Ligando os pontos

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Me mexi e me remexi por um tempo antes de abrir os olhos. Com bastante dificuldade. Estava zonza de sono e uma dor, já familiar, se deu a tomar conta do meu corpo. Os quadris estavam rígidos e a bunda latejando. Em compensação, doía bem menos que da última vez.

Esfrego os orbes azuis e pisco algumas vezes com o intuito de tirar o embaçado da visão. Então, inclino a cabeça para encontrar a mulher que antes, estava deitada ao meu lado. Lá estava ela. Com os longos cabelos louros jogados na fronha branca. Estava coberta até a metade da cintura e virara de costas para mim. Não poupei tempo em lhe abraçar, aconchegando a cabeça em sua costa. Passei a mão em torno de sua cintura e descansei os olhos novamente.

Seu toque suave sob minha mão fez com que eu despertasse de novo. Levou-a até sua boca e lhe deu um beijinho, indicando que já havia despertado. Seguro fortemente sua mão e afundo a cabeça mais um pouquinho em suas costas.

— Bom dia. — murmurou, virando-se para mim. Gemi em resposta. — Posso considerar isso um bom dia?

— Uhum. — levanto o olhar, me deparando com um rosto levemente rosado e amassado. — Bom dia.

Virou-se completamente e passou o braço por baixo do meu pescoço, fazendo com que eu me deitasse em seu peito. Continuei abraçando ela firmemente e em resposta, Lux levou a pontinha dos dedos ao meu braço, começando um carinho.

— Como estás? — perguntou.

— Bem. Só... sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim.

— Ei...! — retrucou; um tom de diversão soou, então não me preocupei em achar que minha fala tivesse soado mais grosso que o desejado.

— Não se preocupe, não estou falando de você literalmente. — minto — Mas ontem, Vi me acordou as duas e vinte da manhã.

Ficou em silêncio. Ergui os olhos em sua direção e ela sorria para mim, como se tivesse sacado a mentira no ar, mas resolveu ignorar.

— Se eu soubesse que vocês entregavam os presentes por ordem de parabéns, teria lhe ligado mais cedo que duas e vinte.

— Você mal conseguia escrever direito depois que passou da meia noite, Lux. E Vi se juntaria com Ez pelo menos uma vez na vida para dizer que o seu parabéns não foi justo. — respondo divertida. Deito-me de bruços e encosto a lateral da cabeça em seu peito — Nem lhe perguntei sobre seu jantar. Como foi?

— Pff... — Lux jogou a cabeça para o lado e fechou os olhos momentaneamente — uma chatice, como sempre.

— Ah, para. O que teve de tão ruim?

— Tudo. Bom, tirando a comida. Minha tia se reuniu com a gente, como de costume. Perguntou sobre como estavam as coisas aqui e ficou se questionando sobre qualquer fornecedor de Piltover. E o puxa saco do Garen ficou falando com ela sobre isso.

— Puxa saco? — pergunto, sorrindo de seu comentário.

— Acredite, ele é um saco quando está perto de tia Tianna. Mas não quero falar sobre eles. Está com fome?

— Um pouco. Estava pensando em levar você até algum lugar. Você sabe, para comer, talvez.

— Está me convidando para sair?

— Sim. Sugere algum lugar? — pergunto indiferente, fingindo não ter corado com seu comentário.

— Hmm... de preferência algum que tenha café.

— A essa hora da manhã, imagino que todos vendam café, loira. Pensei na Café's, mas já fomos lá. E não estou afim de explicar a Ezreal o motivo de eu estar mancando.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora