Território inimigo

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Jinx

Passei a viagem inteira querendo que chegássemos logo aos Portões Solares. Ora, pense comigo: estávamos em uma situação o tanto quanto arriscada, por assim dizer. Lux e, seja lá quem for a outra mulher, conversavam sem parar sobre como ela — a mulher ruiva — conhecera o irmão de Lux.
Não me leve a mal, mas eu sinceramente não queria ter de ouvir minha mulher falando com outra. Ainda mais quando essa outra era bonita e tinha várias histórias para contar. Não que eu tivesse prestado atenção, é claro.

— Mas, diga-me, Lux. — disse a Tal Katarina. — Seu irmão nunca mencionou nada sobre Noxus para seus pais?

— Só se for falando mal.

— Luxanna. — repreendeu Garen.

Katarina soltou uma risada baixa e virou-se para Garen.

— Agora eu acho que nós precisamos conversar.

Garen era quem dirigia; andava relativamente lento por conta da neve na pista, mas mantinha-se em velocidade suficientemente boa para chegarmos nos Portões antes do meio dia. Lux e eu seguíamos nos bancos de trás, que eram tão grandes quanto o carro de Vander por completo.

— Olha, eu sei que pode soar um pouco intrusivo. — disse Garen, olhando para trás pelo retrovisor. — Mas por que estamos indo para os Portões mesmo?

— É uma longa história. — disse eu, apoiando-me nos bancos da frente para me aproximar dele. — Mas resumidamente, estamos indo resgatar minha irmã e meu melhor amigo. Além de, é claro, nos encontrar com os Poingdestre.

— Como? — perguntou Garen, mais confuso que antes.

— Acho que pegamos eles no flagra. — expliquei. Virei-me para Lux logo em seguida, que ainda tentava calças os coturnos. — Lux, o que seu irmão sabe?

— Não muito. — ela grunhiu ao finalmente conseguir fechar os sapatos. — Mas sabe sobre os gêmeos e essas coisas.

— Sitnixi? — perguntei. Ela confirmou com a cabeça.

— Sintixi? — repetiu Garen. — Espera, não é isso que os Poingdestre produzem?

— Ilegalmente. — concluí. — Os Ferros os proibiram de produzir. Mas mesmo assim, continuaram. E então, uma Baronesa se prontificou em ajudá-los. Mas, na realidade, ela apenas queria chegar aos Portões Solares para acabar com a economia piltovense. Isso, claro, é o que imaginamos.

Seguiu-se um longo período de silêncio. Falar tudo isso em voz alta soava um tanto estranho, mas, o que fazer se era exatamente isso o que estávamos enfrentando?
Garen pigarreou e voltou a dar atenção a pista.

— E... Lux estava envolvida nisso?

— Em algumas partes. — disse eu.

— Nas partes em que eu contei a você. — disse Lux, atraindo o olhar do irmão momentaneamente. — Garen, pode até parecer estranho, no começo, mas Jinx não mentiu. Foi por isso da chantagem.

— A chantagem se deu por conta do interesse dessa Baronesa nos Ferros. — eu disse. — E talvez porque os Poingdestre fossem fofoqueiros o suficiente para querer saber o que os Ferros andavam aprontando.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora