Prólogo

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"A liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo para um determinado agir ou sua omissão"
ARISTÓTELES, citado por RABUSKE (1999, p. 89)

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Essa não é uma história de romance.

Se você veio aqui com este intuído, sinto-lhe informar que foi uma viagem perdida. No entanto, uma viagem só de ida.
Não há como mudar o que houve; muito menos rescrever o que acontecera. Essa é uma história sobre mim, sobre como, no meio de tanto caos, conheci alguém cuja liberdade fora tirada de si.

Esqueça tudo o que você conhece. Será em vão tentar entender.
Esqueça sobre magia, sobre magos, nações mais fortes ou mais fracas; esqueça sobre tudo aquilo que lhe contaram sobre poderes místicos, aspectos, entidades e demônios. Não valem nada. Já se foram.

Nos dias atuais, tais conhecimentos caíram sobre esquecimento. Irrelevantes.
Para muitos, o que quer que tenha acontecido no passado fica no passado. Mas não para mim.

Essa é uma história sobre como vivi no meio de tanto caos. Sobre como, com a ajuda das pessoas certas, pude ver muito além do que sempre foi estipulado para mim. É uma história sobre como passei pela fase mais difícil da minha vida, apenas por ter conhecido ela.

Sobre como me apaixonei por ela. Alguém tão fora da curva quanto eu em alguns casos. Alguém cuja a liberdade havia sido tomada por rótulos imperfeitos e definições inacabadas.

Nossas almas podem ter sido um lindo quase em outro plano, meu amor. Mas na realidade em que estamos, posso afirmar para você: não importa o quão longe você vá, não importa o quão longe você esteja. Eu sempre vou até você.

Está bem, talvez essa seja uma história sobre romance.

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O conceito de liberdade é muito relativo. Para uns, a liberdade é uma posse. Algo que é seu e de mais ninguém. Para outros, liberdade é algo o qual você precisa merecer; você precisa conquista-la.

Para mim, liberdade é o mesmo que poder sair de casa, ir ao trabalho, e ter de lidar com pessoas mal resolvidas.
É um conceito duvidoso, de fato. Mas como disse, definições são relativas.

Eu moro em uma cidade pacata, insignificante aos olhos dos comerciantes ricos e arrogantes da cidade ao lado. Zaun, para mim e para muitos, é um fim de mundo qualquer, aonde o caos rola solto, e não há regras. Para outros, Zaun ainda será um lugar próspero e importante. Alguém uma vez me disse uma coisa: "Lute por sua comunidade, e ela lutará por você."

Tentei acreditar nisso. Por muito tempo, torturei-me acreditando que um dia, Zaun seria tão forte e influente quanto Piltover. A cidade ao lado; a cidade do progresso. Aonde empresários ricos e bem estruturados moravam, os acadêmicos mais inteligentes estudavam, as melhores pessoas viviam e acima de tudo, aonde a população influente reinava.

Se eu os odiava? Sim, muito.
Por conta de tal arrogância e sentimento de superioridade, tragédias aconteceram. Entre as milhares de baixas que Piltover causou para Zaun, meus pais.

Cresci por muito tempo na companhia de minha irmã, uma menina encrenqueira e impulsiva, mas de bom coração. Ela, tanto quanto eu, odiava pilties. Cresceu com raiva deles no coração. Mas não a julgue. Ela teve de amadurecer e abdicar de muitas coisas desde nova, passando e sofrendo por dificuldades por nós duas.

Não há luz no fim do túnel para nós. Pensávamos. Mas lá estava essa luz, uma pessoa que sempre esteve presente em nossas vidas muito antes de nos entendermos por gente.
Um dono de bar, ex criminoso, e pode-se dizer, de temperamento duvidoso.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora