Escutei batidas na porta do quarto que meu pai tinha me dado e respirei fundo ao me sentar na cama.
Não tinha sido um sonho. Tinha quatro noites que eu dormia naquele quarto e ainda assim, toda vez que eu acordava, achava que tudo o que aconteceu não passaria de um sonho.
Me levantei e abri a porta. Meu pai estava sempre bonito.
-Bom dia. Não quer ir para o colégio de novo?- Malcom sorriu e sorri de volta ao negar com a cabeça.- Okay, quando quiser me fala para eu arrumar um atestado médico!
-Tá!- ri baixo e o homem vestido de terno se aproximou para beijar minha testa. Sorri para aquele que tinha a tatuagem de um escorpião visível no pescoço.
-Preciso ir trabalhar! Fica bem!
-Se cuida pai!
-Não esquece, não abra a porta para ninguém!- me apontou, sério e eu assenti.
Essa era sua única regra. Essa e não perguntar sobre seu trabalho.
Era estranho, mas eu não me importava.
-Deixei dinheiro na mesa, caso precise de algo!
-Está bem, até mais logo!
O loiro sorriu e piscou sem olho para mim.
-Malcom?!- chamei quando ele se virou e o homem me olhou.
-Fala pequena!
-Obrigada, por me deixar ficar!
-É pouco perto do que eu devo a você, anjo! Te amo! Tchau!
-Tchau!
Respirei fundo. Ele realmente estava diferente e eu nem pensei em perguntar sobre sua toxicodependência, não queria saber, estava tudo bem e eu queria que as coisas continuassem assim.
Eu poderia amar aquela versão dele.
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My fault
Teen FictionNão estava tudo bem. Eu tinha 17 anos, não deveria ter que me afastar dos garotos só porque minha mãe tinha feito escolhas ruins. Não deveria sentir medo de me relacionar com eles, ser amiga deles, só porque meu pai era um homem ruim. Mas eu sentia...