Capítulo 76

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Deixo um beijo na boca da minha preta e sorrio ao ouvir a risada do Miguel ao nosso lado

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Deixo um beijo na boca da minha preta e sorrio ao ouvir a risada do Miguel ao nosso lado.

- Vovó tá tão ansiosa pra te conhecer e te apertar. - Minha mãe diz do outro lado da chamada de vídeo que é feita em família, nela estão meus pais, meus irmãos, os pais da Agatha e também a Fernanda, já que o marido dela está aqui conosco e ela está na casa da Agatha.

- Eai campeão. - Falo sorrindo de lado e deixando um beijo também na cabeça do Miguel, ele devolve o ato beijando minha bochecha e então ri novamente quando enfio minha cabeça na frente da dele, tampando o celular. - Oi mãe.

- Não, sai, é vovó do Miguel. - O pequeno exclama envolvendo os braços por trás do meu pescoço e me puxando, até que eu esteja fora do seu campo de visão.

- Ih qual é? Ela é minha pô. - Falo levando as mãos até a barriguinha dele e começando a o fazer cócegas.

O Miguel se joga pra trás na cama, rindo alto enquanto a Agatha se move me dando mais espaço e continua a nos mostrar na chamada.

Meu moleque se contorce sob a cama, tentando se afastar e me parar, mas tudo que consegue é me fazer aumentar ainda mais a intensidade das cócegas.

- Amor, vai matar o menino sem ar. - Agatha exclama rindo e sinto minhas costas arderem com um tapa no segundo seguinte. - Larga ele Kevin.

- Aí preta. - Resmungo me afastando e tentando alcançar o local que ela me bateu, com minha mão esquerda. - Mão pesada da peste.

O Miguel se senta novamente na cama e limpa os olhos cheios de lágrimas de tanto dar risada.

- Ai minha barriguinha. - Ele suspira pesado e passa a mão na mesma, enquanto vira o rosto para olhar pra Agatha. - Quer fazer xixi.

- Opa, vamos lá então meu amor. - Minha mulher diz e me entrega o celular, antes de sair da cama e ajudar o pequeno a sair também.

O Miguel se sente confortável apenas com a Agatha para fazer certas coisas, como ir ao banheiro e tomar banho, então não insisto e muito menos tento argumentar sobre. Até porque já entendi que quando ele se sentir pronto vai me deixar fazer parte desses momentos também, palavras da terapeuta.

Paro um momento assistindo eles se afastarem juntos e logo que a porta do banheiro se fecha, me vejo com um sorriso bobo no rosto e um sentimento indescritível no peito. Respiro fundo e me sento na ponta da cama com o Sandro ao meu lado.

- E como você tá meu filho? - Meu pai pergunta me olhando através da chamada de video.

- Com medo, com uma insegurança do caralho, mas muito feliz. - Falo sendo o mais sincero possível e dou risada quando o Sandro me abraça pelo pescoço.

- Minha nora, diferente de você que só jogou o vídeo no grupo e sumiu, me ligou e explicou toda a situação. - Minha mãe diz e deita a cabeça no peito do meu pai. - Tô bastante feliz por vocês, bastante feliz mesmo em ver você crescendo e formando sua própria família.

Ela sorri e eu quase dou risada ao ver seus olhos azuis se encherem de lágrimas, mas me seguro pra não levar bronca do meu velho depois.

- Quando éramos só nos dois, antes mesmo de eu conhecer seu pai, eu passei por muita coisa e uma delas foi essa maldita insegurança de ser uma péssima mãe pra você, então meu pretinho, saiba que esse sentimento é super normal quando temos nosso primeiro filho e que com o tempo vamos pegando mais experiência e percebendo que essa insegurança na verdade é apenas o medo de falharmos ou machucarmos nosso bem mais precioso. - Ela diz fungando baixinho e da uma leve risada quando meu pai a aperta em um abraço. - E ver você crescendo assim, se tornando o homem que foi criado pra ser, me deixa com uma sensação tão gostosa de nostalgia que não consigo nem descrever.

- Pô mãe, que isso. - Sorrio envergonhado e passo a mão na barba, tentando disfarçar a vontade de chorar.

- Quando eu engravidei e fui expulsa de casa, a única coisa que passava na minha cabeça era o que eu iria fazer, para onde eu iria e principalmente com quem eu poderia contar naquele momento em que eu estava tão vulnerável, e então sua dinda apareceu como um anjo e me acolheu, nos acolheu e agora eu vejo o quanto isso refletiu em você, o quanto o início da nossa história foi um aprendizado pra você. - Ela diz e limpa a bochecha rosada, molhada de lágrimas. - O que você está fazendo de dar um lar pra essa criança é tão lindo, é tão especial, me deixa tão orgulhosa filho.

- Vou ter que concordar com sua mãe filho, porque sei que o sentimento que você deve estar sentindo no momento é o mesmo que eu senti 26 anos atrás quando te vi pela primeira vez e isso só me enche de orgulho. - Meu pai diz e limpa uma lágrima boba que desce por seu rosto. - Me enche de orgulho ver você tendo essa conexão com alguém especial, a mesma conexão que nós dois tivemos desde o primeiro momento juntos.

- Mamãe te ama pretinho e está muito, mas muito orgulhosa de você. - Minha mãe murmura em meio às lágrimas e sorri, enquanto abraça meu pai que tem os lábios tremendo por estar controlando o choro.

- Oh carai, isso não se faz. - O Sandro resmunga ao meu lado e viro meu rosto desacreditado para o olhar, para o ver chorando. - Tô sensível com a gravidez, ta?!

- Eu que tô grávida, Sandro! - A Fernanda exclama chorosa na chamada e eu dou ainda risada, limpando minhas próprias lágrimas que teimaram em descer por meu rosto.

- Nunca ouviu falar que o homem também fica sensível na gravidez da mulher?! - Sandro pergunta tirando o celular da minha mão e iniciando uma discussão com meus irmãos, meus pais e sua própria esposa.

Meu olhar recai sob a porta do banheiro assim que ela se abre e um sorriso apaixonado cresce em meus lábios ao ver a mulher da minha vida e meu moleque saindo de lá.

O pequeno solta a mão dela e corre desengonçado em minha direção, me fazendo rapidamente levantar da cama e me abaixar para o receber. Seu corpinho se joga contra o meu e eu o levanto em um abraço apertado.

- Papai do céu que deu. - Ele diz baixinho, me apertando com seus braços pequenos.

- Papai do céu que me deu você. - Falo pra ele e deixo um cheiro em seu pescoço, o fazendo rir de leve.

Sinto o corpo da Agatha colando ao lado do meu e abro meu olhos vendo ela com um sorriso lindo nos lábios.

- Papai do céu que me deu vocês dois, um pra cuidar de mim e me amar e o outro para eu cuidar e amar. - Ela diz olhando de mim para o Miguel.

Juntos nós dois nos incluímos na direção dela e a abraçamos, enquanto beijamos cada um, um lado de seu rosto bonito. Ela ri toda boba e de imediato devolve os beijos e o abraço.

- Sempre nós. - Murmuro a puxando ainda mais pra mim e deitando minha cabeça sob a dela, que se aconchega em um lado do meu peito enquanto o Miguel fazendo o mesmo do outro lado.

- Sempre nós. - Ela repete e suspira, apertando de leve minha camisa entre os dedos e recebendo um carinho delicado no rosto, do Miguel.

[...]

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