dela? Na minha casa?- a mulher se apaixomou e eu me coloquei a sua frente para que ela não chegasse ao loiro que se pôs de pé.- Eu não acredito que caiu no papo desse loiro aguado, Missy, depois de tudo que passamos eu não quero acreditar nisso pelo menos fala que usou camisinha Melissy!- apontou para mim e eu franzi meu cenho.
Ela estava com o mesmo olhar de quando quase matou nós duas e aquilo me assustou.
-Não usamos camisinha!- foi o garoto atrás de mim que respondeu e eu franzi meu cenho em sua direção.
-Porque não transamos!- me adiantei antes que minha mãe começasse a berrar.- Mãe, ele não é como o papai!
-Falamos sobre isso depois Melissy!- me apontou de novo.
-Eu contei para ele!- informei e a vi arregalar seus olhos em minha direção, antes de soltar uma gargalhada curta e seca.
-E por isso acha que ele não fará a mesma coisa? Acha que ele é diferente? Por favor amor, eles são TODOS IGUAIS!- a chave de fendas em sua mão trémula agora apontava para o garoto a minha trás, enquanto a mulher inspirava e expirava profundamente.
-Desculpa, mas a senhora não me conhece n...
-CALA A PORRA DA BOCA ANTES QUE EU TE FURE TODO!- minha mãe gritou, histérica e eu franzi meu cenho, dando alguns passos para trás e forçando Tyler a fazer o mesmo. Eu não sabia até onde sua coragem ia.
-Eu confio no Tyler mãe!- segurei a mão do loiro e ele entrelaçou nossos dedos.
Vi minha mãe negar com a cabeça e suas lágrimas começarem a cair.
-Eu também confiava nele, Missy!- minha mãe chorou e a chave de fenda prateada caiu de sua mão.- Eu confiei nele como nunca antes tinha condiado em ninguém e olha como acabei!- ela se sentou contra as costas da cama e eu me aproximei para imitar seu acto.
-Está tudo bem mamãe, ele não é como o Malcom!- olhei Conan e sorri um pouco, mas ele não retribuiu o gesto, até tentou, mas não conseguiu.- Eu me sinto segura com ele, mesmo quando não estou! Ele me faz sentir bem e acreditar que ainda existe alguma coisa que valha a pena no mundo, mãe!- senti minhas mãos tremerem e lágrimas cairem dos meus olhos.- Há muito tempo que eu procurava me sentir assim, eu estou tão cansada, e com tanto medo quanto você mãe, e no entanto ele me faz sentir que não acaba aqui, nosso passado não pode mais nos machucar, eu quero ser feliz mamãe, ele me faz feliz!- olhei aquele que me encarava atentamente.- Por favor entenda, eu não vou me afastar dele!- declarei por fim.
-Se é o que você quer!- foi tudo que ela disse antes de se levantar e sair andando.
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My fault
Teen FictionNão estava tudo bem. Eu tinha 17 anos, não deveria ter que me afastar dos garotos só porque minha mãe tinha feito escolhas ruins. Não deveria sentir medo de me relacionar com eles, ser amiga deles, só porque meu pai era um homem ruim. Mas eu sentia...