"Quando se tem química, não precisa de muito... basta apenas um olhar, um cheiro, um toque...
E então todas as verdades serão ditas numa conexão que só nós entendemos."
Livro iniciado: 08/06/2023
Livro finalizado: 19/10/2023
🏅 1° lugar na tag Ficçã...
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Respiro fundo com a dor crescente em meu quadril e ventre e aperto o braço do Kevin que está ao meu lado, me olhando preocupado.
Ele acaricia meu cabelo com a mão livre e beija minha testa, para então me incentivar a respirar fundo como a enfermeira ensinou.
- Isso amor, expira lentamente. - Ele diz baixo e seca a lágrima dolorida que desce por minha bochecha.
Entrei em trabalho de parto às 3:54h da manhã, minha bolsa estourou minutos depois e então começou a correria para virmos para a maternidade.
Graças aos céus, minha mãe estava em minha casa aquela noite me ajudando com a organização para a chegada do bebê, sim, bebê, ainda não sabemos o sexo do espertinho. Então acabou que ela ficou com o Miguel e o Kevin me acompanhou na maternidade.
Dei entrada eram 4:35h da manhã e minha doutora chegou as 5h, desde então estou sofrendo com a dor das contrações, insistindo em um parto natural vaginal.
- Bom mamãe, vamos ver se finalmente conseguimos a dilatação. - Minha doutora entra na sala chamando minha atenção e com a ajuda do Kevin eu me encosto pra trás na maca, relaxando um pouco.
Minhas pernas são dobradas pelas enfermeiras e deixo que a médica faça seu trabalho após colocar as luvas.
- Opa, depois de 14 horas finalmente estamos prontas. - A doutora Carla fala animada e eu sorrio cansada, mas extremamente feliz em saber que aquela dor está por terminar. - Vou começar a preparar tudo e aconselho que o papai vá com a enfermeira se esterilizar.
Kevin assente e deixa um beijo em minha boca, antes de soltar minha mão e acompanhar a mulher mais velha para fora da sala. Meus olhos se fecham cansados e fico quietinha durante alguns segundos, apenas ouvindo a movimentação ao meu redor.
Uma nova onda de dor invade meu corpo e eu choramingo, voltando a me sentar ereta na cama para massagear minha lombar extremamente sensível e dolorida.
Os minutos de passam devagar e quase grito de felicidade quando me fazem encostar de volta na maca para me empurrarem até a sala de parto. Kevin me espera no canto da sala e assim que me vê, corre para perto de mim em meu apoio.
- Hora de conhecer nosso bebê. - Falo baixinho pra ele e suspiro em meio a um sorriso.
- Helena ou Raphael? - Kevin questiona e eu sorrio ainda mais, ansiosa para desvendar esse mistério e finalmente ter meu anjinho em meus braços.
- Vamos lá mamãe, deixe a enfermeira ajeitar a posição de cama e então na próxima contração você empurra. - A doutora fala chamando nossa atenção e eu balanço a cabeça em confirmação.
Uma enfermeira fica do meu outro lado e com a ajuda do Kevin ela regula a cama, meu corpo logo em seguida é posicionado da maneira correta e eu resmungo com a fisgada chata em minha intimidade.
- Olha Agatha, por um acaso eu já tô vendo uma cabeça apressadinha aqui, então quando quiser pode empurrar. - A doutora fala risonha e as enfermeiras se aproximam para ver a cena.
Poderia ficar desconfortável com a situação, mas tudo que eu menos sinto agora é vontade de fazê-lo. Então com todo o resto de força que ainda resta em meu peito, eu sugo o ar com intensidade e empurro meu bebê pra fora, sentindo uma dor absurdamente sobrenatural me atravessar e literalmente me rasgar ao meio.
Arfo pesadamente, deixando o ar sair por entre meus lábios e sorrio emocionada ao ver um pequeno bebê todo sujo de sangue nos braços da doutora. Meu namorado todo trêmulo se aproxima dela e com a ajuda de uma enfermeira, corta o cordão umbilical.
Meu corpo despenca pra trás na cama e eu choro, choro de realização, de dor, de alegria e principalmente de amor. O pequeno bebê chorão é entregue nos braços do Kevin, que sorri em meio às lágrimas
- É a nossa Helena. - Ele diz baixinho, fazendo meu coração acelerar no peito com tamanho amor que sinto no momento.
A bebê é entregue com cuidado em meus braços e sem me importar com seu rostinho sujo, eu encosto meu nariz no dela e choro ainda mais, totalmente realizada por tê-la em minha vida.
- Meu anjinho. - Falo em meio a um soluço e beijo a testinha suja com carinho, mas me afasto ao vê-la procurar por algo com a boca.
Com um sorriso imenso nos lábios, ajeito ela em meus braços e puxo a camisola pra baixo, deixando assim meu seio de fora e a disposição da pequena esfomeada que logo começa a sugar seu alimento.
Ela supura satisfeita e se encolhe em meu peito toda dengosinha, um dedo desliza por sua bochecha e então viro meu rosto para meu namorado que me olha extremamente emocionado.
- Casa comigo? - Ele pergunta deixando com que uma lágrima desça por sua face, me deixando ainda mais emocionada.
- Tá falando sério? - Pergunto baixinho e direto o rosto em sua mão livre que vem secar minhas lágrimas.
- Muito sério, tô com as alianças lá na sua bolsa. - Ele diz controlando a umidade crescente dos olhos e suspira lentamente. - Quero passar o resto da minha vida contigo minha preta, quero encher nossa casa de filhos e te amar toda noite do jeito que você merece.
Meu peito se contorce com um soluço e eu balanço a cabeça em afirmativa, incapaz de responder por conta do choro desenfreado que me toma por completo.
A boca do Kevin encontra e minha e eu aperto nossa filha nos braços, me sentindo ainda mais completa do que era antes.
Se me dissessem dois anos atrás que hoje eu estaria noiva de um policial marrento, com dois filhos e extremamente realizada, eu diria que a pessoa é louca.
Mas hoje, aqui, no exato momento em que estou, eu agradeceria demais essa pessoa por me mostrar que sim, tudo iria mudar para melhor.