Minha musa

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Jinx P.O.V

Dia vinte de novembro chegou voando. Os preparativos do Dia de Ação de Graças haviam começado, e como todo bom empresário, Vander corria de um lado para o outro tentado resolver tudo. Preocupado apenas com o bar — já que iríamos todos jantar no chalé de Ezreal—, Vander tentava deixar tudo impecável. Com ajuda de Vi e, de vez em quando, minha.

Vi e eu passamos a última semana conversando sobre o caso de Lux, cujo era bem complicado. Contei-lhe sobre a chantagem dos Poingdestre, e sobre como eles estavam a usando para, não somente benefício próprio, mas também para informar Renata Glasc de como os Ferros se comportavam. Relatos diziam que ela era ardilosa, inteligente. Apesar de também relatarem o anseio por atenção e respeito, Glasc sabia que tinham pessoas atrás dela, aparecer publicamente, ou assinar sua participação nessas tramoias, seria o ponto chave para o fim de seu império. Então, usando pessoas de relevância menor, ela se opõe.

Apesar de termos Corina Veraza como testemunha, trazê-la a delegacia não ajudaria nem um pouco. Marcus, como suspeitamos ser parceiros dos Poingdestre, jogaria sujo, e botaria a culpa em Corina ao invés dos demais envolvidos. O anonimato de Veraza apenas levantaria mais suspeitas. Provas, documentos; era isso do que precisávamos.

Mas hoje não era dia de pensar sobre isso. Hoje, reuniríamos todos do grupo com suas devidas famílias para podermos comemorar. Se eu estava um pouco empolgada? Talvez. Fazer os preparativos era a melhor parte. Ir ao comércio, fazer as compras, preparar a comida. Tudo era divertido e, geralmente, engraçado de se fazer.

Vander ficou responsável por levar uma torta salgada, a qual ele disse precisar estar boa o suficiente. Vi e eu, por outro lado, sabendo da catástrofe que somos na cozinha, decidimos ir comprar algumas outras coisas. Bebidas, doces, e qualquer outra coisa que pudesse ser chamativa.

Agora, na seção de bebidas, Vi escolhia suas favoritas, enquanto eu a acompanhava; tendo em mãos as demais bebidas depositadas em uma cesta. Percebi, então, a inquietude de minha irmã. Parecia irritadiça, quase como se estivesse prestes a explodir caso algo saísse de seus planos.

— O que houve com você? — finalmente tomando coragem, perguntei à ela.

— Comigo? Nada. Estou bem. — disse ela, tirando as garrafas do caminho enquanto mexia nas prateleiras da geladeira.

— Sim, estou vendo o quão bem você está. O que aconteceu, Vi? Hoje deveria ser um dia divertido, não?

— Sim, Powder. Deveria ser divertido, caso Caitlyn não estivesse tão ocupada com essa investigação toda.

Após quase arremessar a garrafa de bebida para fora da geladeira, Vi agarrou uma das, e a pôs na cesta. Prestei atenção a cada movimento bruto que ela fazia, tentando entender o porquê de tanta chateação a quanto o trabalho da namorada.

— E por que isso seria um problema?

— Por que ela não para quieta! — bufou Vi. — É sempre tudo sobre essa investigação.

— Pensei que o trabalho dela fosse exatamente esse.

— Não, Powder. Caitlyn nem deveria se envolver com esse tipo de coisa. — ela saiu andando até o próximo corredor, comigo em seus calcanhares. — Se Marcus descobre o que ela está fazendo, já era.

Seguimos o restante do caminho em silêncio, pegando o necessário, e seguindo rumo ao próximo corredor. Era inevitável perceber o quão Vi estava incomodada com isso. Seja pelo fato de Caitlyn não estar com tempo para o relacionamento delas ou não, ou talvez, seja o fato de ela realmente estar se sobrecarregando.

Independente do que fosse, Vi tinha que começar a se acostumar com isso, já que ambas morariam juntas daqui para alguns meses. E ao perceber isso, lembrei-me de seu apartamento. Não conversávamos tanto quanto o necessário em relação a isso.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora