21. Princesa preguiçosa!

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E no entanto, eu e o loiro caminhavamos como se estivessemos 5 minutos adiatados para o começo da primeira aula, que infelizmente era matemática, então nenhum de nós estava com preça para chegar à sala de aulas.

Ao invés disso, preferiamos caminhar calmamente e desfrutar da companhia um do outro.

Quando chegamos, batemos na porta branca e esperámos para ser atendidos, porém, nada feito, então batemos novamente e dessa vez, o homem de trinta anos, que usava óculos de grau, abriu a porta e nos encarou.

-Vocês são dessa turma?- perguntou ironicamente e eu soube ali mesmo que ele não nos deixaria entrar.

-Somos!- foi Ty quem lhe respondeu, pouco preocupado e o homem negou com a cabeça nos olhando.

-Acho que não!- disse e fechou a porta na nossa cara.

Eu e o loiro nos mantivemos em silêncio por alguns segundos, até que nossos olhares se cruzaram e ambos caímos na gargalhada.

-Filho da puta!- meu namorado disse baixo e eu ri um pouco.

Nunhun de nós gostava de matemática e eu tentava não pensar muito no tanto que isso nos fazia parecidos com meu pai e minha mãe.

Entramos no banco detrás do seu carro e Tyler me puxou para deitar em seu corpo.

...

Eu não sabia se sorria, ou me preocupava. Num dia ela estava apontando uma chave de fendas para nós e no outro, conversando com meu namorado, o chamando de genrinho e o pior é que eu não sabia dizer se toda aquela simpatia não era uma farça.

-Vem ajudar preguiçosa!- a mulher negra sorriu para mim e jogou um pouco de farinha em minha direção.

-Vai deixar ela me chamar de preguiçosa, amor!- fiz queixinhas para o loiro vestido de preto, com um avental no corpo.

-Ela tem razão, você é muito preguiçosa amor!- Tyler sorriu de forma provocativa e eu arqueei minhas sobrancelhas em sua direção.

-Está do lado dela!?- cruzei meus braços fingindo indignação e eles riram.

-Claro que não minha princesa preguiçosa!- veio até mim e abriu seus braços no ar para que eu lhe abraçasse.

Olhei para seu avental sujo e neguei com a cabeça, freneticamente.

-Está recusando meu abraço?!- fez carreta indignado e eu ri, me preparando para correr, mas só me preparei, já que, como se antecipasse meus movimentos, o loiro me envolveu com seus braços grandes, impedindo que eu fugisse.

-Você está todo sujo Tyler!- reclamei em risada, para o garoto que parecia estar pouco se lixando, se sujava minhas roupas ou não.

Em meio as nossas, a risada minha mãe soou e por instantes, a vi nos olhando, com um sorriso gigante nos lábios.

Meu coração bateu mais rápido, mas talvez fosse pelo facto daquele que eu chamava de namorado, estar me fazendo cócegas.

-Amor pára!- implorei enquanto gargalhava alto e só quando o cheiro que algo queimado chegou a nossas narinas quase que ao mesmo tempo, é que Tyler parou.

E como todos imaginávamos, o caril que estava ao fogo, era agora um derivado de carvão.

Minha mãe pegou na panela e a jogou na pia, abrindo a torneira logo em seguida.

Nós três nos entreolhamos e por motivo nenhum, caímos na gargalhada.

Não era engraçado, mas talvez, assim como eu, eles não sabiam mais o que fazer, além de rir daquela situação.

-Vamos pedir pizza!- o génio que eu namorava propôs e eu assim como minha mãe, concordamos.

E enquanto eu ligava para a melhor pizzeria da cidade, eles terminavam de fazer o bolo de chocolate, que era meu favorito.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora