Um lindo quase

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De Piltover à Zaun fora feito um caminho pesado. O clima estava espesso, ruim. E eu entendia perfeitamente o motivo. Estava submergida em um oceano de dúvidas e questionamentos, os quais não sabia se pretendia saber as respostas.

Estava aflita e nervosa. Sabia que o que quer que tivesse ocorrido era grave. E me doía muito mais saber que Zeri tinha sido o alvo. Foram poucas as coisas que eu nunca lhe contei. Desde um menino qualquer, até as minhas brigas com Vi. E agora, por algo que possivelmente fora minha culpa, ela estava machucada. Infelizmente, no sentido mais literal possível.

— Jinx? — Lux pôs a mão em meu ombro. — Você está bem?

Malmente percebi quando chegamos em frente ao hospital local. Como sempre, estava cheio; trabalhadores feridos devido às oficinas e fábricas; zaunitas com membros faltantes e machucados aparentes. Apesar de já acostumada à isso, a ansiedade bateu bem mais forte ao imaginar o pior dos cenários.

Coloquei minha mão sobre a de Lux e respirei fundo.

— Sim. Sim, estou bem. — falei. Tirei a chave da moto e a enfiei no bolso da jaqueta, usando tal ato como desculpa para cerrar os punhos.

Luxanna, parecendo perceber, me abraçou pela cintura e descansou o queixo no meu ombro.

— Vai ficar tudo bem. Ela vai estar bem. — reconfortou-me.

— Eu sei, loira. Ela tem que estar. — falei, tendo mais incertezas do que gostaria.

Dei uma olhada ao redor para me localizar. O Mercedes branco estava estacionado no meio fio da rua paralela ao hospital; o Volvo preto parara um pouco mais atrás de onde Lux e eu estávamos. Desci da moto e caminhei até a entrada do hospital.
Estava tão sortida em meus pensamentos que mal dei-me conta de quando Ekko e Ezreal pararam ao meu lado.

— Acha que conseguiremos entrar? — perguntou Ekko.

— Só há uma maneira de descobrir. — disse, empurrando as portas da frente do estabelecimento.

Ao entrarmos, demos de cara com várias pessoas circulando pela recepção. Algumas, assim como as que entravam, tinham machucados e ferimentos cobertos por bandeies e gazes. Um leve arrepio me percorreu; apertei as unhas contra a palma da mão novamente. Mas dessa vez, uma segunda mão pegou nas minhas, tirando-as do bolso da jaqueta. Olhei para Lux, e ela, em contrapartida, sorria gentilmente. Quando finalmente controlei minha respiração, percebi Ekko já tomando a dianteira, rumando ao balcão da recepção.

— Com licença, eu preciso falar com alguém. — disse ele. — É uma menina. Zeri. Está internada aqui.

A recepcionista ergueu os olhos para Ekko, parecendo estar cansada de fazer aquilo.

— Senhor, você precisará esperar. A maioria das pessoas está a fazer o mesmo que você.

— Não, não, não, você não entende. — Ekko enterrou os cotovelos no balcão e começou a explicar para a moça nossa situação.

Infelizmente, nervoso do jeito que ele estava, a mulher não parecia entender uma vírgula do que ele falava. Porém, antes mesmo de eu ir ajudá-lo, Ezreal pôs a mão no ombro do moreno e, gentilmente, pediu espaço para contextualizar o que acontecera para a mulher. Sem relutância, Ekko o permitiu falar com a recepcionista. Entretanto, assim que Lux e eu nos aproximamos, Ekko apresentou uma expressão confusa.

— Sr. DeNunzio? — disse ele, olhando para algum lugar na distância.

Simultaneamente, ao olharmos para o outro lado da recepção, sentado em uma das cadeiras, de cabeça baixa e apoiando os cotovelos nos joelhos, estava o pai de Zeri. Ekko e eu fomos os primeiros à voarmos em sua direção.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora