Capítulo 66

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Dois dias se passaram, dois dias em que passamos cada segundo estudando o entra e sai da sede dos filhos da puta, dois dias que fomos obrigados a ver eles em sua pior forma maltratando e abusando dos jovens que sequestraram

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Dois dias se passaram, dois dias em que passamos cada segundo estudando o entra e sai da sede dos filhos da puta, dois dias que fomos obrigados a ver eles em sua pior forma maltratando e abusando dos jovens que sequestraram.

E no meio disso tudo, vimos uma movimentação também de crianças, mas claro que não quaisquer crianças, são todas pretas e provavelmente órfãs, pois chegaram na van de um dos abrigos da cidade e ali foram deixadas.

Essas crianças não passam pelo mesmo que os jovens, mas ainda sim são usadas como serviçais e são obrigadas a produzirem conteúdo pornográfico infantil.

- Acorda pra vida. - Sandro fala sério ao meu lado e rapidamente viro meu rosto pra ele, que tem o olhar fixo no agente que dirige a viatura a nossa frente.

- Falou com a Fernanda? - Pergunto baixo e me ajeito no assento, para então levar minhas mãos até meu escapulário e o abrir.

- Falei nada, não consegui parar um segundo desde que chegamos na delegacia, só mandei uma mensagem rápida pra ela e pra minha mãe e logo saímos. - Ele faz careta e assim como eu, retira seu escapulário.

Balanço a cabeça em concordância, entendendo a frustração dele e retiro minha aliança do dedo, para em seguida colocá-la no escapulário e voltar a passá-lo por meu pescoço. Ajeito a gola da farda para esconder bem o colar e confiro o ponto em que estamos no gps do carro. Respiro fundo uma última vez e puxo minha balaclava pra baixo, a ajeitando em meu rosto com agilidade.

Noto os outros agentes, incluindo o Sandro, fazerem o mesmo e então puxo o fuzil para mais perto, me preparando para saltar do carro e entrar em ação.

Vamos descer um tanto longe da propriedade que eles ficam, pois existem sinalizadores de aproximação próximos a casa e também câmeras em árvores aos redores. E como já foi dito, todo cuidado é pouco.

Conforme iremos avançar as câmeras e sinalizadores serão hackeados, desligados e também manipulados para que não ocorra nenhum tipo de risco de eles perceberem nossa movimentação, e os encarregados disso são os hackers que ficaram no prédio da PF.

Sinto o carro parar em uma freada brusca logo ao lado dos outros e rapidamente saio com minha arma em mãos. A organização e posicionamento das equipes não leva mais de um minuto e logo estamos avançando em direção a casa com os dois chefes de operação e o delegado a frente.

Somos um total de 30 agentes além deles três e as divisões foram feitas por equipes, no caso somos cinco equipes e cada equipe entrará por um lado da propriedade para conseguirmos evitar qualquer tentativa de fuga.

Avisto a primeira câmera em uma das árvores e confirmo que a mesma já está desligada pela luz vermelha no canto superior da lente, então desvio o olhar e sigo correndo em formação pelo mato alto.

O dia no interior do Paraná está frio e isso ajuda muito a gente, pois dessa forma quase ninguém se encontra fora da residência.

Meu coração acelera no peito quando o muro alto finalmente aparece adiante e tenho que respirar fundo pra conter a ansiedade que me atinge em cheio. O sentimento de adrenalina misturado com precaução corre em minhas veias, fazendo assim meu lado mais profissional e obscuro tomar a frente.

Os grupos se dividem com um aceno de cabeça de boa sorte e com o sinal positivo sendo dito no meu ponto, eu jogo a arma pra trás e me lanço contra o muro alto, o escalando com agilidade e logo pulando para o outro lado.

Puxo a arma novamente para minha frente e a posiciono rente ao meu rosto, mirando em uma das janelas da casa que está coberta por uma cortina da cor preta.

Corro até a parede lateral da casa e em uma fila de formação seguimos até a área traseira da mansão, onde se encontram dois homens armados e que pela informação dos hackers, estão tomando um cafezinho pra se esquentar.

O Sandro faz sinal para que dois agentes avancem em ambos e assim que o fazem, seguimos diretamente para a entrada traseira que está fechada por senha.

Meu olhar volta até os agentes encarregados de prenderem os dois meliantes e um sorrisinho quase aparece em meu rosto coberto pela máscara ao vê-los de cara no chão e algemados.

É só o começo do inferno filhos da puta.

A trava da porta é liberada e no segundo seguinte minha atenção se redobra ao entrarmos na casa já na cozinha da mesma. O barulho dentro da mansão se intensifica e pelo ponto em meu ouvido ouço o chefe de operações dar voz de prisão por onde ele entrou, no caso, pela porta da frente.

São duas equipes especiais no térreo e três no segundo andar, enquanto a rua e muros são cercados por outras equipes e todos o tipos de agentes da PF e PC. Então eles não tem escapatória.

Sorrio de lado quando um dos homens sentado à mesa tenta puxar sua arma da calça, mas rapidamente miro em sua mão e o acerto sem pensar duas vezes o fazendo gritar e ir ao chão.

Um agente corre até o mesmo e o vira de cara para o chão, o algemando logo em seguida enquanto o mesmo chora e reclama de dor.

Continuo com a arma em frente ao rosto e observo cada reação dos filhos da puta que tentam resistir ao serem algemados e arrastados pelos agentes da minha equipe.

Todos, sem excessão são colocados sentados contra a pia e apenas um dos agentes se posiciona para fazer a vigilância, enquanto os outros se aproximam novamente de mim e do Sandro. O mesmo, que está parado ao meu lado me cutuca com o cotovelo, para então indicar e porta que há no canto da cozinha e que da acesso ao porão onde as crianças ficam.

Meu coração voltar a acelerar no peito e sem entender o porque daquele sentimento angustiante, sigo até lá com ele ouvindo os passos pesados atrás de mim.

- Entrando chefe. - Ouço falarem no ponto e identifico ser o restante dos agentes da Polícia Federal e da Civil que irão encaminhar os homens apreendidos para a delegacia.

- Vamos entrar no porão. - Sandro avisa no ponto e assim que temos o retorno positivo do delegado e porta destravada, chuto a mesma com força a abrindo.

Ajeito a arma em mãos e rapidamente desço a escada iluminada por uma luz amarela, que da acesso a outra porta trancada e que provavelmente é feita de aço.

A trava é liberada e com certa dificuldade eu e o Sandro a empurramos, fazendo um barulho baixinho de choro ecoar pelo ambiente.

Meu amigo pisca algumas vezes tentando manter a concentração e assim que da o primeiro passo pra dentro da sala, ele trava no lugar.

[...]

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