Capítulo 71

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Cumprimento o agente que está fazendo a escolta da porta do quarto do Miguel e entro no mesmo, encontrando o ambiente escuro e apenas iluminado por um abajur mais ao canto

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Cumprimento o agente que está fazendo a escolta da porta do quarto do Miguel e entro no mesmo, encontrando o ambiente escuro e apenas iluminado por um abajur mais ao canto. Fecho a porta com cuidado e retiro meus sapatos pesados ali mesmo, os deixando bem ao lado da porta.

Meu olhar varre o quarto e logo em seguida um sorriso se abre em meu rosto quando vejo a Agatha dormindo agarrada no pequeno garoto que com certeza já conquistou seu coração.

Me aproximo da maca em silêncio e suspiro de leve vendo o biquinho dele enquanto dorme tranquilo abraçado na mulher da minha vida.

Esse garoto dominou meus pensamentos na maior parte do dia e eu realmente não sei o que fazer de agora em diante, não sei como vou falar pra ele que iremos embora e ele ficará com uma assistente social.

Ainda nessa tarde recebi a visita de uma inspetora da polícia civil e também de uma assistente social, elas estão encarregadas de cuidarem das crianças que foram retiradas da casa que invadimos e sendo assim, o Miguel está sob responsabilidade delas.

Elas até tentaram jogar um verde para que eu adote o garoto, mas porra, como que eu vou adotar o moleque assim do nada? Mal fico em casa, passo meus dias em meio ao perigo, não sou nem casado e não faço ideia de como criar e educar uma criança. E mesmo que me falem que já ajudei na criação dos meus irmãos, é diferente, eu não tive essa responsabilidade toda que teria caso adotasse o Miguel.

E tirando tudo isso que já mencionei, ainda tem toda a questão judicial, tem toda a questão de eu morar em outro estado e ele estar aqui. É muito mais complicado do que aparenta ser.

Passo a mão na cabeça e me afasto da cama, caminho até o sofá no canto do quarto e pego minha mochila, antes de seguir para o banheiro onde pretendo tomar um banho longo.

[...]

Agradeço o agente que me ajudou a empurrar mais uma maca para dentro do quarto e o dispenso, fecho a porta a trancando e volto a ajeitar a maca ao lado da que a Agatha e o Miguel dormem.

Coloco o travesseiro e cobertor sob o mesmo e retiro meus chinelos, para então me deitar e afundar o rosto no pescoço da minha preta.

Ela se mexe e com cuidado vira o rosto em minha direção, para logo em seguida abrir um sorriso sonolento.

- Demorou. - Ela diz baixinho e volta seu olhar para o Miguel. Me ajeito na cama e deixo ela se desvencilhar do pequeno para então vir deitar comigo.

Seu corpo gostoso de encaixa no meu embaixo do cobertor e eu suspiro pesado.

- O que foi? - Ela pergunta baixinho e desliza as unhas por minha barba, me deixando todo arrepiado com o contato simples.

- Se estiver cansada amanhã a gente conversa. - Falo tão baixo quanto ela e deslizo minha mão por seu quadril farto.

- Tô não, pode falar. - Ela murmura e deixa um beijo em meus lábios, ainda continuando com seu carinho gostoso.

- O que você acha da ideia de eu adotar o Miguel? - Pergunto incerto e desvio o olhar dos olhos dela, para focar em sua boca tão bem desenhada.

- Eu passei o dia com isso na cabeça amor, ele contou que o papai do céu mandou você pra ele e agora eu não sei o que fazer. - Ela diz baixinho e suspira, usando a mão para levantar meu rosto e encontrar meu olhar com o seu. - Se formos embora vamos quebrar o coraçãozinho dele, vamos deixar ele mais traumatizado ainda, mas também não podemos simplesmente ficar quando temos nossas vidas em outro estado.

- Eu sei, isso é foda demais. - Falo a abraçando pelo quadril. - E eu não quero ir embora sem ele, não sei explicar preta, mas ele tem alguma coisa que me prende.

- Eu sei como você se sente. - Ela aproxima o rosto do meu e desliza o polegar por meu lábio inferior. - Amanhã cedo o Miguel tem a primeira consulta com a terapeuta infantil e irei pedir para ela conversar e abordar essa possível despedida com ele.

- Tá bom. - Murmuro cansado e me inclino roçando nossos narizes. - Daqui uns dias vamos viajar também e acho que assim vamos conseguir esquecer um pouco disso.

- Não acho que vamos, mas podemos tentar. - Ela diz risonha e desliza a mão até minha nuca, para então me puxar para um beijo gostosinho.

Meus lábios se entreabrem com calma e apenas aproveito para sentir o momento enquanto nossas línguas de movem uma pela outra, em um beijo cheio de saudade e paixão.

Minha mão agarra a bunda da Agatha por debaixo do cobertor e apertando com certa força, puxando seu corpo para ficar ainda mais próximo do meu. As unhas dela deslizam por minha cabeça, me deixando todo arrepiado e com gostinho de quero mais, mas assim como me anima, ela quebra o momento rindo.

- Só em casa safadinho. - Ela murmura e se move na cama, se ajeitando até que esteja com o rosto no meu peito.

- Pô, já não posso fazer um amorzinho, já não posso nem dormir com esses peitões na boca e agora posso mais nem beijar minha mulher?! Tô muito fodido mesmo. - Reclamo em tom de brincadeira e ganho um beliscão na barriga em resposta.

- Se aquieta e vai dormir. - Ela fiz rindo baixinho e enfiando a mão por dentro da minha blusa.

Abraço ela com força e olho para o Miguel, o encontrando dormindo na mesma posição e com um biquinho fofo nos lábios.

Meu coração de contorce no peito com a constatação de que provavelmente terei que o entregar para a adoção, mas logo empurro esse pensamento pra longe e fecho meus olhos.

A mão da Agatha desliza por minhas costas e eu respiro fundo, finalmente relaxando e me entregando ao cansaço.

[...]

Apenas Um OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora