34. Um sonho.

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Escutei batidas na porta do quarto que meu pai tinha me dado e respirei fundo ao me sentar na cama.

Não tinha sido um sonho. Tinha quatro noites que eu dormia naquele quarto e ainda assim, toda vez que eu acordava, achava que tudo o que aconteceu não passaria de um sonho.

Me levantei e abri a porta. Meu pai estava sempre bonito.

-Bom dia. Não quer ir para o colégio de novo?- Malcom sorriu e sorri de volta ao negar com a cabeça.- Okay, quando quiser me fala para eu arrumar um atestado médico!

-Tá!- ri baixo e o homem vestido de terno se aproximou para beijar minha testa. Sorri para aquele que tinha a tatuagem de um escorpião visível no pescoço.

-Preciso ir trabalhar! Fica bem!

-Se cuida pai!

-Não esquece, não abra a porta para ninguém!- me apontou, sério e eu assenti.

Essa era sua única regra. Essa e não perguntar sobre seu trabalho.

Era estranho, mas eu não me importava.

-Deixei dinheiro na mesa, caso precise de algo!

-Está bem, até mais logo!

O loiro sorriu e piscou sem olho para mim.

-Malcom?!- chamei quando ele se virou e o homem me olhou.

-Fala pequena!

-Obrigada, por me deixar ficar!

-É pouco perto do que eu devo a você, anjo! Te amo! Tchau!

-Tchau!

Respirei fundo. Ele realmente estava diferente e eu nem pensei em perguntar sobre sua toxicodependência, não queria saber, estava tudo bem e eu queria que as coisas continuassem assim.

Eu poderia amar aquela versão dele.

My faultOnde histórias criam vida. Descubra agora