Jinx P.O.V
Um estrondo, alto e barulhento, me desperta. Apitava e ecoava pelo quarto um ruído agudo, levando-me a abrir os olhos com rapidez. Ergui a cabeça do travesseiro — que agora, parecia bem mais confortável — e tateei os colchões em busca da fonte do som.
Um celular — que tive o infortúnio de saber pertencer à mim —, chamava e tremia por debaixo dos lençóis. A ligação que recebia, além de ser de vídeo, não era ninguém mais, ninguém menos que Ezreal. Me perguntei o que pudera ter acontecido. Ekko o expulsara de casa? Seu tio o achou? Soube Lymere de Ekko, talvez? Ou Ezreal voluntariou-se para fazer o café da manhã, e pôs fogo na casa?
Atendi a ligação, receosa. Ezreal tinha o cabelo menos desgrenhado que das outras vezes que eu o havia visto após acordar, o rosto amassado e olhos levemente inchados. Ele abriu um sorriso ao me ver, e com uma voz arrastada, disse:
— Bom dia.
— Bom dia. — respondi, coçando os olhos que ainda ardiam. — O que aconteceu?
— Nada, nada aconteceu.
— Então por que está me ligando? — endireitei a visão, e então, agora com ela focalizada, percebi que ele estava deitado sobre algo.
— Eu tive uma ideia. — falou ele. — Achei melhor compartilhar com você.
— Então você decide me ligar ás nove horas da manhã de um domingo? Aonde está Ekko? Por que você não contou a ele sobre isso?
— Porque ele já me contou. — a voz de Ekko soa do outro lado da linha. Então, Ezreal ergueu a câmera um pouquinho e percebi sobre o que ele estava deitado.
Ekko tinha o rosto pior que o de Ez, amassado, e três vezes mais sonolento. Os dreads, embora impecáveis, se encontravam ligeiramente bagunçados. Ele nada vestia, o peito descoberto e a cabeça do loiro apoiada sobre ele.
— Diga bom dia, Ekko. — pediu Ez, que aparecia parcialmente na câmera.
— Bom dia. — disse ele.
— Bom dia. — respondi, confusa. — O que está acontecendo?
— Já disse, tive uma ideia. Mas antes, aonde está sua loira? — falou Ez.
Foi então que percebi a ausência do abraço dela. Olhei para os lados, buscando Lux. E deitada de bruços, os cabelos louros espalhados pela fronha, e usando os braços como travesseiro, estava ela. Sua respiração pesada indicava que o estrondo feito pela ligação não foi o suficiente para lhe acordar. Sorri, achando graça o jeitinho estranho dela de dormir. Algo tão bobo, embora lindo.
— Bom, tudo o que eu tenho do meu lado é este corpo desfalecido. — virei o celular para os meninos poderem ver, tirando-lhes uma risada, em seguida.
— Será que esse corpo inerte gostaria de, pelo menos, ouvir minha ideia? — disse Ez, mas Lux não mexeu um músculo.
Então tive a brilhante ideia de fazê-la despertar de maneira tão natural quando a luz que invadia o quarto. Subi em cima dela.
Aproveitando que Lux estava de costas para cima, deitei-me sobre ela, e deixei o celular inclinado de maneira a qual os meninos acompanhassem o jeito lindo, fofo e delicado que eu a acordava.
Beijei-lhe o pescoço, e sem a câmera pegar, deslizei a mão por debaixo de sua camisola, fazendo ela se remexer um pouco.
— Bom dia, solzinho. — falei, apoiando a cabeça na sua.
— Solzinho? — perguntou Ekko.
— Aham! — disse eu. Beijei Lux no pescoço de novo, e desta vez, se remexeu mais ainda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & Piltover
Romance[Finalizada] Powder, uma garota de dezenove anos, que também é conhecida pelos mais íntimos como Jinx, vivia uma rotina chata e bastante monótona; embora sempre fosse surpreendida pelas falas e loucuras do melhor amigo. Entretanto, perto de complet...