Mão boba

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Vi acabara de sair, e dou graças a Deus assim que ela sai pela porta. Sabia que, ela iria me fazer passar vergonha, e de fato, fez. Mas não imaginei que ela fosse se dar bem com Lux, principalmente quando percebi que o assunto era sobre um carro.

—Ela já foi? —Lux aparece ao meu lado, olhou de relance para a sala para ver se via algum sinal de Vi.

—Já, ela já foi. Ainda bem. —Respondo.

—Ah, eu gostei da sua irmã.

—É claro que gostou. —Bufo alto e viro para olhar a loira ao meu lado. —Ela é um saco, foi mal.

—Não se preocupe, eu já esperava que ela fosse fazer milhares de perguntas. —Lux diz sorrindo.

—Enfim, vamos parar de falar da minha irmã por agora. Quer conhecer a casa?

—Sim! Por favor.

Guio Lux até o andar de cima, mostrando a ela alguns dos cômodos; rumei em direção ao meu quarto, abrindo a porta com cautela para ver se não havia deixado nada bagunçado. Assim que adentro o lugar, a loira vem logo atrás.

—Então esse é o seu quarto?

—Gostou? —Torno a olhar para ela.

—É muito bonito! —Ela começa a olhar ao redor, andando por ele e tocando em tudo que via.

Lux se aproxima da minha mesa, olhava atentamente os porta retratos. Aproveito sua distração e dou uma olhada rápida em mim no espelho, ajeitando o cabelo.

—Esta é você? —Ela pega um dos porta retratos e levanta, mostrando uma foto minha pequena perto de uma árvore de natal; segurava uma almofada em formato de tubarão.

—Ah, sim sou eu. —Respondo entre um sorriso sem graça.

—Você era fofa. —Lux volta a olhar aos porta retratos, deixando o que segurava em cima da mesa de novo.

Ela dá mais uma olhada pelo quarto, percebendo que haviam alguns materiais de pintura jogados em cima de uma prateleira.

—Você pinta? —A loira se aproxima dos materiais, pegando alguns.

—Costumava pintar mais nova. Agora só faço uns rabiscos e chamo de desenho.

—Sério!? Eu posso ver?

—Ah... eu não sei se-

—Por favor! Juro que não falo para ninguém! —Lux une as mãos e inclina a cabeça, fazendo um biquinho. —Vamos, por favor!

—Eu... deixa pra lá. —Vou em direção a escrivaninha, abrindo a gaveta e pegando um caderno. —Aqui.

Ela pega o caderno com um sorriso no rosto, abrindo-o quase de imediato, folheando-o com delicadeza. Deixo ela vê-lo enquanto vou até a mesa e abaixo os demais porta retratos. Não que faça diferença agora que ela já viu, mas impede que ela de uma segunda olhada e perceba o quão esquisita eu era mais nova.

—Você desenha bem. —Lux anuncia, fazendo eu me virar para vê-la. Assim que olho, ela está com o caderno levantado em minha direção.

O desenho que ela mostrava me pegou desprevenida, gelei na hora e arregalei os olhos. Lux me mostrava um desenho de si. Eu tinha desenhado ela em um momento que havíamos ficado juntas; mostrava a loira de lado, concentrada em algo. Provavelmente ela tinha reconhecido o momento o qual desenhei.

—Nunca vou esquecer do dia que venci você no Gálaga. —Ela vira de costas para mim novamente, continuando a folhear o caderno.

—Ah! Isso não é nada! —Me aproximo dela, tomando o caderno de sua mão. —Isso foi... hã... uma coisa avulsa. Nada de mais.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora