Capítulo 48

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Entro na delegacia ainda sentindo meu peito apertado por ter deixado minha dama sozinha

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Entro na delegacia ainda sentindo meu peito apertado por ter deixado minha dama sozinha. Tá bom, ela não está sozinha, o agente está com ela e também tem os meus sogros, mas isso não me acalma nem um pouco, o que realmente me deixaria tranquilo seria poder ficar de olho na minha Agatha o dia todo, só pra ter certeza que ela está bem e segura.

- Tá no mundo da lua? - Ouço a voz da Fernanda e sorrio de lado ao virar meu rosto para olhá-la.

- Preocupado só. - Falo e me aproximo dela, vendo a mesma se levantar e sair de trás do balcão, até parar em minha frente. Me inclino um pouco pra baixo e deixo um beijo leve na testa dela. - Agatha mandou pra ti.

Entrego o saco de papel pra baixinha, que da um pulo animada e ri toda boba.

- O que é? - Ela pergunta já abrindo o saco eufórica. - Aí meu Deus, eu tava realmente querendo um desses. - Fernanda exclama e tira de dentro da sacola marrom uma embalagem de plástico com um pedaço generoso de torta de limão em seu interior.

- Aproveita pra matar a vontade então e eu vou trabalhar. - Beijo a testa dela mais uma vez e me afasto vendo ela sair quase que correndo em direção a cozinha.

Sigo em direção a sala de reuniões designada ao meu grupo e entro encontrando a maioria dos agentes já por ali.

- Eai, como que tá? - Sandro pergunta assim que me sento ao seu lado e puxo uma xícara vazia pra perto.

- Preocupado irmão, mas tentando pensar positivo. - Falo sincero e pego a térmica de café no meio da mesa, virando em seguida um pouco do líquido escuro e quente na xícara.

- Eu imagino irmão, tô na mesma situação. - Sandro suspira e da um gole de seu café, ainda me olhando atento.

- Ontem a noite fui buscar umas coisas em casa e o filho da puta me seguiu, já tínhamos quase cem por cento de certeza que era ele mas eu precisava confirmar aquela pitada de dúvida que ainda tínhamos em mente. - Falo e mexo o café recém adoçado com uma colher limpa. - Então parei no mercado e consegui ver o rosto dele, o cara parecia um maluco me olhando e me seguindo.

- Tá certo em fazer isso, assim agora temos a certeza absoluta que é ele. - Sandro diz balançando a cabeça de um lado para o outro.

- E hoje cedo ele estava lá de novo, mesmo carro e mesmo local. - Respiro fundo e passo a mão na cabeça, sentindo aquela angústia dominar meu peito novamente.

- Fica calmo irmão, tem um agente lá de olho, não tem um ponto cego sequer em volta daquela casa e da padaria, e se ele sequer tentar se aproximar vai preso. - Meu amigo diz e coloca a mão em meu ombro, o apertando em um gesto de apoio e força.

- Ainda sim, se acontecer alguma coisa com a Agatha não sei do que sou capaz Sandro. - Falo e dou um gole do meu café, antes de voltar a olhar para meu amigo.

- Tá amarradão mesmo né? - Ele pergunta em um tom de voz risonho e me cutuca com o cotovelo.

- Tô apaixonado pra caralho. - Admito e sinto um sorriso bobo crescer em meus lábios com as lembranças da noite passada vindo a tona em minha mente.

- Que isso irmão?! - Sandro ri e gira a cadeira de escritório para me puxar pelos ombros e também me virar. - Tá falando sério?

- Tô pô, já tô até vendo de comprar aliança pra fazer um pedido de namoro da horinha. - Falo rindo e agarro os pulsos dele, tirando suas mãos de cima de mim em seguida.

- Coé filho da puta, me conta essa porra direito, tá querendo fazer oque? - Ele pergunta ainda sorrindo e volta a pegar sua xícara da mesa.

- Queria mesmo era levar ela pra arraial na casa de praia dos meus pais e fazer um pedido todo romântico do jeito que ela gosta, mas é muito arriscado viajar agora. - Falo e suspiro pesado, também pegando minha xícara na mesa e dando um gole.

- Pô, faz na tua casa mesmo, no teu quarto tem aquela luz colorida e da de inventar algo massa. - Sandro diz me olhando e eu assinto gostando da ideia.

- Vou ver o que da pra fazer. - Sorrio em agradecimento e bato no braço dele com meu cotovelo, quase o fazendo derrubar café.

- Oh seu filho da puta. - Sandro diz rindo antes de virar o restante do café na boca.

- Foi mal pô. - Falo rindo junto dele e o imito, tomando todo o resto do meu café.

- Bom dia, bora começar que hoje temos uma operação de última hora. - O chefe de operações chega na sala falando e de imediato me viro de frente pra ele.

Assisto os outros agentes se sentarem em suas respectivas cadeiras com certa rapidez e ficarem em silêncio, dando sua atenção total ao chefe e agora também ao delegado que entra na sala.

- O médico acusado de assédio e estupro contra as pacientes, e que estava foragido a mais de três meses, finalmente foi localizado e está voltando para o Rio. - Meu chefe começa a falar e assinto me lembrando do caso escandaloso que foi manchete em todos os jornais e programas de televisão do país. - A polícia civil pediu nossa ajuda para a intervenção e prisão do foragido, ele está vindo do interior do paraná e deve chegar em sua casa por volta das 17h da tarde.

- Ele está com uma criança e uma adolescente no carro, ambas são vítimas de um esquema de tráfico infantil na cidade do Chile e é por isso, por elas, que nós só agiremos assim que ele chegar em casa. - O delegado diz sério e abre a pasta que tem em mãos. O mesmo retira de lá algumas fotos e coloca sob a mesa. - Faremos uma intervenção silenciosa e como ele tem muitos seguranças, temos que agir com muita cautela.

Passo a mão pela barba e pego a foto da fachada da casa em mãos, enquanto ouço o plano de ação ser explicado nos mínimos detalhes.

O cara além de morar uma puta mansão, ainda é cheio de seguranças e câmeras espalhadas pelo quintal, o que dificulta nossa ação e torna tudo mais perigoso. Porém é disso mesmo que eu tô precisando.

Preciso de um pouco de adrenalina pra acalmar minha mente e coração preocupados, preciso de um pouco de ação pra focar em algo que não seja na situação atual da minha vida pessoal, ou então eu vou acabar explodindo.

[...]

25 de julho, dia do escritor.
Feliz dia pra nós autoras que também me acompanham ❤️

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