Capítulo 77

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- Eu gosto amor e parece ter bastante espaço na sala pra ele brincar

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- Eu gosto amor e parece ter bastante espaço na sala pra ele brincar. - Falo olhando as imagens do apartamento que o Kevin foi visitar mais cedo.

- Sim e já tem até uma cama baixa em um dos quartos. - Ele diz e realmente constato isso na foto seguinte, assim que deslizo o dedo para o lado sob a tela do celular.

- Pra ficarmos uns dias parece perfeito. - Falo e me encosto no peito dele, já que o mesmo está sentado ao meu lado e com o Miguel em seu colo.

O celular do Kevin começa a vibrar em minha mão e logo no instante seguinte a tela muda da foto para uma ligação recebida. Ele pega o aparelho da minha mão quando vê o nome do Sandro e rapidamente atende.

- Fala. - Ele diz enquanto desliza a mão por meu braço em um carinho leve. - Beleza, já já tô aí.

A ligação não leva mais de um minuto e assim que meu namorado desliga a mesma, ele faz careta.

- Vou precisar ir até a delegacia resolver umas burocracias. - Kevin diz e se abaixa até estar com os lábios colados nos meus.

Suspiro pesado e deslizo minha mão pela nuca dele, querendo sentir mais do mesmo, mas apenas me contento com aquele simples contato e me afasto lembrando do Miguel ali presente.

- Vai la preto, vou ajeitar as coisas aqui e esperar a doutora e a assistente social. - Falo e sorrio quando ele me dá mais um selinho.

- Queria mesmo era ficar aqui pra saber da alta, mas já que não posso vou só fechar a estadia no apartamento e ir la. - Ele diz resmungando e se afastando de mim. - Mais tarde eu volto pra buscar vocês.

A frase é dita mais diretamente para o Miguel, que se levanta na cama com a ajuda do Kevin e em seguida o abraça apertado.

Sorrio boba assistindo a interação e conexão dos dois e me encosto pra trás na cama para deixá-los terem seu momento.

- Cuida da nossa princesa, tá bom? Qualquer coisa pede para o titio ali da porta me ligar. - Kevin fala se afastando do pequeno e o ajudando a se sentar na cama de novo.

- Tá bom. - Meu pingo de gente responde firme e então aperta a mão do mais velho, dando uma risadinha fofa.

- Até depois minha gata. - Kevin diz e se inclina em minha direção novamente, deixando um beijo mais lento em meus lábios.

- Se cuida. - Peço levando as mãos até o rosto dele e o segurando. Meu namorado suspira pesado e sela nossos lábios mais umas vezes, me deixando com um sorriso ainda mais bobo no rosto.

Ao se levantar ele beija a cabeça do Miguel, que logo se aconchega ao meu lado e me agarra todo manhoso. Juntos assistimos nosso gigante pegar a bolsa de serviço e sair do quarto acenando, com um bico imenso nos lábios. Um verdadeiro bebê gigante.

- Daqui a pouco a doutora vem te ver e dizer se podemos ir embora ou não. - Falo baixinho, acariciando os cabelos curtos do meu pequeno grude.

- Embora? - Ele pergunta confuso e levanta o rosto pra me olhar mais diretamente. - Miguel não quer ir, quer ficar aqui.

Os olhos dele se enchem de lágrimas de um segundo para o outro e tenho que me esforçar pra não chorar ao vê-lo entrar em desespero, me agarrando fortemente.

- Miguel não quer. - Ele diz com a voz carregada de angústia, quebrando meu coração em mil pedaços.

Agarro o corpinho dele ainda mais firme e o envolvo em meus braços, o trazendo ainda mais pra mim enquanto me deito.

- Você não vai embora pra longe de mim meu amor, vamos ficar assim juntinhos pra sempre, mas na nossa casa, onde você vai ter sua caminha e seus brinquedos. - Falo baixinho tentando o acalmar, já que o mesmo chora em desespero com o rosto escondido em meu peito. - Agora você tem uma mamãe e um papai, e jamais vamos deixar alguém te fazer mal de novo.

- Do Miguel. - Ele diz abafado e soluça, me apertando como pode entre seus bracinhos pequenos.

Deslizo a mão pelo cabelo dele e mordo o lábio inferior pra controlar a imensa vontade de chorar.

- Ta tudo bem meu neném, tá tudo bem. - Falo baixinho e beijo sua cabeça.

Vendo que o choro dele se intensifica, eu me sento na cama com ele ainda agarrado em mim e então me levanto com certa dificuldade, caminho até a mesa no canto do quarto e pego a mamadeira que o Miguel comprou pra ele.

Me esforço ao meu máximo para segura-lo deitado com apenas um braço, enquanto uso a outra mão para preparar um leite com nescau para o mesmo.

Assim que está pronto o ajeito em meus braços e coloco o bico da mamadeira em sua boca, rapidamente ele pega a mamadeira e suga o líquido morno com força, ainda fungando e com os olhos cheios de lágrimas.

O seguro firmemente com os dois braços e com cuidado o balanço, andando com calma pelo ambiente, mantendo minha atenção 100% nele.

Os olhos dele estão fixos em mim e conforme ele mama, seu choro se acalma até que finalmente para e ele suspira deixando uma das mãozinhas em meu cabelo, brincando com um dos cachos que está sob meu ombro.

- Viu? Tá tudo bem meu amor! - Falo baixinho e sorrio de leve, sentindo meu coração se aquecer no peito. - Vamos ficar juntinhos assim, eu prometo.

Ele nada diz, apenas continua mamando com calma enquanto me olha fixamente. Seus olhinhos escuros tem um brilho lindo e novamente tenho que me segurar pra não chorar.

Miguel, assim como eu, tem o dom de transmitir o que sente pelo olhar e nesse momento, consigo ver claramente o quanto ele está apegado a mim, o quanto ele deseja ficar pra sempre assim comigo. Ele me mostra o quanto já me ama como sua mãe, o quanto confia em mim.

Me abaixo um pouco e beijo sua testa suada, ganhando um sorriso fofo em troca assim que me afasto.

Ele suspira e lentamente desliza a mão livre pela minha bochecha, me deixando ainda mais apaixonada e encantada por ele.

Se eu tinha alguma dúvida que eu queria esse menino comigo para o resto da vida, essa dúvida acabou de ser literalmente expulsa do meu peito, porque tudo que eu mais quero hoje, amanhã e sempre, é ser a mulher a quem ele vai chamar de mamãe, é ser a pessoa em quem ele vai confiar seus maiores segredos, medos e angústias.

Viro meu rosto e carinhosamente beijo a palma da mãozinha dele, arrancando do mesmo uma risadinha fofa, fazendo assim meu coração acelerar no peito.

- Amo você meu bebê. - Murmuro sincera e roço meu nariz em seus dedinhos fofos.

- Do Miguel. - Ele diz manhoso, com o bico da mamadeira entre os dentes.

Sorrio boba e volto a nina-lo em meu colo, com minha atenção totalmente focada nele.

[...]

Apenas Um OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora